Por Filipe Benson
Entre os dias 7 e 9 de novembro, os alunos do curso de Licenciatura em Ciências Sociais dos 7º e 8º períodos do Campus Torquato Neto da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) realizaram uma pesquisa de campo etnográfica na cidade de Brejo, no Maranhão, com o objetivo de compreender as dinâmicas culturais, históricas e religiosas de comunidades com formações indígenas e quilombolas.
A atividade integrou o componente curricular de Antropologia e buscou proporcionar aos estudantes uma imersão prática nas tradições e expressões culturais locais, fortalecendo a articulação entre teoria e vivência.
Durante a pesquisa, os estudantes visitaram locais de relevância histórica e simbólica, como o Museu Macatrão, responsável por preservar a memória cultural da cidade; o casarão da família Castelo Branco, vestígio do período escravocrata; e o quilombo Saco das Almas, espaço de resistência e identidade afro-brasileira, onde conheceram o cemitério Saco das Almas, local dedicado ao Preto Velho, ambos marcados por manifestações de espiritualidade e ancestralidade. Esses encontros possibilitaram um contato direto com narrativas que expressam a memória coletiva e a resistência cultural da comunidade.

Alunos participantes da visita junto o monumento em Brejo (MA)
De acordo com a professora Lilian Gabriela, coordenadora da atividade, a aula de campo foi pensada como uma continuidade das discussões teóricas realizadas em sala de aula e teve como foco aproximar os alunos das realidades estudadas pela Antropologia. “A ideia era justamente articular o conteúdo teórico com uma experiência prática, de modo que os alunos pudessem perceber de forma mais direta a organização da sociedade brasileira e das comunidades tradicionais. Toda a atividade foi pensada de maneira colaborativa, integrando teoria e prática e valorizando o aprendizado que nasce desse contato direto com as pessoas, o espaço e as expressões culturais que compõem a história viva do lugar”, destacou a professora.

Estudantes em dialogo com lideranças locais
Para o estudante Marcus Vinícius, a vivência em Brejo foi uma oportunidade transformadora. “Uma das primeiras coisas que me chamou atenção foi a força da cultura local. Logo que chegamos, percebemos que o folclore e as tradições estão presentes na vida de todos os moradores. Eles compartilharam músicas, contos, mitos e memórias, algo que percebemos ser transmitido de geração em geração. Foi uma experiência única para compreender a profundidade dessa herança cultural”, relatou.
A pesquisa de campo representa uma das ações de formação integral promovidas pela UESPI, fortalecendo a aprendizagem ativa, o olhar crítico e a valorização das comunidades tradicionais como parte essencial da história brasileira.


















