Por Roger Cunha
No dia 29 de abril, o mundo celebra o Dia Internacional da Dança, uma data criada pela UNESCO para promover a arte que transcende barreiras culturais, geográficas e sociais.
A dança, como forma de expressão e identidade, possui um poder único de unir pessoas, contar histórias e preservar tradições. No contexto da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), o Corpo de Dança da UESPI desempenha um papel fundamental na promoção da cultura local e na integração da comunidade acadêmica com a sociedade. Com mais de 30 anos de história, o grupo de dança da universidade se destaca por sua pesquisa, valorização e ressignificação do folclore piauiense, unindo tradição e inovação.

Celebrar a Dança é Celebrar a Vida: O CDU da UESPI em Destaque / CDU DE TERESINA
O Corpo de Dança da UESPI foi criado em 1990 com o objetivo de estudar, preservar e divulgar o rico repertório cultural do folclore piauiense, integrando os alunos, professores, servidores e a comunidade externa. Com uma proposta de promover a arte da dança e dar visibilidade à cultura local, o projeto se transformou em uma das iniciativas culturais mais importantes da instituição.
A dança no Corpo de Dança da UESPI não é apenas uma prática artística, mas também um instrumento de formação humana e cidadã. Os integrantes do grupo, que recebem bolsas culturais remuneradas com recursos próprios da universidade, têm a oportunidade de aprimorar suas habilidades artísticas e desenvolver uma compreensão mais profunda das tradições e valores culturais do Piauí. O projeto busca, assim, não só capacitar os participantes em termos técnicos, mas também proporcionar um ambiente de crescimento pessoal e coletivo.

Celebrar a Dança é Celebrar a Vida: O CDU da UESPI em Destaque / CDU DE PICOS
O ingresso no grupo ocorre por meio de seleções semestrais, e atualmente, o projeto está presente em dois campi: o Campus Torquato Neto (Teresina) e o Campus Professor Barros Araújo (Picos). Ambos os grupos são coordenados por Renata Batista dos Santos Pinheiro, responsável por liderar o projeto desde sua criação. O trabalho do Corpo de Dança da UESPI vai além dos ensaios e apresentações, envolvendo também o resgate e a reinterpretação do folclore piauiense, tornando-o um dos grandes diferenciais do grupo.
O trabalho desenvolvido pelos membros do Corpo de Dança não se limita às apresentações culturais dentro do universo acadêmico. Ao longo dos anos, o grupo tem se apresentado em diversos eventos culturais, festivais e encontros regionais, contribuindo para a valorização da cultura local e levando o nome da UESPI a diferentes cantos do estado. Cada apresentação é uma oportunidade de celebrar as tradições piauiense e de fortalecer a identidade cultural da comunidade.

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Rony de Sousa Nascimento, assistente de coordenação do grupo, compartilha um pouco sobre o trabalho diário e a dedicação necessária para manter o grupo ativo. “Muita dedicação e compromisso são exigidos para que o Corpo de Dança da UESPI se mantenha ativo e em constante evolução. Cada integrante do grupo se compromete com esse projeto importante para a vida acadêmica e cultural de todos que dele participam”, afirma Rony.
Ele também destaca a inspiração que encontra no trabalho com os dançarinos e dançarinas do grupo: “O amor pela dança e pela cultura do Piauí é o que mais me inspira. É lindo ver como cada corpo dançante traz sua individualidade para o movimento, e como todos, ao mesmo tempo, se unem para expressar nossa cultura”.
O impacto na vida dos membros vai além da dança, e Rony percebe as mudanças no comportamento e no desenvolvimento pessoal de cada um. “Participar do Corpo de Dança transforma os participantes em mais do que dançarinos, eles se tornam pesquisadores da cultura do Piauí. Além disso, o projeto contribui para o crescimento acadêmico e profissional de cada um”, afirma Rony.

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Ele também lembra com carinho de um dos momentos mais marcantes da trajetória do grupo: o espetáculo “Pelas Margens”. “Foi um projeto lindo que contou a história de cada cidade e região do nosso Piauí. Esse espetáculo não só emocionou a todos, mas também uniu o grupo em uma vivência única, promovendo uma profunda conexão com as raízes do nosso estado”, relata.
Para Rony de Sousa, o Corpo de Dança da UESPI é um projeto diferenciado por sua capacidade de resgatar e preservar a cultura piauiense. “O objetivo do projeto é preservar nossa cultura que, muitas vezes, corre o risco de se apagar. Ao mesmo tempo, transforma os integrantes em pesquisadores da nossa história e tradições, o que torna o trabalho ainda mais significativo”, afirma.
Rony de Sousa também acredita na importância do Dia Internacional da Dança para dar visibilidade ao trabalho do grupo. “Esse dia é uma excelente oportunidade para refletirmos sobre como a dança é importante não só para a cultura, mas também para o desenvolvimento cognitivo e motor. Ela transforma o discente em um ser pensante e crítico, pois a dança, além de ser arte, também é pesquisa e estudo”, conclui.

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Carlos Santos, integrante do Corpo de Dança da UESPI de Picos, também compartilha sua trajetória e transformação a partir do projeto. “O que me motivou a participar do CDU foi a oportunidade de aprender e me inserir no mundo da dança. Eu entrei em 2017, sem ter formação na área, mas sempre com muito interesse. Depois dessa experiência, a dança passou a ser parte essencial da minha vida profissional e pessoal”, destaca.
Hoje, Carlos Santos define sua relação com a dança como indispensável: “A dança é meu lazer, minha terapia e também meu ganha-pão. Ela me proporcionou trabalhar como instrutor de fitdance, coreógrafo e professor de ritmos, além de abrir diversas portas na minha carreira”.
O maior marco para ele foi o desafio inicial: “Foi muito difícil no começo, pois eu não tinha experiência. Tive que estudar e praticar bastante. Esse desafio de evoluir e superar limites foi o que mais me marcou e me fez crescer”.
Sobre o impacto da dança, Carlos explica que ela é fundamental em sua vida pessoal, emocional e acadêmica. “Ela me ajuda a manter a mente saudável, combater o estresse e a depressão. No lado acadêmico, a dança também abriu caminhos: atualmente, estou no mestrado e minha pesquisa é sobre a aptidão física relacionada à dança”.
Para ele, participar de um projeto que integra pessoas de dentro e fora da universidade é enriquecedor: “É incrível! Aprendemos a conviver com as diferenças e construir algo em conjunto. É realmente uma família, com momentos bons e desafiadores, que nos fazem amadurecer muito”, completa.

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Cris Sousa, integrante do Corpo de Dança da UESPI de Teresina, também enfatiza a importância da dança em sua vida. “Danço desde os cinco anos e sempre busquei oportunidades para aprender mais. Quando descobri o CDU, vi a chance de aprofundar meus conhecimentos em novos estilos e técnicas”, comenta.
A dança, para Cris Sousa, é um verdadeiro refúgio: “Ela é minha maior paixão, meu equilíbrio entre corpo e mente, e me transforma constantemente como pessoa e como artista”.
O que mais a marcou desde que entrou no grupo foi o acolhimento e o aprendizado: “Desde o início, fui muito bem recebida por todos, e tive uma grande ampliação de conhecimentos, principalmente sobre as danças populares do Piauí, o que foi uma experiência enriquecedora”.
Sobre o impacto da dança em sua vida pessoal e acadêmica, Cris ressalta: “A dança sempre me ajudou a lidar melhor com as emoções, canalizando sentimentos em movimento. Além disso, amigos e colegas sempre me apoiaram em todas as atividades relacionadas à dança”.
Por fim, Cris Sousa destaca a alegria de fazer parte de um projeto que une diferentes pessoas: “É uma honra conviver com pessoas incríveis no CDU e poder compartilhar nossa cultura com o público em cada apresentação. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história”.

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Mateus Andrade, integrante do CDU de Teresina, encontrou no projeto uma forma de alimentar uma paixão antiga e manter vivo um elo afetivo com a dança que o acompanha desde a infância. Ele relata que o desejo de fazer parte do grupo nasceu da necessidade de se reconectar com essa arte que sempre o preencheu de felicidade. “O que me motivou foi a minha paixão pela dança que vem desde criança, que me traz uma felicidade imensa em todo o processo, desde o ensaio até a apresentação em palco”.
Mesmo com as exigências da vida profissional, Mateus busca equilibrar suas atividades com os compromissos do grupo, mostrando que a dança continua sendo uma prioridade em sua rotina. “Seja nos ensaios, oficinas, espetáculos ou competições, a dança está presente. Não desejo parar, porque é algo que me traz vida”.
Entre os momentos mais marcantes de sua trajetória no CDU, ele destaca a emoção vivida no palco do Teatro 4 de Setembro, em Teresina, durante a estreia de um espetáculo do grupo. “Nosso primeiro espetáculo lá, no ano passado, foi muito especial. Depois de tanto tempo preparando coreografias, pesquisando e ensaiando, ver tudo acontecer foi emocionante”.

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Ele também ressalta o papel transformador da dança em sua vida emocional e pessoal, descrevendo-a como um alicerce para enfrentar os desafios do dia a dia. “Apesar do cansaço, é extremamente gratificante. A dança me ajuda nos momentos difíceis e me faz seguir em frente. Tento sempre conciliar com minha vida acadêmica e profissional porque é algo muito importante pra mim”.
Por fim, Mateus Andrade destaca o valor do convívio coletivo no CDU, onde encontrou apoio, afeto e diversidade: uma combinação que fortalece não só o grupo, mas também sua identidade como artista. “Participar do projeto do CDU é extremamente gratificante. Conheci pessoas maravilhosas, dentro e fora da universidade, que considero grandes amigos. Estar em um corpo tão diverso, em vivências e corporeidades, é algo que enriquece muito o trabalho que realizamos”.

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O Corpo de Dança da UESPI, com mais de três décadas de atuação, mostra que a dança é um instrumento poderoso de educação, cultura e integração social. A partir do estudo e da valorização do folclore piauiense, o projeto amplia horizontes e cria novas possibilidades para seus integrantes, dentro e fora da universidade.
Histórias como as de Carlos Santos, Cris Sousa e do Mateus Andrade revelam como o projeto transforma vidas, abrindo caminhos profissionais, fortalecendo a identidade cultural e promovendo o crescimento pessoal. Em cada apresentação, o grupo leva ao público a diversidade e a riqueza do Piauí, ressignificando tradições e mostrando que a dança, além de arte, é também conhecimento, pesquisa e movimento de transformação.
Neste 29 de abril, Dia Internacional da Dança, o trabalho desenvolvido pelo Corpo de Dança da UESPI segue contribuindo para que a cultura piauiense permaneça viva, pulsante e em constante diálogo com novas gerações.