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UESPI36ANOS: pesquisadores uespianos falam sobre o impacto social de seus estudos

Por Vitor Manoel

Em homenagem aos 36 anos da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), comemorado no dia 28 de julho, a Assessoria de Comunicação organizou uma série de reportagens especiais para celebrar a data, contando a história da universidade e dos personagens que a compõe. Nesta, destacaremos os projetos de pesquisas desenvolvidos através do PIBIC e PIBIT.

A UESPI compreende que o desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão deva se realizar de forma articulada, com a finalidade de produzir e divulgar o conhecimento através da produção científico-acadêmica nos campos técnico, científico e artístico-cultural, posicionando-se também como orientação e suporte às atividades de ensino e de extensão.

O Programa Institucional de Bolsas Científica (PIBIC) é um programa da UESPI, financiado em parte pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento (CNPq), que tem como principal objetivo fomentar a prática da Iniciação Científica nas Instituições de Ensino Superior. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico (PIBIT) estimula jovens do ensino superior nas atividades, conhecimentos e práticas que levem ao caminho do desenvolvimento tecnológico e da inovação.

Na UESPI, a abertura do edital para o envio de propostas de projetos pelos docentes acontece no início do ano, permitindo a submissão de até quatro projetos de pesquisa, sendo que cada um deles contempla um aluno. O discente que esteja interessado a concorrer ao programa deve se juntar a um professor, no qual já saiba com que tipo de pesquisa ele costuma trabalhar e que se identifique, formando, desse modo, uma parceria na construção da pesquisa.

 O processo segue com a avaliação classificatória do projeto que aplica 30% do peso a proposta, 60% a produção acadêmica do professor e 10% ao Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) do aluno. Os melhores classificados aparecem nas primeiras posições no ranking e tem a oportunidade de ganharem uma bolsa de 400 reais. Atualmente 79 bolsas são disponibilizadas via CNPq, 130 bolsas da UESPI e a novidade para 2022 é a participação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), ofertando 25 bolsas, totalizando 234 projetos com bolsas para o aluno.

Para o Diretor do Departamento de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Gustavo Gusmão, e professor de Física, a produção de projetos de pesquisa é muito importante, pois permite a introdução dos discentes de graduação no caminho da pesquisa científica. “Para a UESPI e para outras universidades que ofertam esse programa, é primordial, pois faz parte do tripé desta Instituição fazer com que o aluno tenha uma formação de Ensino, Pesquisa e Extensão. Mesmo que ele não siga o caminho da pesquisa, todo o conhecimento adquirido durante esse processo o ajuda a criar uma bagagem que pode ser aproveitada independente do caminho em que ele seguir”, afirma.

Diretor do Departamento de Pesquisa da PROP, Gustavo Gusmão

Professores pesquisadores

Segundo o Professor Dr. Laécio Santos, pesquisador da área de Química, os alunos de iniciação científica conseguem adquirir todo o suporte necessário durante a construção do processo, adquirindo um grande aprendizado para projetos futuros. “A gente procura falar com os alunos, perguntar de que período eles são, eu prefiro trabalhar com os de quarto e quinto período que estão mais desenvolvidos em termos de conhecimento e que possam trabalhar com as complexidades da pesquisa. Especialmente na minha área onde você trabalha em laboratório requer muita dedicação, mas que é algo que vale muito a pena, porque a Iniciação Científica é a base fundamental para o avanço na carreira acadêmica e com outros professores”, explica.

Prof. Dr. Laécio Santos do curso de Química

O Prof. Dr. Cícero Niconili, do curso de Ciências Agronômicas, destaca que costuma estimular os alunos nos primeiros períodos sobre sua linha de pesquisa para que eles já possam se interessar em participar do projeto. “Tudo parte da iniciação científica, o senso de pesquisa, ele ver logo na graduação e até procura a sua área de interesse. Isso ajuda muito os alunos em projetos futuros de mestrado e doutorado que eles buscam”, relata.

Prof. Dr. Cícero Nicollini, do curso de Engenharia Agronômica

Alunos pesquisadores

O discente Joel Rodrigues, do curso de Bacharelado em Jornalismo está atualmente realizando uma pesquisa com a professora Sônia Carvalho, ele está em sua segunda participação no PIBIC e comenta que o aluno precisa tomar a iniciativa de buscar o professor para encontrar um projeto que goste e se identifique. Depois, o orientador passa todo o direcionamento da pesquisa, cronograma geral de entrega de relatório parcial e do relatório final, análise do material, coleta do material, dentre outros.

“Para mim, significa muito participar de um projeto de pesquisa, eu nunca entrei na Universidade, especialmente fazendo jornalismo sem ter um objetivo final, eu já queria de algum modo, me desenvolver dentro da academia e a pesquisa foi uma forma que encontrei de contribuir com temas que possam vir a serem discutidos pela sociedade, por isso minhas duas pesquisas feitas até agora envolvem temas sociais que é área de pesquisa que mais me identifico”, comenta o aluno.

Joel Rodrigues, aluno do 6º Bloco do curso de Bacharelado em Jornalismo

O estudante Vinicius Ribeiro do 8º Bloco do curso de Licenciatura Plena em Geografia, relata que está em sua segunda participação no programa, e que isso o ajudou a desenvolver de forma acadêmica. “O PIBIC me ajudou a desenvolver o sendo crítico, a desenvolver de forma técnica e científica determinados temas. O programa serve como auxiliador para o desenvolvimento de uma base sólida de capacitação na área científica”, finaliza o discente.

Vinicius Ribeiro, aluno do 8° Bloco do curso de Licenciatura em Geografia

O aluno Leandro Pessoa, do curso de Engenharia Agronômica do 7º período, destaca que no PIBIC existe a possibilidade da participação no evento anual (SPC/SIC – Simpósio de Produção Científica/Seminário de Iniciação Científica) para publicação dos resultados obtidos com a pesquisa em forma de resumo. “Eu gosto muito porque contribui para um conhecimento mais específico sobre o tema estudado, além de ampliar nossa rede de contatos profissionais. Temos uma familiaridade com o universo das publicações Científicas. É muito bom participar desse tipo de evento”, encerra o estudante.

Francinaldo Nunes, do curso de Engenharia Agronômica do 7º bloco, comenta que o PIBIC além de ser um complemento para o currículo acadêmico, é mais um grande aprendizado e uma experiência a mais. “Vem me ajudando na construção do meu TCC, pois o caminho é parecido especialmente na forma de escrever e isso nos dá conhecimento na hora de executar”, analisa o discente.

Projeto sobre educação inclusiva

A UESPI promove pesquisas voltadas ao âmbito da educação, entre elas está uma desenvolvidas pela professora Maria de Jesus do curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Piauí que está com um projeto de pesquisa intitulado de “Políticas, formação de professores e os desafios das práticas da educação inclusiva: relatos de experiências e impasses da atuação profissional de egressos de pedagogia das universidades públicas de Teresina-PI” com a participação de cinco pesquisadores.

 A pesquisa está sendo organizada em três etapas, a primeira, consiste no levantamento teórico, bibliográfico e análise de dispositivos legais nacionais e locais sobre as políticas de inclusão educacional das pessoas público-alvo da educação especial, em conjunto com uma análise em comparação com as leis nacionais os Projetos Políticos Curriculares das instituições de ensino superior de Teresina-PI, os dois Campi da UESPI e o da UFPI, bem como os Planos das Secretárias Municipais e Estaduais.

Paralelamente, a pesquisa busca informações sobre os egressos dessas instituições do período de 2016 a 2019, para uma aplicação no questionário. A amostra da pesquisa de campo será feita a partir da definição de 10% da quantidade de alunos formados no período de 2016 a 2019, o que dará base ao conhecimento de quais desses egressos estão atuando com crianças público-alvo da educação especial no ensino regular em escolas públicas do Piauí. Na segunda etapa será realizado um levantamento e análise bibliográfica sobre a formação continuada em educação inclusiva de professores e na terceira será feito um levantamento acerca das práticas inclusivas com êxitos em escolas públicas experienciadas pelos sujeitos participantes da pesquisa.

“Pretende-se com o desenvolvimento dessa pesquisa a produção de artigos e livros, o desenvolvimento de atividades de extensão, tais como: palestras e cursos, divulgações em eventos científicos dos resultados, com o intuito de contribuir com a formação e informação de professores, profissionais de áreas afins e comunidade em geral. Com este estudo espera-se conhecer pontos necessários para intervenção na formação inicial e continuada de professores, dessa forma, buscar subsídios de complementação de um ensino de qualidade que contemple posteriores mudanças nas práticas pedagógicas nos espaços escolares de modo que as pessoas com deficiências possam ter um ensino mais inclusivo”, destaca a professora Maria de Jesus.

Este projeto se justifica pela necessidade de conhecer como os Cursos de Superiores de Pedagogia tem se organizado e contribuído para o processo do ensino inclusivo. Outro aspecto importante se refere a realização de outras pesquisas nesta área que possibilitarão o surgimento de estratégias didáticas e reflexões teóricas e práticas, importante a uma melhor condução do ensino inclusivo e um outro ponto que o projeto se propõe é contribuir na ampliação de produções bibliográficas na área da educação inclusiva em nosso Estado.

Para a professora Jesus, o objetivo geral é analisar a legislação e sua aplicabilidade na inclusão da pessoa público-alvo da educação especial, destacando a formação de professores e o desenvolvimento de práticas inclusivas em instituições educacionais públicas no Estado do Piauí.

 “Os objetivos específicos são: fazer o levantamento e análise dos dispositivos legais nacionais e no estado do Piauí referente a inclusão da pessoa público alvo da educação especial, conhecer e listar as boas práticas desenvolvidas acerca da educação inclusiva em escolas regulares, identificar os fatores que influenciam, positivamente e/ou negativamente, no desenvolvimento do ensino inclusivo em escolas regulares no Estado do Piauí, correlacionar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos nas academias com as práticas docentes versus os desafios da rotina da educação inclusiva de pessoas público-alvo da educação especial nas instituições de ensino piauienses”, encerra.

A Equipe de Pesquisa está constituída por membros do Grupo de Estudo em Educação Inclusiva e dos Processos de Desenvolvimento e Aprendizagem (GEEIDA), certificado pela UESPI. Para a discente Marcela Oliveira, formada em Pedagogia na Universidade Estadual do Piauí e estudante de pós graduação em Neuropsicopedagogia pela faculdade Malta e pesquisadora nesse projeto, participar de propostas vinculadas ao grupo de estudos GEEIDA, tem sido muito gratificante. Ela observa que cada vez mais vem percebendo como debater sobre as práticas pedagógicas são emergentes e ao mesmo tempo pouco dialogada.

“Muitos profissionais acabam enrijecendo sua prática por falta de continuação de estudos, pesquisas e debates. Ao dialogar sobre as ações que norteiam a vivência em sala de aula oportunizamos os profissionais a olharem para sua própria prática e refletir sobre ela. Minha relação com a professora Jesus não é só acadêmica, foi minha professora e orientadora de TCC. Hoje a considero como parte da minha família, seus conselhos, sua ajuda, sua parceira foram e são essenciais para a pessoa que tenho me tornado e estou me tornando”, finaliza.

Marcela Oliveira, pesquisadora no projeto

Amanda Letícia, pós-graduada em docência do Ensino Superior, destaca que a pesquisa apresenta vários pontos importantes a serem ressaltados para os estudantes, professores e pesquisadores. Pois, destacam desde a história da inclusão de forma geral, a educação, lutas e conquistas, na qual, constam documentos presentes na Constituição, a LDB e o PNE que ajudaram a consolidar a inclusão nas escolas até os dias atuais.

Segundo ela, como o pensamento tradicional foi se desconstruindo aos poucos, mas também, como as práticas educacionais tornaram-se mais dinâmicas, adaptáveis e eficientes com o passar dos anos. Nesta pesquisa buscou-se compreender o papel do docente em suas ações e aprofundamentos diante da sua formação e na continuação dos estudos e saberes voltados para esse público alvo, juntamente, com as diretrizes curriculares da formação docente nas Universidades públicas de Teresina – UFPI e UESPI -.

“Fazer parte dessa pesquisa é de grande enriquecimento pessoal e profissional como professora e pesquisadora. Aborda uma temática muito gratificante de ser estudada, porque é um trabalho que está sendo feito/pensado minuciosamente com todo cuidado e atenção para os futuros leitores. A cada escrita e reunião é um novo aprendizado, ainda mais, com o auxílio da professora, Maria de Jesus, que nos dar todo o suporte, apoio e material necessário para o andamento da pesquisa. Além disso, é uma grande inspiração para mim como pedagoga e escritora”, encerra.

Amanda Letícia, pesquisadora no projeto

Para o pesquisador Francisco Fernando essa pauta é muito importante, pois trata de uma realidade do Estado que nem todos conhecem. “Esse tema me chamou, pois se trata de como a educação especial é vista e tratada no nosso Estado, em como muitas dessas escolas não tem uma estrutura completa para poder contemplá-las esses estudantes”.

Durante os seus 36 anos, a UESPI formou e fomentou pesquisas. Atualmente, contamos com 234 bolsas de incentivo à pesquisa transformando a educação e inovação no Piaui.