Por João Fernandes
O professor Idelmar Cavalcante, docente do Curso de História, no campus Prof. Alexandre Alves de Oliveira, em Parnaíba, acaba de lançar seu mais novo trabalho voltado à preservação da memória do teatro pernambucano. Intitulado “Inventário de Uma Memória Consagrada: Benjamim Santos nos Interstícios do teatro pernambucano (1960-1970)”, o professor reflete porque parte da história do teatro pernambucano desaparece dos discursos oficiais.
Em sua obra o professor nos leva a refletir fundamentalmente porque alguns grupos e personagens são sempre lembrados enquanto outros são “esquecidos”, quando se trata da história do teatro pernambucano. A obra além de permitir aos leitores, terem conhecimento sobre o teatro ainda, possibilita entender as contribuições da carreira de Benjamim Santos, uma compreensão sobre o funcionamento da memória como um fenômeno social.
Segundo o Professor Idelmar Cavalcante, o livro enfatiza o que seria uma “memória oficial” do teatro pernambucano destacando os mesmos grupos e personagens já consagrados nesses espaços, enquanto empurra para o esquecimento os grupos e personagens que fizeram história naquele teatro a partir da segunda metade dos anos 1960.
“O piauiense Benjamim Santos está entre os esquecidos, apesar de ter sido considerado, na época, um inovador. Restituir essas histórias é o objetivo do trabalho. Ele se manifesta nas brechas desse discurso oficial, ele se manifesta nas fendas dessa memória consagrada, ele não tem um espaço privilegiado nessa memória, então eu tento buscá-lo justamente aí, nas brechas, nas fendas, nos interstícios”, comenta o professor.
A obra mostra a carreira de Benjamim Santos sendo construída, desde as suas experiências infantis e juvenis, que acumulou ainda na cidade de Parnaíba até o final dos anos 1950, até o último trabalho que ele desenvolveu em Pernambuco, no ano de 1969. Evidenciando a atuação de Benjamim Santos, na condição de dramaturgo, diretor e cronista, contribuiu para a renovação das linguagens teatrais nos palcos recifenses na segunda metade dos anos 1960.
A Universidade além dos muros: acesso a sabedoria
Fruto de sua tese de doutorado, o professor destaca que o lançamento de sua obra marca uma conquista notável para a UESPI e ressalta a importância de tornar a pesquisa acessível e relevante para toda à sociedade. A obra não apenas lança luz sobre o teatro pernambucano e a memória cultural, mas também destaca o potencial transformador do conhecimento acadêmico em nosso mundo em constante evolução.
“As nossas produções acadêmicas não vão resolver o problema como em um passe de mágica, mas elas podem pavimentar um caminho para uma possível solução, qualificando os debates sociais, fazendo com que o conhecimento acumulado secularmente pela humanidade não se perca embaixo de tanta desinformação”, finaliza o professor.
Lançamento oficial em Parnaíba
O livro “Inventário de Uma Memória Consagrada: Benjamim Santos nos Interstícios do teatro pernambucano (1960-1970)”, já está disponível nas livrarias de Teresina. No próximo sábado (2) o professor lança seu livro em Parnaíba, no Teatro Saraiva, a partir das 18h. O evento conta ainda com Prof. Dr. Frederico Osanan Amorim Lima.