UESPI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Pró-Equidade da UESPI debate maternidade, saúde mental e mundo do trabalho

Por Roger Cunha 

O programa estadual Pró-Equidade de gênero, raça e diversidade da UESPI promoveu, nesta segunda-feira (23/09), uma mesa temática com o título “Maternidade, Saúde Mental e Mundo do Trabalho“. O evento explorou as intersecções entre maternidade, saúde mental e as exigências do ambiente profissional, reunindo discentes e funcionários da UESPI para um debate fundamental.

Pró-Equidade realiza mesa temática sobre maternidade, saúde mental e mundo do trabalho

Discutir essa temática se tornou essencial em uma sociedade onde as mulheres enfrentam múltiplos desafios ao tentar equilibrar a vida profissional com a criação de filhos. O impacto desse cenário ultrapassa a rotina diária, afetando não apenas a saúde mental das mães, mas também seu desenvolvimento profissional. A maternidade, combinada com as demandas do trabalho, frequentemente resulta em sobrecarga emocional e estresse, podendo levar a problemas mais sérios, como ansiedade e depressão.

A Psicóloga Juma Frota, uma das palestrantes,  destacou os impactos significativos na saúde mental das mulheres.  “São vários os fatores que afetam a saúde mental nesse período. A privação do sono é uma questão significativa, assim como a perda de autonomia, uma vez que a mãe direciona toda a sua atenção para o bebê”.

O evento explorou a maternidade, saúde mental e as exigências do ambiente profissional

Juma Frota enfatizou a importância de estar atenta aos sinais de alerta que podem indicar problemas de saúde mental durante e após a gestação.  “Com a gestação, os hormônios ficam todos bagunçados, à flor da pele, o que pode levar à instabilidade emocional.” Muitas mães acabam se isolando de suas atividades rotineiras, intensificando alterações no padrão de sono. “Nos primeiros dias, é humanamente impossível ter uma rotina de sono estável, mas o excesso de privação pode agravar vários problemas, como transtornos de ansiedade e depressão”. Diante dessa realidade, ela destaca a importância de uma rede de apoio. “É fundamental que as mães tenham um suporte emocional e prático. Caso percebam sinais como a persistência da tristeza, irritabilidade excessiva, dificuldade em se conectar com o bebê ou alterações significativas no sono e apetite, é essencial procurar ajuda profissional”.

O evento contou com a presença dos discentes e funcionários da UESPI

Além de contar com o apoio, a psicóloga sugere práticas de autocuidado que podem fazer a diferença. “É importante lembrar que, apesar de ser mãe, você não vai conseguir dar conta de tudo. A rotina muda, mas encontrar pequenos momentos para si mesma é essencial. Tente priorizar uma rotina de sono quando possível e resgatar atividades que você gostava de fazer antes de ser mãe.” Ela recomenda também passar tempo com pessoas da família que possam ajudar, permitindo que a mãe tenha momentos para relaxar e cuidar de si. “Essas práticas, mesmo que pequenas, são fundamentais para o bem-estar. Às vezes, as mães estão tão ocupadas que nem conseguem tomar um banho direito. Então, cuidar de si deve ser uma prioridade, mesmo em meio à correria da maternidade.”

A assistente social, Indira Aragão, destacou a sobrecarga de atribuições como um dos principais obstáculos enfrentados por essas mulheres. “Os desafios se referem justamente a essa sobrecarga que a mulher moderna tem assumido, fruto tanto dos papeis socialmente determinados para o ser mulher quanto da sociedade que cobra uma produtividade intensa”, afirma.

Mesa temática com o título “Maternidade, Saúde Mental e Mundo do Trabalho”.

Indira Aragão também observou que essa pressão resulta em um acúmulo de responsabilidades, onde as mães precisam equilibrar as demandas do trabalho com as exigências familiares. “Muitas vezes, elas se veem obrigadas a desempenhar funções tanto no ambiente profissional quanto em casa, sem o devido reconhecimento ou apoio”, explica.  Ela ressaltou que as políticas públicas desempenham um papel crucial no apoio às mulheres, especialmente em momentos de maternidade. “É fundamental que haja ações que promovam a equidade de gênero e enfrentem as diversas formas de violência vivenciadas pelas mulheres”, afirma.

Mesa Temática – Maternidade, Saúde Mental e Mundo do Trabalho

A assistente social ressaltou que para criar um ambiente mais acolhedor é necessário implementar programas que ofereçam suporte psicológico e social às mães.  Além disso, ela aponta a importância de políticas que garantam licença-maternidade e paternidade mais amplas, bem como condições de trabalho que considerem as necessidades das mães. “A implementação de horários flexíveis, creches nos ambientes de trabalho e suporte para a saúde mental são essenciais para que as mulheres consigam equilibrar suas responsabilidades profissionais e familiares”, conclui.

Programa Pró-Equidade lança primeira mesa temática contra a violência de gênero.

Por Raíza Leão

O programa estadual Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade realizou uma mesa temática no auditório do Palácio Pirajá com o título “UESPI Equidade: Homens e Mulheres Aliados na Luta Contra a Violência de Gênero“. O evento reuniu membros da comunidade acadêmica para discutir a importância da colaboração entre os gêneros no combate às violências persistentes em nossa sociedade.

A mesa foi composta pela promotora pública, Dra. Maria do Amparo Paz, pelo assistente social, José do Nascimento e com a mediação da Assistente Social, Eulina Coelho, que trouxeram perspectivas práticas e teóricas sobre o papel das instituições e da sociedade na promoção da equidade e no enfrentamento à violência de gênero. A promotora destacou a importância de políticas públicas eficazes e da conscientização coletiva, enquanto o assistente social reforçou a necessidade de envolver homens como aliados ativos nessa causa.

Mesa Temática com a Dra. Amparo Paz, assistente social Eulina Coelho e o assistente social José do Nascimento

O Comitê responsável pelo programa inclui a Professora Nadja Pinheiro, Coordenadora do Parfor Equidade; a Assistente Social, Eulina Coelho; a Diretora da Facime, Profa. Fabiana Teixeira; o Psicólogo João Victor Cavalcante; o Assistente Social, Rubens Dias; e a Professora e Diretora do DPPE, Samaira Souza. Juntos, eles se dedicam a promover a equidade e a diversidade na universidade, desempenhando um papel crucial na implementação das ações do programa.

Durante o evento foram exibidos slides em alusão ao Agosto Lilás, comemorando os dezoito anos da Lei Maria da Penha, e reforçando a importância da conscientização e da legislação no combate à violência doméstica.

A palestrante Dra. Maria do Amparo Paz destacou a importância do ambiente universitário como um espaço para debater e transformar atitudes machistas, promovendo a equidade de gênero e o respeito por mulheres, crianças e adolescentes. Ela enfatizou a necessidade de incluir os homens na discussão sobre violência de gênero, uma vez que muitos comportamentos problemáticos estão associados a atitudes masculinas. A mensagem central da palestra foi que a luta contra a violência de gênero deve unir homens e mulheres, colaborando para erradicar o problema e não tratando a questão como um conflito entre os gêneros.

Dando continuidade ao tema, José do Nascimento, assistente social, enfatizou que a universidade, sendo um ponto de transição da juventude para a vida adulta, oferece uma oportunidade única para que os jovens adquiram uma compreensão mais profunda sobre igualdade de gênero e combate à violência. Ele ressaltou que essa abordagem é crucial para prevenir problemas futuros, como a violência doméstica, e para promover uma sociedade mais justa e harmoniosa. Além disso, ao discutir esses temas no ambiente universitário, alinha-se o nível de maturidade dos alunos com as questões de gênero e violência, preparando-os melhor para contribuir positivamente para a sociedade.

O reitor professor dr. Evandro Alberto marcou presença na primeira mesa temática contra violência de gênero

O Reitor, Professor Dr.Evandro Alberto, esteve presente no evento e ressaltou que o debate sobre violência de gênero dentro da universidade é crucial porque contribui para a mudança cultural, promovendo dignidade, igualdade e equidade. Ele enfatizou que o Comitê de Equidade da Universidade Estadual do Piauí está comprometido com esses valores e a participação de especialistas como a Dra. Maria do Amparo Paz e José do Nascimento, que possuem vasta experiência em direitos das mulheres e enfrentamento da violência, agregam um valor significativo ao evento. “Esse tipo de discussão é essencial para reforçar as políticas públicas voltadas para a proteção dos direitos das mulheres e para promover uma maior conscientização sobre a equidade de gênero, reafirmando o compromisso da universidade com essas questões”.

A presidente da comissão de Ações Afirmativas, professora Samaira Souza, avaliou positivamente a primeira mesa temática da quarta edição do programa Pró-Equidade, considerando-a um sucesso. Ela destacou que “o evento representa o início de uma série de ações planejadas para combater a violência contra a mulher”. Segundo a Profa. Samaira, o programa Pró-Equidade implementado pela UESPI por meio de comitê interno traz uma nova abordagem sobre questões de gênero, raça e diversidade para a universidade.

primeira mesa temática: “UESPI Equidade: homens e mulheres aliados na luta contra a violência de gênero”.

“A mesa temática não é um evento isolado, mas sim o ponto de partida para um cronograma mais amplo que se estenderá de agosto a dezembro. Esse cronograma inclui mesas de discussão, palestras e oficinas, complementando as iniciativas já em andamento na universidade, como o Núcleo de Violência contra a Mulher, a Comissão de Gênero e o Núcleo de Acessibilidade”, afirmou.

O programa está aberto a toda a comunidade da UESPI, englobando bolsistas, técnicos, servidores e terceirizados. Esse caráter inclusivo é importante para garantir que todos os membros da comunidade acadêmica participem e contribuam para a promoção da equidade e da conscientização sobre a violência de gênero.