Por Roger Cunha
O FestLuso, em sua 14ª edição, tem promovido um intercâmbio cultural significativo nas cidades de Teresina (PI), Floriano (PI) e Timon (MA). O festival, que celebra a língua portuguesa e suas diversas manifestações artísticas, está proporcionando uma semana repleta de espetáculos, com apresentações de grupos provenientes de países lusófonos. Este ano, o evento não apenas destaca a cultura lusófona, mas também presta uma homenagem especial ao líder revolucionário e poeta Amílcar Cabral, em comemoração ao centenário de seu nascimento.
Na manhã da quarta-feira, 28 de agosto, o auditório do Palácio Pirajá, na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), foi palco de uma conferência que abordou “Amílcar Cabral e as vozes do Sul Global”. O evento contou com a presença de alunos do curso de Letras-Português do Campus Torquato Neto, que tiveram a oportunidade de participar de uma discussão enriquecedora sobre a importância de Cabral no contexto da descolonização africana e sua influência global.
O professor doutor Silvino Filho, coordenador interino do curso de Letras, abriu a conferência com uma saudação calorosa aos presentes, ressaltando a relevância do tema para o contexto atual e a importância da homenagem a Cabral. “Estamos aqui hoje para discutir um tema de suma importância, que é a descolonização. Amílcar Cabral foi um poeta e líder de Cabo Verde e Guiné-Bissau, cuja obra e luta são fundamentais para entendermos os processos de libertação na África e sua influência na América do Sul. Este evento, que faz parte da programação do FestLuso, nos permite refletir sobre o legado de Cabral”, afirmou o professor.
A conferência foi mediada pelo professor doutor Feliciano José Bizet, também da UESPI, e contou com a participação do professor Abreu Paxe, da Universidade de Luanda, Angola. Durante a palestra, Paxe destacou a importância de Cabral como um dos principais arquitetos da independência de vários países africanos de língua portuguesa. “Amílcar Cabral foi um homem de cultura, política e liberdade. Sua luta pela independência de Cabo Verde, Angola, São Tomé e outros países africanos é uma marca indelével na história da África. Comemorar seus 100 anos é, para nós, um ato de resistência contra o apagamento de sua memória”, enfatizou.
Francisco Pelé, programador e curador do FestLuso, destacou a importância da conferência como parte do programa formativo do festival, que visa disseminar conhecimentos sobre a lusofonia e reforçar o papel de figuras históricas como Cabral. “O FestLuso, em parceria com o NEPA e a UESPI, realiza esta conferência para celebrar o legado de Amílcar Cabral. Seu centenário é comemorado em toda a África, e não poderíamos deixar de fazer o mesmo. Ele é uma figura essencial não só para a independência dos países africanos, mas também para a preservação da memória e da cultura desses povos”, afirmou Pelé.
Lucas Andrade, aluno ingressante do curso de Letras-Português, expressou sua satisfação em iniciar sua jornada acadêmica durante o FestLuso. “Participar de um evento que explora temas como descolonização e identidade cultural, através da figura de Amílcar Cabral, me faz perceber o quanto a língua portuguesa é rica e poderosa, unindo povos e histórias,” afirmou Lucas, destacando a importância da língua portuguesa como um elo entre diferentes culturas.
A programação do FestLuso segue até o final da semana, com diversas atividades culturais e artísticas, reafirmando o compromisso do festival em fortalecer os laços entre as nações lusófonas e promover o intercâmbio cultural entre os povos que compartilham a língua portuguesa.