Por Roger Cunha
A Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em diversidade do mundo, despertou o interesse de estudantes de biologia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), campus de Picos. Recentemente, esses alunos embarcaram em uma jornada educativa à Unidade de Conservação da Mata Atlântica, em Pernambuco, acompanhados pela Professora Polynhanna Gomes e pelas gestoras Cinthia Lima e Heloísa Ferreira.
Originalmente cobrindo uma vasta extensão ao longo da costa atlântica do Brasil, além de partes do Paraguai e Argentina, a Mata Atlântica foi drasticamente reduzida devido ao desmatamento e urbanização, restando apenas cerca de 12,4% de sua área original. No entanto, sua importância permanece vital devido à sua biodiversidade única e aos serviços ecossistêmicos que proporciona a regulação do clima e a proteção da qualidade da água e do solo.
“A visita teve como objetivo conhecer diferentes fisionomias da Mata Atlântica e compreender os impactos positivos e negativos da interferência humana na conservação da biodiversidade”, explica a Professora Polynhanna Gomes.
Durante a expedição, os alunos tiveram a oportunidade de aplicar conceitos teóricos em um contexto prático, como observa Marcos Antônio, aluno do 8° período de Biologia: “No primeiro contato com as fisionomias, os alunos verbalizaram o reconhecimento de conceitos que só conheciam a partir de textos, como os extratos verticais da mata, a ‘timidez da copa’ e a grande variedade de formas de vida.”
Um dos momentos mais marcantes da visita foi a soltura de animais em seu habitat natural. “Eles trouxeram também muito entusiasmo pela oportunidade de vivenciarem outras formas de atuação do Biólogo, para além da função de professor. Porém, a soltura de animais de volta a seu habitat de origem foi o momento que todos acharam mais significativo”, acrescenta a Professora Polynhanna Gomes.
Para Marcos Antônio a importância da Unidade de Conservação da Mata Atlântica, em Pernambuco, é evidente. “É um passo positivo na proteção desse ecossistema valioso. No entanto, é essencial garantir que haja implementação eficaz, monitoramento adequado e envolvimento da comunidade local para garantir sua eficácia a longo prazo.”
Apesar das limitações impostas pela pandemia, o Projeto Pedagógico do Curso de Biologia da UESPI prevê uma abordagem prática e tangível do conhecimento. Uma próxima saída de campo para o PARNA Serra da Capivara já está em planejamento, sob a orientação da professora Waldiléia Batista. Essas iniciativas não apenas enriquecem a formação acadêmica dos alunos, como também os aproximam da realidade da conservação ambiental e da importância da preservação dos ecossistemas.
Para os alunos, essa visita representou mais do que uma simples experiência prática; foi uma oportunidade de vivenciar os desafios e práticas de conservação em um ambiente real, promovendo uma conscientização ambiental que transcende os muros da universidade.