UESPI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Projeto da UESPI é destaque em mesa temática internacional sobre direito e meio ambiente em Londres

Por Vitor Gaspar

Um projeto de pesquisa da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), do campus Barros Araújo em Picos, ganhou destaque na Conferência Anual de Materialismo Histórico de Londres. Coordenado pela professora Amélia Coelho, do curso de Direito e tendo como coautores Tayssa Gonçalves e Lucas Rodrigues, alunos do curso de Direito, o projeto intitulado “Economic-ecological crisis, primitive accumulation and transformation in environmental laws in Brazil” (“Crise econômico-ecológica, acumulação primitiva e transformações nas leis ambientais no Brasil”) trouxe à tona reflexões sobre como a acumulação de capital afeta diretamente as políticas ambientais e o uso de áreas de preservação.

A professora Amélia e a estudante Tayssa representando a instituição em Londres

A  pesquisa  foi apresentada ao lado de trabalhos de doutorandos em Direito e Ciências Políticas da França e da Alemanha, sendo elogiada como uma das mais impactantes do evento. Para a professora Amélia Coelho, que lidera o projeto, essa recepção positiva se deve ao aprofundamento crítico e reflexivo que a UESPI tem promovido em seus cursos. “Foi a partir das aulas e debates na matéria de Economia Política, no primeiro período de Direito, que construímos um espaço mais reflexivo e crítico sobre o Direito, indo além do positivismo”, destaca a professora, explicando que o projeto foi uma consequência dos encontros semanais de pesquisa que ela coordena.

O estudo se aprofunda em como o capitalismo busca mercantilizar áreas naturais para acumular capital, o que pode resultar em prejuízos ambientais. A professora Amélia também ressaltou que o caso específico do estado do Rio Grande do Sul foi usado como exemplo devido às mudanças recentes na legislação ambiental e os impactos das enchentes. “A gente reflete o papel do Direito nisto, especialmente com foco na legislação ambiental”, explicou, reforçando que o Direito tem um papel fundamental na mediação entre preservação ambiental e interesses econômicos.

O projeto foi construído de forma colaborativa, com a participação de Tayssa Gonçalves e Lucas Rodrigues, estudantes do curso de Direito da UESPI. Tayssa destaca que na abordagem sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, especialmente as de maio de 2024, foi uma tragédia já prevista, considerando que, em 2015, o Governo Federal encomendou estudos para prever os impactos das mudanças climáticas até 2040. Segundo ela, esses estudos projetaram um cenário com chuvas escassas no Norte e excessivas no Sul, o que é exatamente o que estamos vivenciando hoje. A pesquisadora afirma ainda que apesar dessa previsão, em 2009, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul revisou o Código Ambiental, reduzindo as proteções ambientais em favor do crescimento econômico.

“Essa crise, que é ao mesmo tempo econômica, física e ecológica, nos ofereceu uma perspectiva de análise sob o conceito de “acumulação primitiva”, revelando como tudo está interligado. O evento foi enriquecedor, repleto de conhecimento, e nosso projeto recebeu muitos elogios e reconhecimento, nos icentivando a continuar investindo nessa linha de pesquisa. Foi um grande prazer representar a UESPI e elevar o nome da instituição. Sou imensamente grata pela oportunidade que me proporcionaram para contribuir com esse debate tão atual e necessário”.

Momento da apresentação do trabalho em Londres

O financiamento e custeio da apresentação desse projeto em Londres já é fruto do Edital de Incentivo e Apoio à Participação de Eventos e Publicações da UESPI lançado em junho de 2024. O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UESPI, Rauyres Alencar destaca que a internacionalização desse projeto faz parte do programa de incentivo à divulgação científica e publicações acadêmicas e recebeu financiamento por meio do edital do Edital PROP UESPI 017/2024, que visa estimular a participação de professores, pesquisadores, alunos e servidores em eventos científicos locais, nacionais e internacionais.

“Temos projetos de pesquisa de impacto em várias áreas do conhecimento. É importante acreditarmos naquilo que a universidade realiza, e continuaremos a oferecer esse apoio, através do edital, para fortalecer o processo de internacionalização. Queremos que o que produzimos aqui seja reconhecido pela comunidade científica global e tenha o potencial de gerar transformações reais”.

Conquistas para além dos muros da universidade: Docentes da UESPI em evidência

Os professores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) têm se destacado em atividades acadêmicas e culturais fora do ambiente universitário, trazendo reconhecimento para a instituição. Recentemente, três professores, Kácio do Santos, Marcelo Reges e Anneth Silva, ganharam visibilidade por suas contribuições em suas respectivas áreas.

O professor Kácio, egresso do curso de Educação Física da UESPI e, atualmente, docente efetivo no Campus de Floriano, foi selecionado para o Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), fomentado pela CAPES. Ele está realizando seus estudos no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC), em Portugal. Sua pesquisa investiga o corpo em perspectivas afrodiaspóricas e decoloniais, temas que o Prof. Kácio integra diretamente nas disciplinas que ministra, como Dança, Recreação e Corpo e Educação.

Além disso, ele participa de projetos de extensão ligados às afrodescendências e comissões de banca de heteroidentificação racial. “A pesquisa está intitulada: CORPOREIDADES AFRO-ATLÂNTICAS: depois dos navios negreiros, outras correntezas?. Ter o afastamento da UESPI para cursar pós-graduação tem sido muito importante para este grau de qualificação, pois é um investimento importante para esta Universidade”.

Professor Kácio do Santos.

Outro destaque é o professor Marcelo Reges, que participou como expositor e palestrante na Feira de Arte LGBTQIA+ promovida pela Petrobras. O evento, realizado no mês do Orgulho LGBTQIA+ no Brasil, teve como propósito promover um debate amplo, acolhedor e instrutivo sobre Direitos Humanos e cidadania LGBTQIA+.

“Minhas obras foram voltadas para discutir a arte LGBT. Durante a exposição, utilizei como referência as pinturas da Serra da Capivara, que incluem representações de cenas homoeróticas. Expliquei como essas pinturas são fundamentais para refletirmos sobre a experiência humana em relação à arte, mostrando que as práticas homoafetivas e homoeróticas já eram retratadas muito antes da invasão europeia na América Latina e do surgimento do cristianismo.  Abordei tanto a importância de reconhecer a diversidade sexual quanto o papel da arte em representar essa diversidade”, explicou o docente Marcelo Reges.

Docente Marcelo Reges na exposição.

Pintura autoral do docente Marcelo Reges.

A docente Anneth Silva foi aprovada para um estágio pós-doutoral na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. O estágio, que ocorrerá de 8 de julho de 2024 a 31 de julho de 2025, focará em Direitos Humanos e Infância, com uma análise socio-histórica da produção discursiva no campo da enfermagem no Brasil. A docente também atuará no Grupo de Políticas e Organizações Educativas e Dinâmicas Educacionais do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra. “Eu pretendo trazer melhorias na perspectiva das metodologias ativas e das novas terapêuticas na área da saúde, principalmente no campo da enfermagem, onde atuo. Meu foco é na área de transplantes. Além disso, quero explorar a área dos direitos humanos, com ênfase nos direitos da infância. No meu trabalho, pretendo analisar as repercussões da Convenção sobre os Direitos da Criança no Brasil e verificar o que está sendo feito aqui no Piauí”.

Docente Anneth Silva.

Jornalismo UESPI: aluna conquista 1° lugar no Prêmio Sebrae de Jornalismo

Por Anny Santos

Aluna do curso de Bacharelado em Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) conquista 1° e 3° lugar no Prêmio Sebrae de Jornalismo. O prêmio é uma iniciativa do Sebrae para valorizar os profissionais de imprensa que contribuem para fortalecer o empreendedorismo brasileiro com seu trabalho.

Vitoria Pilar, aluna do 7° bloco de Jornalismo do campus Poeta Torquato Neto, se destaca ao conquistar 1° e 3° lugar no Prêmio Sebrae de Jornalismo, que tinha como tema dessa edição “Pequenos Empreendedores que Inovam”, pessoas que estão no mercado, sendo microempreendedores, e inovando em alguma parte de suas produções. A premiação contou com as categorias de Texto, Áudio, Vídeo e Foto.

Para a vencedora do prêmio, é muito importante ter o seu trabalho reconhecido e essa é uma das principais funções desse concurso. Segundo ela, pensar em novas e boas histórias e poder contá-las foi fundamental, fazer algo em que se acredita e fazer com que as pessoas tenham um novo olhar sobre o Piauí é um papel ímpar que Vitória atribui ao jornalismo.

“Quando eu vi que o SEBRAE estava dando um prêmio e abriu o concurso, então, logo me prontifiquei para poder participar, porque uma premiação desse cunho é muito importante para termos um reconhecimento do nosso trabalho. Todas as instituições que fazem algum tipo de concurso para reportagens, elas possuem o objetivo de estar pautando a imprensa, mas, ao mesmo tempo, reconhecer os profissionais de comunicação. Então, assim que que eu vi o prêmio também vi uma oportunidade de reconhecimento do meu trabalho e incentivar essas pautas mais inovadoras”.

A reportagem que conquistou o 1° lugar foi feita exclusivamente para o concurso. Ela narra a história pessoal da família de Vitoria Pilar, considerada uma das famílias fundadoras da Feira do Livro do Piauí, que começou a ser trilhada em meados década de 90 quando ela ainda era realizada na Praça do Liceu e os livros eram vendidos no chão. A reportagem conta a história e a reinvenção desses empreendedores com a pandemia, onde tiveram que transformar um mercado de papel em um mercado digital, modificando seus serviços.

 “Atribuo muito dessa conquista aos meus colegas de trabalho. O site que estou hoje, O Estado do Piauí, é um site muito novo, ele tem menos de um ano e é um projeto em que a gente acredita num jornalismo que é possível, um jornalismo que conta histórias, um jornalismo progressista que pode se reinventar para além do Hard News. Além disso, foi na UESPI que eu fiz os meus primeiros contatos de mercado, foi o lugar em que eu aprendi o que é um texto e que é um texto jornalístico. A universidade me deu professores que são meus amigos e amigos que são como irmãos, então a UESPI tem esse papel como ser humano”.

Vitoria Pilar enxerga o prêmio como um impulso para jovens jornalistas que querem fazer uma boa pauta e conseguir reconhecimento por meio de seus trabalhos. “Pesa muito a experiência e ser novo no mercado. Ser jovem e ter conquistado esse prêmio em meio a tantos repórteres tão experientes e muito bons é também uma forma de mostrar que o novo jornalismo e o jovem jornalista têm espaço nesse mercado”.

Em 3° lugar ficou a reportagem feita em 2021, no aniversário do Piauí. Trata-se de uma reportagem sobre pessoas que, dentro dos seus pequenos negócios, tinham o Piauí como inspiração. É uma história sobre pessoas que vendem copos, blusas e outros objetos customizados, o negócio delas é o Piauí. O texto feito em homenagem ao aniversário do Estado.