UESPI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Programa de Residência Pedagógica em Parnaíba visita Sítio Arqueológico “Arco do Covão”

Por Vitor Gaspar

A equipe do Programa de Residência Pedagógica (RP) do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) do campus de Parnaíba realizou uma visita Técnica ao Sítio Arqueológico “Arco do Covão”, localizado na Serra do Morcego na Região do Caxingó-PI.

Registro da equipe da Residência no local

Como descreve o pesquisador Luis Cavalcante (Doutor em Ciências Química e com experiência em pesquisas arqueológicas) o local é um dos maiores, mais belos e importantes sítios do Centro-Norte do Piauí. Com 70 metros de comprimento, o Arco do Covão localiza-se em um ponto estratégico para os turistas que seguem rumo ao litoral piauiense. O abrigo comporta cerca de 1000 pinturas pré-históricas e o cuidado com que foram realizados alguns dos grafismos, a grande dimensão e as formas variadas que apresentam são características que se sobressaem à análise do observador.

Com apoio do diretor do campus, Prof. Dr. Eyder Rios, e da Coordenadora do curso, Profa. Dra. Samara de Oliveira a iniciativa faz parte de uma das ações previstas pela Coordenação local do RP liderada pela docente orientadora, Profa. Dra. Fabricia Pereira Teles. A professora afirma que essa iniciativa pretende destacar a necessidade do respeito aos povos originários e, consequentemente, a cultura e valores dos povos indígenas de hoje.  Segundo ela, o objetivo da ação foi levar os acadêmicos do curso para esse espaço como uma oportunidade de sentir a atmosfera e de confirmar a presença desses povos, além de valorizar sua existência, enriquecendo o repertório de informações dos futuros pedagogos para que possam abordar essa temática de forma efetiva com as crianças na educação básica, no ensino fundamental.

“Estamos discutindo o papel fundamental do pedagogo como profissional da Educação infantil. Geralmente, esses assuntos são tratados no ensino fundamental maior ou no ensino médio, e deixado de lado na Educação infantil e o Ensino fundamental menor. É por isso que buscamos despertar a sensibilidade dos acadêmicos para essa temática, enfatizando a importância de valorizar todos os povos que habitaram esta região, os quais já estavam presentes antes mesmo do descobrimento do Brasil. Ao longo de muitos séculos, antes da chegada daqueles que se autodenominaram descobridores do Brasil, os povos originários e indígenas já ocupavam este território de forma significativa”, afirma.

As pinturas rupestres representam marcas vivas desse passado, que está presente na atualidade, destacando a necessidade de conhecer e valorizar essas culturas com propriedade, a fim de promover o respeito necessário.

Pensando nisso,  os residentes do curso já estão desenvolvendo nas escolas públicas de Educação Básica do Município o Projeto de Aprendizagem denominado “Nunca mais um Brasil sem nós: pela honra e valorização dos povos indígenas”. A ideia central é levantar a bandeira em defesa dessas questões, especialmente para que os estudantes acadêmicos possam se apropriar e conhecer mais sobre a história dos povos originários. Dessa forma, eles podem ampliar sua percepção sobre a cultura dos povos indígenas e desconstruir visões estereotipadas e preconceituosas que ainda existem.

Através das visitas e interações com os alunos nas escolas de educação básica, os acadêmicos têm a oportunidade de compartilhar suas experiências e falar sobre a importância dessas vivências. Segundo a estudante do 8º período, Raiane Moraes, participar do projeto tem sido de grande satisfação, pois através dele intensifica sua prática docente e desfruta de grandes curiosidades, como a história do Arco do Covão.

“Como futura profissional da educação é mais do que necessário aprender e valorizar os povos originários, tanto para a minha qualificação profissional, como também pessoal. A visita técnica para esse sítio arqueológico me aproximou da vivência dos indígenas e me possibilitou passar todas as informações lá coletas para a minha sala de aula do estágio. Os alunos amaram!”, encerra.

Registro da equipe reunida na faixada do Campus Prof. Alexandre Alves de Oliveira

Projeto de Extensão da UESPI realiza atividades de acolhimento à crianças indígenas

Por Vitor Gaspar

O Corpo de Assessoria Jurídica Estudantil (CORAJE) está realizando o Projeto de Extensão “Educação Popular e Direitos Humanos”, destinado a crianças indígenas da etnia Warao, que se encontram em abrigos provisórios na cidade de Teresina (PI).

Registros de alguns encontros já realizados

O grupo de extensão da UESPI é formado por 15 estudantes dos cursos de Pedagogia, Direito, Ciências Sociais, História e Biblioteconomia, fazendo parte do Programa Educação Popular e Direitos Humanos, do CORAJE, sob a coordenação da Professora Lucineide Barros (CCECA/UESPI).

A Cáritas Arquidiocesana de Teresina é uma das instituições que está desenvolvendo essas ações e prestando apoio a essas pessoas e, desse modo, convidou o Grupo de Extensão da UESPI à integrar o Projeto denominado “Ciranda Latina”, que vem promovendo diversos diálogos institucionais com a FUNAI, a Defensoria Pública do Piauí, além das Secretarias de Educação de Teresina e do Piauí, que estão buscando ainda neste ano a possibilidade de que seja viabilizada a matrícula escolar dessas crianças e jovens.

Segundo a Profa. Lucineide Barros, coordenadora do Grupo de Extensão, a equipe trabalhou na questão do acolhimento linguístico, com a utilização da metodologia e a perspectiva da educação popular, com o objetivo de contribuir com o aprendizado da língua, dos costumes, dos direitos, dos deveres e para ajudar a aproximar as crianças da etnia Warao da escola oficial. “Nos encontros são acompanhadas as crianças de 4 a 14 anos, devido a cultura indígena é muito difícil separar as crianças de suas famílias, então de algum modo os pais acompanham e participam. Além do mais, temos os educadores da própria etnia que auxiliam no projeto”, encerra.

Mais registros de encontros realizados

Desde o mês de fevereiro e a equipe realiza atividades pedagógicas de acompanhamento e orientação à essas crianças indígenas, oriundas da Venezuela, que desde que chegaram em Teresina, se encontram sem escola e, além disso, têm dificuldade de comunicação e manejo com os costumes e ordenamentos jurídicos locais.

Yasmin Martins, estudante do 6° Bloco de Psicologia, destaca a importância dos estudantes para que realmente tenham acesso ao tripé do ensino, pesquisa e extensão e para que a Universidade possa de alguma forma devolver e estar em contato com a comunidade.

“O projeto de educação popular é um exemplo disso. A nossa luta não é só pra que por meio desse projeto de extensão a gente trabalhe educação popular em conjunto com os indígenas warao que estão aqui em Teresina, mas que eles possam ter acesso a um direito tão básico como a educação regular. Essas crianças e adolescentes precisam ter o direito de frequentar a escola”.

Na dinâmica, são realizados 3 encontros semanais em cada um dos três abrigos, promovendo atividades voltadas à leitura, à escrita e ao compartilhamento de conhecimentos com toda a comunicação envolvendo intérpretes de Espanhol e da Língua Warao, contando com o apoio de educadores sociais da etnia. De 15 em 15 dias acontecem encontros pedagógicos dos educadores para planejamento e discussões sobre as experiências.

Thiago Cruz dos Santos, aluno do 8º bloco de Licenciatura Plena em História, conta que a recepção nos locais acontece sempre de forma amigável e que os abrigados estão em diferentes zonas da cidade. Ele ressalta que todos participam do processo de planejamento e de organização. “Nos abrigos, geralmente a gente realiza as atividades em 3 dias, onde eu trabalho nós fazemos as terças, quartas e quintas. Eles também participam das reuniões de planejamento de 15 em 15 dias também do processo de tomada de decisões”, finaliza o discente.