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Desconstruindo preconceitos e abraçando a diversidade cultural nas aulas de Jornalismo

Por Giovana Andrade

Nesta semana, os alunos do primeiro período de Jornalismo da UESPI, campus Torquato Neto, receberam para uma aula o indígena Darlan Providência Oliveira Guajajara. Ele foi convidado pelo professor Edvan Luiz da Silva, na disciplina de Comunicação e Língua Portuguesa.

O indígena Darlan Providência Oliveira Guajajara na sala de aula.

O professor Edvan Luiz ressalta que participação do indígena na turma de jornalismo representa um passo significativo no que se considera uma formação humanística e inclusiva. Trata-se de uma formação engajada nos principais problemas que afetam a sociedade brasileira, buscando ouvir e dialogar com os mais variados grupos. Nesse contexto, o professor decidiu convidá-lo para compartilhar um pouco da cultura Guajajara, abrindo espaço para a discussão da questão da língua e da linguagem, possibilitando a produção de textos a partir de sua rica experiência.

“A presença dele na sala de aula vem para confirmar tudo isso, demonstrando que o ensino e a atuação em Jornalismo também incluem a oportunidade de trazer novas culturas para os estudantes. Assim, além de explorar a cultura indígena, pudemos também enriquecer nossa produção textual por meio das conversas com o Darlan durante sua visita.”

Isabelly Cristine, aluna do primeiro bloco, afirmou que a experiência de aprender sobre uma cultura com a qual não convive e que muitas vezes temos preconceitos infundados foi interessante. Ela destacou que as aulas do professor Edvan sempre são diferentes, possibilitando a ampliação do conhecimento sobre as diversas culturas do Brasil.

“Darlan compartilhou um pouco de sua cultura, que ainda é estereotipada, mas é incrivelmente rica em culinária, rituais, danças e tradições. Infelizmente, essa cultura ainda sofre muito preconceito, mas ele compartilhou conosco um pouco sobre  ela. Ele também explicou um ritual chamado ‘menina moça’, que marca a transição da adolescência para a vida adulta e como as tradições são mantidas”.

Filipe Benson, aluno também do primeiro bloco, descreveu que aprendeu um pouco mais sobre a cultura indígena através das experiências narradas pelo convidado e destacou que foi um experiência interessante e enriquecedora. ” Ele compartilhou conosco algumas de suas experiências como indígena, durante seu processo de transição para a cidade, na busca por emprego e outras vivências. Destacou também as diferenças entre sua vida na tribo e a vida na cidade, além de mencionar que na tribo não havia uma rotina com horários fixos, algo muito diferente do que estamos acostumados”.

Turma do primeiro bloco de jornalismo.

 

Professores e alunos realizam atividade com os povos indígenas Tabajara e Tapuiu do Piauí

 Por Giovana Andrade

Docentes e discentes dos cursos de Licenciatura Plena em Ciências Sociais e de Geografia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI)  realizaram um trabalho de Campo Exploratório com o  povo Indígena Tabajara, na Comunidade Nazaré localizada no município de Lagoa do São Francisco/PI. A atividade estava sob a orientação do Prof. Me. Marcelo Reges Pereira e do Prof. Dr. Fábio Martinez Serrano Pucci e aconteceu no último dia 03.

Visita ao Povo Indígena Tabajara na Comunidade Nazaré.

A ação faz parte das Disciplinas Fundamentos Antropológicos da Educação e Iniciação à Antropologia e o objetivo geral da pesquisa de campo exploratória foi utilizar as ferramentas metodológicas e os conceitos fornecidos pela Antropologia para a que os estudantes pudessem compreender o que é a atividade de campo, bem como, a observação participante como métodos científicos.

O Prof. Me. Marcelo Reges, que também  é artista plástico com o nome artístico Sete Genet-Piauí, na oportunidade, entregou uma de suas pinturas para o Museu Indígena Anízia Maria dos Povos Tabajara e Tapuio Itamaraty. Segundo o artista, a obra é uma homenagem as fundadoras da comunidade Antônia Jacinta e Josefa Jacinta. A pintura retrata as duas como heroínas que enfrentaram todas as dificuldades impostas para os povos indígenas no Séc. XVIII para chegar a região e fundar a comunidade.

“Acredito que não podem existir  heroínas sem rostos. Eu queria da um rosto para as Jacintas. Já fiz quadros sobre Deuzeli Vanines, Madu Ladino e Esperança Garcia, que são pessoas que enfrentaram muitas dificuldades para serem vistas e para garantirem seus direitos. Quando conheci a história das Jacintas, sabia que era meu dever, como antropólogo e artista plástico, dar visibilidade a estas mulheres. Elas contam um história do Piauí de resistência dos povos indígenas. Hoje, os Tabajara e os Tapuio Itamaraty são exemplos de resistência do poder de organização dos povos indígenas no Brasil. Um exemplo não só para o Piauí e para o Brasil, mas para o mundo”, afrmou.

Além de uma aula voltada para a parte científica, o prof. Marcelo Reges  recitou uma poesia para a comunidade visitada. A poesia se chama “Jacintas as Mães do Povo Tabajara ou Os Espíritos das Onças Paridas” e, segundo o Docente, trata-se de uma homenagem as “mães do povo Tabajara”.

 

Título da obra : Jacintas as Mães do Povo Tabajara ou Os Espíritos das Onças Paridas Técnica Acrílica, tinta metálica sobre tela (100x100cm) Sete Genet-Piauhy.

Fotos: John Lucas Pereira Cruz (estudante do 6 Bloco de Ciências Sociais).