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O Gancho, o laboratório de jornalismo impresso da UESPI, chega às edições 50 e 51

Por Raíza Leão

“Vivenciar o jornalismo impresso é vivenciar a verdadeira experiência de contar histórias”.  A frase da estudante Isadora Santos resume o sentimento da turma que, neste semestre, deu vida às edições 50 e 51 do Gancho, o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).

O Gancho, que completa duas décadas de existência, retorna às salas e corredores da UESPI com duas novas edições produzidas pelos alunos do 3º período, nas disciplinas “Design Jornalístico e Redação, Produção e Edição para Mídias Impressas”, sob orientação da professora Ohana Luize. Durante semanas, a rotina acadêmica assumiu o ritmo de uma redação, aproximando os estudantes da prática real do jornalismo, com suas exigências, desafios e descobertas.

Para a professora Ohana Luize, conduzir o projeto tem um significado especial. Ela mesma foi aluna e editora do Gancho durante a graduação. Hoje, ao retornar como docente responsável, enxerga a experiência como um ciclo que se fecha e outro que se abre. “A turma produz as matérias e também a diagramação, que é o design. Acompanhei a turma anterior, quando ministrei Design, enquanto a disciplina de Redação era ministrada pela professora Sammara Jericó. Naquela ocasião, finalizamos a edição 49. Neste semestre, dentro do planejamento, couberam duas edições, então produzimos a 50 e a 51. É muito simbólico voltar ao Gancho neste outro papel, o da docência”, afirma.

Ohana Luize enfatiza que o Gancho não é apenas um exercício acadêmico, mas um espaço em que os estudantes experimentam o jornalismo no seu formato mais artesanal, exigente e detalhista. “É no laboratório que eles entendem o peso de cada escolha editorial, cada fonte e cada palavra”, complementa.

A pauta das edições se estruturou a partir de reflexões sobre o jornalismo contemporâneo e sobre o compromisso do curso com a comunidade. A orientação era pensar o local, Teresina, o Piauí e o próprio ambiente universitário.

Os estudantes definiram editorias, selecionaram temas que dialogassem com suas realidades e criaram a estética das novas edições, escolhendo cores, fontes, estilos fotográficos e padrões gráficos. Só depois disso partiram para a fase de campo, sempre com o repórter em protagonismo.

A estudante Ana Cecilia de Carvalho conta que vivenciou momentos contrastantes durante o processo de produção. “O processo de produção foi algo meio 50/50. Fiz duas matérias em colaboração com algumas colegas, e uma delas foi muito tranquila. Mas a matéria especial foi complexa porque dependíamos da resposta de terceiros, e isso atrasou muito”.

O Gancho, edição 50

Ela destaca que o trabalho a fez compreender, pela primeira vez, o ritmo real de uma redação. Da ansiedade ao realizar entrevistas à frustração diante de fontes que não respondiam, Ana Cecilia percebeu que o jornalismo é feito de imprevisibilidades e de persistência. “Esse foi um dos melhores projetos que já participei. Entendi como funciona o processo criativo de produção de pautas e o que realmente é construir um jornal do zero. Foi leve, apesar das dificuldades, e muito transformador”.

A estudante Isadora Santos, que participou da produção da matéria especial da edição 50, explica que a turma se organizou em duplas ou trios, com cada grupo responsável por uma pauta e pela diagramação de outra edição. O primeiro desafio foi a criatividade: como não poderiam trabalhar com temas factuais, já que a edição levaria meses para ficar pronta, foi necessário pensar assuntos atemporais, mas interessantes. “Meu primeiro desafio foi a criatividade. O segundo foi buscar fontes e ajustar o tempo dos entrevistados”.

A matéria especial que ela e Ana Cecília ficaram responsáveis pedia sensibilidade e rigor: contar a história do próprio jornal laboratório, desde sua criação em 2005 pela professora Ana Célia, até sua consolidação como um dos pilares da formação no curso de Jornalismo da UESPI. “Era o maior desafio de todos. Queríamos fazer jus à história do Gancho, que segue sendo essencial para os estudantes”, relata Isadora Santos.

O Gancho, edição 51

Para ela, experienciar o jornalismo impresso foi uma novidade que impactou profundamente sua visão profissional. “Aprendi a ser mais criteriosa. No impresso, não há como corrigir depois. Essa responsabilidade nos faz entender o peso de apurar com zelo, de valorizar as narrativas”.

A professora Ohana avalia que as edições 50 e 51 revelam uma turma criativa, comprometida e conectada ao seu tempo. “Eles entregaram matérias pertinentes, atuais e ligadas ao universo deles como estudantes e cidadãos”. Segundo ela, o jornalismo só se aprende fazendo e o Gancho garante justamente essa vivência integral: apuração, escrita, edição, design, tomada de decisões e responsabilidade sobre os resultados.

Ao completar duas décadas e chegar às edições 50 e 51, o Gancho reafirma seu papel como um dos projetos mais tradicionais e formadores do curso de Jornalismo da UESPI. Mais do que um produto final, ele representa um processo, uma travessia que marca a vida acadêmica dos estudantes e os prepara para a prática profissional.

Entre criatividade, inseguranças e descobertas, o jornal se torna parte da memória coletiva do curso. Cada edição registra não apenas histórias externas, mas também a própria história da turma que a produziu. E, como mostram as novas páginas do Gancho, é dessa mistura de teoria, prática e sensibilidade que surgem os jornalistas que, no futuro, irão contar as histórias do Piauí e além.

Link das edições: 50 e 51

UESPI fortalece diálogo com gestores em encontro com diretores e vice-diretores

Por Roger Cunha 

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI) reuniu, em um encontro estratégico, diretores e vice-diretores de centros e campi de todas as regiões do estado. A reunião teve como foco o fortalecimento da gestão universitária, a valorização dos gestores e a abertura de um diálogo permanente entre a administração superior e as unidades acadêmicas. O momento também foi marcado por importantes entregas simbólicas e estruturais: além das novas vans e veículos oficiais que irão reforçar a logística e o funcionamento das unidades, cada campus contemplado recebeu o selo “OAB Recomenda”, reconhecimento nacional concedido aos cursos de Direito com excelência comprovada em qualidade acadêmica.

UESPI reforça integração institucional em reunião com diretores e vice-diretores dos campi

Ao longo dos últimos anos, a UESPI tem intensificado iniciativas voltadas ao fortalecimento interno e ao desenvolvimento de ações integradas entre os campi. O encontro buscou consolidar esse movimento ao aproximar gestores que lidam diariamente com realidades distintas, desde grandes centros urbanos até municípios situados em áreas rurais ou de difícil acesso, permitindo que desafios, demandas e soluções fossem compartilhados em um espaço colaborativo.

Outro ponto fundamental foi a valorização dos gestores locais, que representam a linha de frente da instituição em cada região. São eles que acompanham a execução de projetos, o funcionamento de cursos, a manutenção de estruturas e a construção do vínculo com as comunidades acadêmicas e municipais. Reconhecer esse trabalho e oferecer um espaço de escuta ativa reforça a importância de uma gestão participativa, descentralizada e sensível às especificidades de cada campus.

UESPI reforça integração institucional em reunião com diretores e vice-diretores dos campi

A entrega das novas vans e carros também se integra a esse processo de fortalecimento institucional. Os veículos irão apoiar deslocamentos para atividades de ensino, ações de extensão, participação em eventos científicos, visitas técnicas, assistência administrativa e demandas internas. A medida é vista como uma resposta concreta a necessidades antigas de mobilidade, especialmente em locais onde o transporte era limitado e impactava diretamente o funcionamento das atividades acadêmicas e administrativas.

A ampliação do diálogo institucional também foi destaque no encontro. A administração superior reforçou que a construção de uma universidade forte depende de comunicação clara, planejamento conjunto e cooperação entre todas as unidades. Ao estimular esse ambiente de troca, a UESPI busca garantir que as decisões estratégicas reflitam as necessidades reais dos campi, favorecendo políticas mais assertivas e uma gestão mais equilibrada em todo o território piauiense.

O Reitor da UESPI, Professor Dr. Evandro Alberto destacou a importância do momento e reforçou o compromisso com uma gestão integrada e atenta às demandas dos campi. Ele explicou que o encontro representa mais do que uma atividade administrativa: é um gesto de reconhecimento e valorização das equipes que sustentam o funcionamento da instituição no dia a dia. “Este encontro simboliza a união da nossa universidade. Reunir nossos diretores e vice-diretores é reconhecer o papel essencial que cada gestor desempenha na condução dos campi. São eles que vivenciam de perto as demandas, desafios e avanços de cada unidade, e por isso precisam estar no centro das nossas decisões”, afirmou o reitor.

Ele também contextualizou que a entrega dos veículos é parte de um planejamento maior, alinhado ao fortalecimento das estruturas e à melhoria dos serviços internos. “A entrega das vans e dos carros representa um passo importante na modernização e na eficiência da nossa instituição. Esses veículos vão ampliar a capacidade de deslocamento, facilitar ações acadêmicas e administrativas e garantir que nossos campi tenham condições mais adequadas para desenvolver suas atividades”, destacou.

UESPI reforça integração institucional em reunião com diretores e vice-diretores dos campi

O Reitor encerrou enfatizando o compromisso da gestão com o diálogo contínuo, a valorização humana e o investimento progressivo nas condições de trabalho das unidades. “Nosso compromisso é seguir avançando. Não há universidade forte sem escuta, sem planejamento conjunto e sem valorização das pessoas que fazem a UESPI todos os dias. Este é apenas o início de um movimento que vai continuar fortalecendo nossa instituição em todas as regiões do estado”, concluiu.

O evento também se tornou espaço de participação ativa dos gestores que assumirão os rumos da universidade nos próximos anos. O Reitor eleito, Professor Dr. Paulo Henrique ressaltou a relevância da iniciativa e reforçou o papel estratégico desse diálogo no processo de transição e continuidade institucional. “Eu acho que é um momento muito importante esse momento em que o professor Evandro está reunindo todos os diretores dos campi e centros, exatamente para fazer essa análise do que foi o ano de 2025, fazer algumas entregas e, principalmente, estabelecer cada vez mais uma conexão da administração superior com quem está lá na ponta. É um momento de união e de aproximação muito salutar para toda a nossa universidade”, afirmou.

A Vice-Reitora eleita também destacou a dimensão simbólica e prática do encontro, ressaltando a gratidão à equipe gestora atual e o compromisso com uma gestão compartilhada para os próximos anos. “Esse momento foi uma oportunidade de agradecer aos diretores, recebê-los aqui na nossa casa, no Palácio Pirajá, e reconhecer a relevância da atuação deles enquanto gestores na capital e no interior. Também reforçamos nosso compromisso com a próxima gestão, que será participativa, transparente e construída a várias mãos. Não poderíamos deixar de reconhecer o papel essencial de cada diretora e diretor na composição da nossa universidade”, declarou a professora Dra. Fábia Buenos Aires.

UESPI reforça integração institucional em reunião com diretores e vice-diretores dos campi

Para os diretores presentes, o encontro representou não apenas reconhecimento institucional, mas também um espaço de troca e construção conjunta de soluções. O diretor do campus de Corrente reforçou a importância de reunir diferentes realidades da UESPI. “Esses encontros são importantes porque conseguimos juntar diretores de geografias e desafios distintos. Aqui aprendemos juntos a superar dificuldades e seguimos trabalhando para o melhor resultado da UESPI”, avaliou o professor Alcir Rocha.

A diretora do campus de Piripiri destacou que, além da troca de experiências, o momento incluiu o recebimento de equipamentos que fortalecem o trabalho administrativo e acadêmico nas unidades. “Achei muito boa essa iniciativa, inclusive para interagir com os outros diretores. Também recebemos materiais importantes, como notebook e data show, que vão ajudar muito no nosso trabalho. É um prazer estar aqui trocando ideias e melhorando cada vez mais nossa atuação”, afirmou a professora Rosa Mamede.

UESPI reforça integração institucional em reunião com diretores e vice-diretores dos campi

Já o diretor do campus de Bom Jesus destacou que o encontro reforça a unidade institucional e fortalece os laços entre a administração superior e os campi do interior. “Muito bom momento, ampliando a comunicação entre a Administração Superior e os campi do interior. Recebemos ferramentas importantes para o nosso trabalho e vimos o reconhecimento aos cursos dos campi do interior. Tudo isso demonstra uma UESPI cada vez mais unida”, avaliou o professor Gasparino Batista.

UESPI reforça integração institucional em reunião com diretores e vice-diretores dos campi

O Reitor encerrou enfatizando o compromisso da gestão com o diálogo contínuo, a valorização humana e o investimento progressivo nas condições de trabalho das unidades. “Nosso compromisso é seguir avançando. Não há universidade forte sem escuta, sem planejamento conjunto e sem valorização das pessoas que fazem a UESPI todos os dias. Este é apenas o início de um movimento que vai continuar fortalecendo nossa instituição em todas as regiões do estado”, concluiu.

Programa Pró Equidade 2025 apresenta resultados e reforça compromisso da UESPI com inclusão e combate às desigualdades

Por Roger Cunha 

A Universidade Estadual do Piauí realizou  o evento de encerramento do Programa Pró Equidade de Gênero, Raça e Diversidade 2025. A cerimônia, transmitida ao vivo pelo canal oficial da UESPI no YouTube, reuniu docentes, técnicos, estudantes e representantes de órgãos estaduais para celebrar um ano de ações, pesquisas e formações que reafirmam o compromisso da instituição com uma cultura acadêmica mais acolhedora, inclusiva e plural.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

O encontro contou com a presença de autoridades como a Pró-Reitora de Ensino de Graduação, professora Mônica Gentil, representando o reitor professor Evandro Alberto, além da Vice-Pró-Reitora de Administração e Finanças, professora Joseane Leão, e da equipe do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NEVIM). O momento também homenageou a assistente social e ativista Ayra Dias, referência na luta pela diversidade e pelos direitos da população trans e o Reitor da UESPI,  Professor Dr. Evandro Alberto.

Criado em 2024 e vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, o Pró Equidade se consolidou como um programa permanente dentro da UESPI. De acordo com a coordenadora geral, professora Samaira Souza, o encerramento do ciclo não representa um “fim”, mas sim a conclusão de uma etapa. “Falamos em ‘encerramento’, mas é apenas simbólico. As ações não se encerram, porque elas acontecem diariamente nos setores, nos serviços e na vida da universidade.”

O programa foi desenvolvido ao longo do ano por uma comissão formada por seis mulheres, docentes e técnicas que se dedicaram a estruturar, articular e acompanhar ações distribuídas em 10 eixos temáticos, desde campanhas de conscientização até formações, rodas de conversa e pesquisas sobre diversidade, raça, gênero e combate ao assédio.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

Samaira Souza reforçou ainda que o ProEquidade tornou-se, na prática, uma política institucional. “Equidade de gênero, raça e diversidade tem seu lugar dentro da nossa instituição. Esse trabalho não é inventado: ele nasce das ações reais que já estão acontecendo e que precisam ser fortalecidas.”

A Pró-Reitora de Ensino de Graduação da UESPI, professora Mônica Gentil, participou do encontro representando o Reitor, professor Evandro Alberto, e reforçou institucionalmente o compromisso da universidade com a pauta da equidade. Ao abrir sua fala, ela destacou que o momento simboliza não apenas um gesto administrativo, mas um movimento necessário para que a instituição avance em direção a práticas mais justas e alinhadas às demandas sociais. “Este é um momento essencial para que a universidade repense suas práticas e se aproxime ainda mais da sociedade”, afirmou.

A Pró-Reitora também reconheceu o trabalho das equipes envolvidas na execução do programa, ressaltando o esforço contínuo para consolidar políticas internas que enfrentam desigualdades e fortaleçam a responsabilidade social da universidade. “Parabenizo todos que têm estado à frente desse programa, que têm lutado para que a equidade avance dentro da universidade”, completou.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

A representante da Secretaria Estadual da Mulher, Ayra Dias, homenageada do evento, fez uma das intervenções mais significativas da manhã. Mulher trans e negra, ela iniciou sua fala com autodescrição para fins de acessibilidade e apresentou dados levantados pelo Programa Pró Equidade ao longo do ano. “Somos um estado majoritariamente negro, mas isso ainda não se reflete nos espaços de poder”, afirmou.

Ayra Dias destacou que o perfil populacional do Piauí também aparece dentro da universidade. “O Piauí tem mais de 70% da população negra. E esse cenário está refletido na UESPI, onde a maioria das servidoras são mulheres negras altamente qualificadas”, pontuou.

Apesar disso, ela chamou atenção para os desafios enfrentados por esses profissionais no cotidiano institucional.“Ainda assim, essas mulheres vivenciam violências estruturais todos os dias. Violências que vão desde o etarismo até a cobrança pelo estado civil. Frases como: ‘Você não vai ter filhos?’, isso é violência.”

Ao comentar sobre o conceito de equidade, Ayra reforçou que o tema exige reconhecimento das diferenças e das desigualdades existentes. “A equidade não é sobre tratar todos como iguais. É sobre compreender que somos diferentes e que essas diferenças precisam ser respeitadas.”

Ela também destacou que iniciativas voltadas para ambientes institucionais mais inclusivos contribuem diretamente para a administração pública. “Ambientes saudáveis geram políticas públicas bem executadas. O Pró Equidade não é só uma ação bonita, ele melhora a qualidade do serviço público”, concluiu.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

A psicóloga Vitória Antão, do Enfrentamento à Violência contra a Mulher (NEVIM), apresentou dados que evidenciam a demanda crescente por atendimentos relacionados a situações de assédio e violência dentro da universidade.

Segundo ela, o núcleo registrou mais de 100 atendimentos ao longo do ano, número que inclui acolhimentos iniciais, retornos e acompanhamentos contínuos. “Não são 100 mulheres. São atendimentos, retornos, acompanhamentos”, explicou.

Vitória destacou que muitos casos chegam ao núcleo após um período de dúvida e dificuldade de identificação da situação vivida. “As mulheres sabem que algo não está certo, mas não conseguem identificar. Nosso papel é acolher e orientar”, afirmou.

Ela também mencionou a cartilha “UESPI Livre de Assédio”, agora formalizada como resolução, e observou que diversos coordenadores, diretores e docentes não tinham clareza sobre os procedimentos adequados diante de denúncias.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

A comissão interna apresentou dez eixos de atuação que estruturam o Programa Pró Equidade na UESPI. Cada um reúne ações e projetos com resultados já identificados ao longo do ano. São eles:

  • Eixo 1 — Cartilha de Equidade 
    • Eixo 2 — Formações presenciais e online
    • Eixo 3 — Diálogo com a CPPD sobre carreira e promoção
    • Eixo 4 — Café com a Gestão (escuta dos técnicos)
    • Eixo 5 — Mulheres na Tecnologia
    • Eixo 6 — UESPI Livre de Assédio
    • Eixo 7 — Formação cultural e institucional contínua
    • Eixo 8 — Campanha institucional de equidade
    • Eixo 9 — Extensão, pesquisa e ensino pela equidade
    • Eixo 10 — Roda de Vivências “Vozes que Inspiram”

Entre as apresentações técnicas da cerimônia, a professora Aline detalhou as ações do PET Equidade, projeto voltado à pesquisa e à formação acadêmica na área. Ela explicou que a UESPI participou de editais nacionais, estruturaram equipes de trabalho e desenvolveu grupos de pesquisa que resultaram em publicações, apresentações em eventos científicos e estudos aplicados ao tema da equidade. “A UESPI não espera que as ações cheguem. A universidade vai atrás. Hoje estamos presentes em projetos nacionais que nos colocam no debate sobre equidade na saúde”, afirmou.

O estudante Giovani, integrante do grupo, complementou a apresentação ao relatar a experiência dentro do programa. “Mostramos como a Psicologia está no centro da saúde. E como a equidade transforma nossas práticas e nossa formação”, destacou.

A professora Nadja Caroline apresentou os Eixos 1 e 2 do Programa Pró Equidade, destacando a relevância do trabalho desenvolvido pela comissão. Segundo ela, a participação no grupo tem sido fundamental para o crescimento institucional. “Crescemos muito como docentes, como mulheres, como servidoras e como pessoas”, afirmou.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

Eixo 1 — Cartilha de Equidade no Contexto Universitário

Nadja Caroline explicou que a cartilha está em fase final de elaboração e deve ser lançada no início de 2025. O material reunirá diretrizes, conceitos e orientações sobre equidade de gênero, raça e diversidade na universidade. “A cartilha reunirá diretrizes, conceitos e orientações gerais sobre equidade no ambiente universitário”, explicou.

Ela destacou que o documento será voltado a gestores, servidores, estudantes e coordenadores, trazendo definições e orientações sobre temas como discriminação, assédio e violência institucional. “Queremos que seja um material simples, acessível e ao mesmo tempo robusto, que possa orientar a comunidade acadêmica”, disse.

Eixo 2 — Formação Presencial e Online

Ao tratar do segundo eixo, a professora destacou as atividades formativas realizadas ao longo do ano, como rodas de conversa, palestras, oficinas, capacitações e ações com servidores e estudantes. “Este eixo reúne as formações, ações educativas e momentos de estudo referentes ao Pró Equidade”, explicou.

Ela citou como destaque a formação “Mulheres na Tecnologia e nas Profissões de Planejamento Urbano”, que buscou incentivar a presença feminina em áreas marcadas pela desigualdade de gênero. “O objetivo foi incentivar, fortalecer e valorizar a presença das mulheres, especialmente mulheres negras, nas áreas tecnológicas”, afirmou.

Eixo 3 — Diálogo com a CPPD sobre carreira e promoção

Outro ponto abordado foi a parceria com a CPPD para discutir carreira docente, promoção e progressão das mulheres na universidade. “Quando falamos em equidade, precisamos olhar para a carreira: onde as mulheres estão na docência e quais barreiras encontram?”, destacou.

A professora também ressaltou que as formações abordaram perspectivas interseccionais e refletiram sobre como estruturas como racismo, machismo, LGBTfobia e capacitismo influenciam o cotidiano acadêmico. “É nas práticas institucionais que muitas violências se escondem  na fala, na postura e na forma como os espaços são ocupados”, afirmou.

A professora Fabiana Portela apresentou os Eixos 4 e 5 do Programa Pró Equidade, explicando as ações desenvolvidas ao longo do ano. “Vou apresentar os eixos 4 e 5”, iniciou.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

Eixo 4 — Café com a Gestão para Técnicos Administrativos

Fabiana Portela destacou que o eixo tem como finalidade aproximar a gestão dos técnicos administrativos por meio de momentos de diálogo. Segundo ela, o encontro realizado superou as expectativas. “Tivemos um encontro que foi muito além do que inicialmente planejamos”, afirmou.

Durante a atividade, os participantes relataram experiências relacionadas ao ambiente de trabalho. “Os técnicos puderam desabafar sobre vivências, relatar situações de assédio, falar sobre sobrecarga e expor violências simbólicas”, explicou. A professora também ressaltou que o espaço permitiu reflexões sobre o papel dos servidores na estrutura institucional. “Foi um momento importante para que eles se reconhecessem como sujeitos institucionais”, completou.

Eixo 5 — Mulheres na Tecnologia e nas Profissões de Planejamento Urbano

Sobre o eixo seguinte, Fabiana informou que as ações foram desenvolvidas em parceria com o curso de Arquitetura e Urbanismo. “O professor responsável acolheu a proposta e nos ajudou a desenhar um evento que discutiu a presença feminina nesses campos”, disse.

O encontro tratou dos desafios enfrentados por mulheres nas áreas tecnológicas e de planejamento urbano, das desigualdades de gênero e raça e de estratégias para fortalecer a inserção e permanência de mulheres negras. “Discutimos desigualdades e o papel da universidade na promoção dessas mudanças”, afirmou.

Eixo 6 — UESPI Livre de Assédio

Segundo a professora, esse eixo está diretamente ligado às ações do Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (NEVIM). “No Eixo 6 tratamos dos canais de denúncia, da identificação de situações de assédio, dos fluxos de acolhimento e das responsabilidades institucionais”, explicou.

A professora Aline retomou a apresentação para detalhar os Eixos 7, 8, 9 e 10 do Programa Pró Equidade. “Agora apresentarei o Eixo 7, que é um dos mais extensos e importantes”, afirmou, destacando que esse conjunto de ações dialoga diretamente com mudanças culturais dentro da universidade.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

Eixo 7 — Formação Cultural e Institucional Contínua e Práticas Antidiscriminatórias

Segundo Aline Menezes, o eixo reúne iniciativas voltadas à transformação das práticas institucionais. “Cultura institucional não muda apenas com uma palestra ou um evento; ela se transforma com constância”, explicou.

As ações envolveram formações com servidores, oficinas para estudantes, rodas de conversa com docentes, eventos temáticos, atividades integradas a outros programas da universidade e debates específicos sobre interseccionalidade.
“Essas práticas mostraram como a equidade está sendo incorporada no cotidiano da UESPI”, destacou.

Aline Menezes ressaltou ainda que muitas das atividades nasceram de demandas espontâneas da própria comunidade acadêmica.
“Isso mostra que estamos conseguindo provocar reflexão e movimento dentro da instituição”, afirmou.

Eixo 8 — Campanha Institucional por uma Cultura de Equidade

Na sequência, a professora apresentou o Eixo 8, voltado à comunicação institucional. “Este eixo trata de como dialogamos com a comunidade interna e externa sobre equidade”, explicou.

A campanha envolveu materiais informativos, vídeos, artes para redes sociais, cartazes, uso de linguagem inclusiva e divulgação dos fluxos de acolhimento e denúncia. Também valorizou grupos historicamente marginalizados, como mulheres negras, indígenas, quilombolas e pessoas trans. “O alinhamento com a ASCOM foi essencial para garantir que a comunicação da UESPI refletisse os valores do Pró Equidade”, afirmou.

Para Aline Menezes , sensibilizar é tão importante quanto informar. “A campanha buscou não apenas comunicar, mas promover conscientização”, reforçou.

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Eixo 9 — Conhecimento que Transforma: Diálogos entre Extensão, Pesquisa, Ensino e Equidade

A professora apresentou ainda o Eixo 9, que integra atividades acadêmicas ao debate sobre equidade. “O objetivo foi aproximar pesquisa, ensino e extensão dessa discussão”, explicou.

O eixo incluiu mesas-redondas, grupos de estudo, apresentações de pesquisa, eventos científicos e publicações. “Mostramos que a UESPI produz conhecimento relevante sobre equidade e tem potencial para se tornar referência nacional na pauta”, afirmou.

Cursos como Psicologia, Direito, Pedagogia, Enfermagem, Serviço Social, Arquitetura e Educação Física participaram das ações.

Eixo 10 — Roda de Vivências Intergeracionais e Interculturais: Vozes que Inspiram

Encerrando a apresentação, Aline destacou o Eixo 10, que promoveu um espaço de diálogo entre diferentes grupos da universidade. “Criamos um ambiente de escuta entre gerações e culturas distintas presentes na UESPI”, explicou.

Participaram mulheres jovens, idosas, negras, indígenas, quilombolas, mães solo, estudantes, servidoras, mulheres trans e profissionais da instituição. O objetivo foi compartilhar experiências, fortalecer vínculos e ampliar a compreensão sobre diversidade dentro da universidade.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

Antes do encerramento, o evento contou com a presença de Zenaide Batista Lustosa Neta, secretária Estadual das Mulheres do Governo do Piauí, que destacou a relevância das ações apresentadas e o compromisso institucional necessário para a promoção da equidade. Em sua fala, Zenaide ressaltou que iniciativas como as desenvolvidas pela UESPI “não apenas fortalecem a política pública, mas também transformam vidas dentro e fora da universidade”. Ela enfatizou que o enfrentamento às desigualdades de gênero, raça e diversidade exige constância, articulação entre setores e sensibilidade para compreender as realidades que atravessam estudantes, servidores e docentes.

A secretária também reforçou o impacto social mais amplo das ações, destacando o papel da educação superior como agente de transformação. “Quando a universidade assume a equidade como valor institucional, toda a sociedade avança”, afirmou. Para ela, a UESPI demonstra maturidade e compromisso ao colocar o debate sobre direitos, proteção, prevenção ao assédio e valorização das diversidades no centro de sua agenda. Zenaide finalizou afirmando que “essa construção coletiva é fundamental para garantirmos um Piauí mais justo, igualitário e acolhedor para todas e todos”.

Dez eixos, um compromisso: UESPI avança na luta por ambientes mais seguros e diversos

O encerramento do encontro não marcou apenas o fim de uma apresentação, mas a consolidação de um movimento que já está em curso dentro da UESPI. Os dez eixos do Pró Equidade evidenciaram que a universidade tem avançado de forma concreta na construção de ambientes mais seguros, diversos e acolhedores e que esse avanço não depende apenas de documentos, mas de pessoas que se comprometem diariamente com mudança cultural, cuidado e responsabilidade coletiva.

O evento reforçou que equidade não é uma meta abstrata, e sim um trabalho permanente que atravessa formação, comunicação, acolhimento e produção de conhecimento. Mais do que apresentar ações, o encontro mostrou que a UESPI tem escutado sua comunidade, tem aprendido com ela e tem respondido com políticas que começam a transformar práticas e percepções

Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) de Picos recebe prêmio da Receita Federal pelo destaque dos serviços prestados à comunidade

Por Mikael Lopes

O Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF) do Campus Professor Barros Araújo, em Picos, recebeu, na última quinta-feira (27), o Reconhecimento Regional NAF 2025, premiação concedida pela Receita Federal a iniciativas que se destacam pela qualidade dos serviços prestados à comunidade.

Os Núcleos foram criados para oferecer, de forma gratuita, assistência fiscal e contábil a pessoas de baixa renda, microempreendedores individuais (MEI), organizações sem fins lucrativos e pequenos proprietários rurais.

Em Picos, o NAF atua há um ano e meio, fortalecendo a cidadania e aproximando a Uespi das demandas sociais. A professora Rosiania Andrade, coordenadora do NAF de Picos, participou da premiação e destacou a importância do reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo núcleo.

“Pra nós é muito importante estar aqui nesse momento, porque é um reconhecimento do trabalho que a gente tá fazendo lá há um ano e meio. Então, nós viemos aqui mostrar o que a gente vem realizando e vamos falar também do bom relacionamento que a gente tem com a agência da Receita. E esse prêmio vai servir para nos dar mais credibilidade, para a população de Picos e região”, avalia a docente.

Os atendimentos do NAF são realizados por alunos do curso de Ciências Contábeis da Uespi, sob a supervisão de um professor. Os estudantes auxiliam na elaboração da declaração do imposto de renda, consulta de situação cadastral, inscrição e informações sobre MEI, entre outros serviços. O acadêmico de Ciências Contábeis, Carlos Eduardo, comentou sobre os impactos da experiência no NAF e o significado da premiação.

“Está sendo uma honra para a gente lá do NAF de Picos. Ter tido contato com o NAF, para a gente, foi uma experiência excelente. Principalmente vendo agora que o trabalho está sendo reconhecido aqui pelo pessoal da Receita”, ressalta o aluno.

A premiação da Receita Federal pelo serviço prestado à população de Picos e região reforça a relevância do NAF e o impacto que o projeto tem na formação acadêmica. Para o corpo acadêmico, a premiação também representa um incentivo. 

“Foi gratificante para os alunos também. E isso vai nos ajudar muito a dar notoriedade para o curso de Ciências Contábeis de Picos”, pontua a coordenadora do NAF.

Localização e contato do Núcleo

Em caso de interesse em utilizar os serviços oferecidos pelo NAF, basta se dirigir ao campus da Uespi do Junco, localizado na Rua Cícero Duarte, bairro Junco. O atendimento ocorre de segunda a quinta-feira, das 8h às 12h, em dias letivos. O contato também pode ser feito pelo e-mail: coord.naf@pcs.uespi.br