Por Roger Cunha
A Universidade Estadual do Piauí (UESPI) segue ampliando seu protagonismo na pesquisa científica e na inovação tecnológica. Com o lançamento do UESPITech II, uma chamada interna coordenada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROP) e pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), a instituição reafirma seu compromisso com o desenvolvimento regional e com a produção de conhecimento aplicado às demandas contemporâneas. O edital destina R$ 500 mil para o financiamento de até 20 projetos, com bolsas de até R$ 25 mil por proposta. As iniciativas devem dialogar diretamente com as diretrizes do Plano de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Piauí – Piauí 2050, priorizando áreas estratégicas como saúde, tecnologia da informação, energias renováveis, práticas pedagógicas inovadoras e modernização de ambientes acadêmicos.

UESPI fortalece Odontologia Digital com projeto selecionado no UESPITech II // Imagem gerada por IA.
Entre os projetos aprovados, uma das iniciativas de maior destaque é a proposta “Estação Digital Avançada para Otimização do Diagnóstico Radiográfico em Ambientes de Ensino, Pesquisa e Extensão Odontológica”, coordenada pela professora Dra. Ângela Ferraz, do curso de Odontologia da UESPI. A pesquisa surge em um contexto de crescente demanda por modernização das práticas clínicas dentro da universidade, especialmente diante da expansão da Odontologia Digital como área estratégica para o futuro da formação em saúde. Nos últimos anos, a Clínica Escola tem recebido um volume expressivo de atendimentos, o que evidencia a necessidade de processos mais rápidos, precisos e integrados para garantir maior qualidade assistencial e melhor experiência de aprendizagem para os estudantes.
Foi a partir dessa dinâmica real de trabalho que a equipe percebeu que muitos procedimentos ainda eram executados com recursos analógicos ou softwares restritos, dificultando o diagnóstico e limitando as possibilidades pedagógicas. Essa percepção cotidiana serviu de ponto de partida para a criação do projeto.
A docente explica que a inspiração para a proposta nasceu da própria rotina da Clínica Escola de Odontologia, onde a equipe identificou limitações estruturais que impactavam a qualidade dos atendimentos. “Percebemos que muitos dos nossos processos ainda dependiam de equipamentos analógicos ou de softwares com limitações técnicas. Isso influenciava diretamente a precisão diagnóstica e o tempo de atendimento aos pacientes”, relata a pesquisadora.
Com a nova estação digital, a clínica passará a integrar tecnologias de ponta para análise, processamento e arquivamento de imagens radiográficas, aproximando a realidade universitária do padrão tecnológico adotado nos principais centros odontológicos do país. Além disso, a proposta permite a padronização dos fluxos de diagnóstico e a ampliação da capacidade de atendimento. “O objetivo não é apenas modernizar equipamentos, mas transformar práticas. A Estação Digital vai centralizar e agilizar a análise de imagens, permitindo que nossos alunos tenham contato com ferramentas utilizadas nos centros mais avançados de Odontologia Digital do país”, complementa.
Além de promover avanços operacionais na clínica, o projeto representa também um ganho significativo para a formação dos estudantes e para o desenvolvimento científico da instituição. A iniciativa possibilita experiências mais alinhadas aos protocolos contemporâneos da área, amplia a capacidade de produção de pesquisas e fortalece as ações de extensão ofertadas à comunidade.
Segundo a professora Ângela Ferraz, o novo aparato tecnológico permitirá que os estudantes compreendam de forma mais ampla o fluxo digital aplicado ao diagnóstico, desde a captura e processamento da imagem até sua análise em softwares especializados, reforçando competências essenciais para a prática profissional atual. “Com essa infraestrutura, conseguimos integrar ensino, pesquisa e extensão de forma muito mais eficiente. Os alunos terão acesso a protocolos atualizados, os projetos científicos serão realizados com maior qualidade técnica e o atendimento à população será beneficiado por diagnósticos mais precisos e ágeis”, afirma.
A docente reforça ainda que a Estação Digital Avançada permitirá desenvolver novas linhas de investigação na universidade, incluindo estudos comparativos, análises de desempenho de sistemas radiográficos e pesquisas voltadas à melhoria de metodologias de assistência e ensino. “Nossa expectativa é ampliar a produção científica na área de radiologia odontológica e contribuir para a formação de profissionais mais preparados diante das exigências tecnológicas do mercado”, conclui.