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Alunos do curso de enfermagem da UESPI de Parnaíba conquistam prêmio RESS Evidencia 2024 com estudo sobre mortalidade materna no Nordeste do Brasil

Por Roger Cunha 

O artigo científico intitulado “Mortalidade materna no Nordeste do Brasil, 2009-2019: distribuição espacial, tendência e fatores associados”, desenvolvido pelos discentes Taynara Lais, Ianne Vitória Oliveira; Thalis Kennedy Azevedo; Maria Izabel Félix e Maria Madalena Frota sob orientação da professora Thatiana Maranhão, do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), foi o vencedor do Prêmio RESS Evidência 2024. Instituído em 2012, o prêmio reconhece anualmente o melhor artigo original publicado na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS), com o objetivo de incentivar a produção científica em epidemiologia e fortalecer as ações de saúde pública no Brasil.

Prêmio RESS Evidência 2024

A UESPI concorreu com artigo fruto da pesquisada liderada pela professora Thatiana Maranhão com as egressas Ianne Vitória e Taynara Silva, e outras coautora e que apresentou o trabalho na sua versão final em uma sessão online no dia 2 de outubro de 2024, durante o Ciclo de Estudos da Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS).

O trabalho premiado analisou a mortalidade materna no Nordeste brasileiro ao longo de uma década, identificando padrões de distribuição e tendências regionais. Ao levantar dados sobre os fatores associados à mortalidade materna, a pesquisa oferece informações essenciais para políticas públicas que visem reduzir esses índices na região, contribuindo diretamente para a melhoria da saúde materna.

A conquista foi celebrada quando Taynara Lais recebeu um contato oficial do Ministério da Saúde confirmando a premiação e o convite para apresentar os resultados no Congresso Brasileiro de Epidemiologia, no Rio de Janeiro. A viagem será custeada pelo Ministério da Saúde, e Taynara representará o Piauí, levando a bandeira da UESPI e dando visibilidade nacional ao trabalho científico da universidade.

O Prêmio RESS Evidência seleciona o melhor artigo entre todos os artigos originais publicados na revista anualmente, sem necessidade de inscrição, garantindo que o reconhecimento se dê pela relevância científica e impacto social dos trabalhos. Com essa conquista, a UESPI reafirma seu compromisso com a produção de conhecimento voltado para o desenvolvimento de soluções em saúde pública, demonstrando como a pesquisa acadêmica pode contribuir diretamente para políticas de vigilância, prevenção e controle de doenças no Brasil.

Taynara Lais, aluna da UESPI e vencedora do Prêmio RESS Evidência 2024, compartilhou os desafios enfrentados durante a elaboração do artigo vencedor. “Atividades acadêmicas com a escrita científica”, para uma publicação exigente como a Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS), não foi uma tarefa fácil. Segundo Taynara, “um periódico científico com o rigor da RESS exige tempo, estudo, dedicação e paciência para passar pelo crivo de revisões”. O processo incluiu prazos apertados e constantes ajustes no artigo, além das demandas do curso, o que tornou difícil manter a motivação.

Em meio a essa rotina intensa, Taynara Lais destacou o apoio fundamental de sua orientadora, a professora Thatiana Maranhão, que esteve ao seu lado durante todo o processo. “Nossa orientadora foi essencial, pois ela sempre nos incentivou, falando da importância da publicação nessa revista”, relatou a discente. A professora, segundo Taynara, não apenas reforçou o valor acadêmico do trabalho, mas também o impacto que ele traria para sua formação profissional. “Ela nos mostrou como isso é importante para o nosso crescimento como futuros profissionais”, acrescentou. Esse suporte foi crucial para que a equipe persistisse até a publicação, motivada pela “relevância da pesquisa” e pela contribuição que o estudo poderia oferecer à saúde pública.

Para a discente, representar o Piauí no Congresso Brasileiro de Epidemiologia é uma experiência de grande realização e orgulho. “É extremamente gratificante poder representar o Piauí, e principalmente, um campus de uma instituição estadual do interior do estado, em um evento nacional de grande relevância para a saúde”, afirmou a estudante. Ela considera a oportunidade de levar ao congresso um trabalho desenvolvido na iniciação científica da UESPI como uma prova concreta da qualidade do ensino oferecido pela universidade.

Aluna Taynara Lais e a professora Thatiana Maranhão, do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí.

Taynara Lais vê nos resultados de sua pesquisa uma oportunidade de gerar impacto significativo na saúde pública brasileira. “Apesar da redução, a mortalidade materna na região Nordeste do Brasil ainda persiste como um grave problema de saúde pública”, afirmou. Segundo ela, o estudo não apenas chama atenção para essa questão urgente, mas também indica “áreas prioritárias para o direcionamento de ações” e reforça a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) como um passo essencial no combate a essa realidade.

Além de contribuir com dados para políticas públicas, Taynara espera que a pesquisa inspire novos trabalhos sobre o tema e motive mais pessoas a se dedicarem ao campo. “Espero que essa pesquisa inspire outras pessoas a contribuírem com a temática… para que um dia possamos acabar com a mortalidade materna como problema de saúde pública no Brasil”, finalizou, demonstrando esperança de que os estudos possam levar a mudanças concretas na assistência e nas políticas públicas voltadas à saúde materna no país.

Para a professora Thatiana Maranhão, discutir a mortalidade materna na formação dos alunos de Enfermagem é essencial, especialmente em cursos voltados para a realidade brasileira. “Falar sobre mortalidade materna para alunos de graduação em Enfermagem é uma necessidade urgente, visto que consiste em um problema característico de locais mais pobres e uma parte considerável desses óbitos poderia ser evitada”, afirmou. Segundo ela, compreender a mortalidade materna vai além de uma abordagem técnica; é uma questão de justiça social e compromisso com a saúde pública, uma vez que muitos desses casos ocorrem em comunidades vulneráveis onde o acesso a cuidados adequados é limitado.

A orientação da professora Thatiana Maranhão foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho de Taynara Lais, especialmente no que diz respeito à abordagem da saúde materno-infantil. “Trabalhei a temática da saúde materno-infantil com os meus alunos de PIBIC e TCC e tivemos alguns produtos interessantes”, relatou a professora, destacando a continuidade da pesquisa sobre mortalidade materna. Ela enfatizou que o trabalho de Taynara é parte de um esforço maior dentro de seu grupo de pesquisa, que já produziu estudos relevantes na área.

Além do artigo vencedor na Epidemiologia e Serviços de Saúde, Thatiana mencionou a publicação de um estudo sobre mortalidade materna no Brasil na Revista Ciência e Saúde Coletiva, um periódico de grande prestígio. Ela indicou que, para quem deseja ter uma visão mais ampla do problema a nível nacional, o trabalho está disponível no link:https://www.scielo.br/j/csc/a/79GdN5XdfvvQdFNPPGxkzgn/.

A professora também compartilhou outros produtos de seu grupo de pesquisa, que contribuíram para aprofundar o entendimento da mortalidade materna. “Nosso grupo de pesquisa publicou outros trabalhos importantes sobre a temática”, complementou, fornecendo links para mais estudos:

Essas publicações ilustram a abordagem abrangente da professora Thatiana Maranhão no campo da saúde materno-infantil e como sua orientação foi crucial para o desenvolvimento do trabalho de Taynara Lais.

A professora Thatiana Maranhão espera que a apresentação do trabalho de Taynara no Congresso Brasileiro de Epidemiologia tenha um impacto significativo nos participantes, especialmente ao destacar a capacidade da UESPI e do Piauí em contribuir com pesquisas de relevância nacional. “O nosso trabalho será apresentado em um importante congresso da área de epidemiologia, que conta com pesquisadores renomados da nossa área a nível nacional e internacional. Com isso, pretendemos mostrar para o Brasil que o Piauí e, mais especificamente, a UESPI, são capazes de desenvolver pesquisas de alto impacto para a epidemiologia e saúde pública nordestina e brasileira”, explicou.