Por Roger Cunha
Dois mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura (PPGSC) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) acabam de conquistar uma importante oportunidade acadêmica. Lucas Martins e Rebeca Passos foram selecionados para realizar um intercâmbio na Universidad Pública de El Alto (UPEA), em La Paz, Bolívia. O período de seis meses pode ser estendido para nove, com a possibilidade de integrar o mestrado sanduíche, permitindo aos alunos ampliar seus horizontes acadêmicos e culturais.

Rebeca Passos e Lucas Martins, mestrandos do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura (PPGSC) da UESPI.
O Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura (PPGSC) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) oferece uma formação acadêmica inovadora, com uma abordagem plural que integra diversas áreas do conhecimento, como História, Pedagogia, Ciências Sociais e Literatura. Focado na análise das dinâmicas sociais, culturais, econômicas e políticas, o programa enfatiza a diversidade étnica e cultural, explorando as relações de trabalho, práticas sociais e questões educacionais. Com duas linhas de pesquisa – “Trabalho, Educação e Mundo Rural” e “Cultura, Poder e Relações Étnico-Raciais” – o PPGSC visa a construção de conhecimentos interdisciplinares, estimulando um diálogo contínuo entre docentes e pós-graduandos e preparando profissionais capacitados para atuar nas áreas de pesquisa, docência e gestão de políticas públicas, sempre com uma visão crítica e inclusiva da sociedade.
O Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura (PPGSC) da UESPI, com sua proposta inovadora e abordagem interdisciplinar, tem se mostrado um ambiente propício para o desenvolvimento acadêmico e profissional de seus alunos. Os mestrandos Lucas Martins e Rebeca Passos, aprovados para um intercâmbio na Universidad Pública de El Alto, na Bolívia, são exemplos desse potencial de formação. Ambos destacam a importância dessa oportunidade não apenas para o avanço de suas pesquisas, mas também para a construção de diálogos mais amplos com saberes que muitas vezes ficam à margem no cenário acadêmico brasileiro.

Lucas Martins, mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura (PPGSC) da UESPI
Para Lucas Martins, a seleção de estudantes negros e cotistas dentro deste contexto tem um significado especial. “A seleção estabeleceu um critério de inclusão de sujeitos que, historicamente, têm sido invisibilizados nas universidades brasileiras, mas que têm produzido conhecimento acadêmico de relevância”, observa ele, destacando a importância do processo de reconhecimento desses sujeitos enquanto agentes produtores de conhecimento. Em sua pesquisa, que aborda questões migratórias e políticas de acesso à educação para comunidades indígenas, Lucas vê o intercâmbio como uma chance de explorar saberes indígenas que muitas vezes estão ausentes nas discussões acadêmicas no Brasil. Ele afirma que “o sanduíche permite que haja um conjunto compartilhado de saberes que possibilitam diálogos mais profundos, principalmente sobre os saberes indígenas que se expressam de forma diferente na Bolívia”.

Rebeca Passos, mestranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura (PPGSC) da UESPI
Rebeca Passos também vê o intercâmbio como uma oportunidade crucial para sua pesquisa, especialmente ao afirmar que sua experiência na Bolívia será enriquecida pelo contato com outras teorias, principalmente as provenientes do Sul. “Acredito que o intercâmbio vai ampliar as possibilidades e o campo da minha pesquisa, ao entrar em contato com conhecimentos ancorados nas experiências de resistência de grupos sociais, como indígenas e negros, que são centrais no contexto boliviano”, comenta Rebeca. Ela acrescenta que, ao estudar em um país plurinacional, poderá vivenciar de forma mais intensa a diversidade cultural e política que fundamenta suas pesquisas sobre conflitos e resistências de populações tradicionais frente ao avanço de grandes projetos de desenvolvimento, impulsionados pelo avanço do agronegócio.
Ambos os mestrandos, selecionados dentro dos critérios de cotistas e estudantes negros, veem essa experiência como uma forma de fortalecer não só suas pesquisas, mas também de reafirmar a importância de um programa acadêmico que valorize as experiências e saberes de grupos historicamente marginalizados. “Estar na Bolívia é uma oportunidade única para ampliar o olhar sobre as políticas educacionais e indígenas, e assim contribuir com o fortalecimento dessas áreas tanto no Brasil quanto na América Latina”, conclui Lucas Martins.
Por sua vez, Rebeca Passos destaca que essa vivência acadêmica representa uma chance de crescer como pesquisadora e ampliar a reflexão crítica sobre as dinâmicas de resistência e os saberes populares. “As expectativas estão altas, e acredito que o intercâmbio contribuirá para a disseminação de conhecimento que por muito tempo foi negligenciado pela academia, além de fortalecer a potência do PPGSC, um programa que, apesar de recente, já tem dado bons frutos”, finaliza ela.
O intercâmbio para a Universidad Pública de El Alto (UPEA) representa uma importante oportunidade para Lucas Martins e Rebeca Passos, mestrandos do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura (PPGSC) da UESPI, expandirem suas pesquisas e vivenciarem novas realidades acadêmicas e culturais. Ao explorar temas como os saberes indígenas e as políticas educacionais no contexto latino-americano, ambos contribuem para o fortalecimento da pesquisa interdisciplinar e para a construção de um conhecimento mais plural, focado na valorização das identidades e resistências das populações marginalizadas. A experiência na Bolívia não só amplia seus horizontes acadêmicos, mas também reforça a importância da internacionalização da ciência e da democratização do acesso ao conhecimento, alinhando-se aos objetivos do PPGSC de promover a formação qualificada e inclusiva de profissionais que atuam na interseção de diversas áreas do saber.