UESPI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Teatro Piau estreia espetáculo infantil em parque de Teresina

Por Roger Cunha

O Parque da Cidadania será palco da estreia de “Cigarra e Formiga: uma fábula sobre afetos” no dia 25 de agosto, domingo, às 17h15. Este espetáculo, que marca a mais recente produção do grupo TEATRO PIAU, apresenta uma releitura inovadora da clássica fábula, que explora as aventuras de duas personagens infantis, Cigarra e Formiga, que se afastam de suas rotinas para descobrir novos horizontes. Enquanto a Cigarra busca cantar novas canções, a Formiga se aventura no mundo das histórias. A proposta é mostrar ao público uma experiência rica em emoções e reflexões sobre os desafios e alegrias da infância.

Atores do espetáculo: A cigarra e a Formiga

Sob a direção e autoria de Luciano Melo, a peça vai além de uma simples adaptação; é uma celebração da infância e das suas infinitas possibilidades. Ao optar por apresentar a fábula em praças, o TEATRO PIAU reforça a importância de educar as novas gerações para a apreciação do teatro local. Em tempos dominados pela cultura digital, o espetáculo se destaca por ocupar espaços públicos com uma proposta artística sensível e instigante, além de conectar o público com a realidade piauiense.

O professor da UESPI e diretor do grupo, Luciano Melo, explicou que a criação do espetáculo foi motivada pela necessidade de enfrentar a falta de valorização do teatro local, algo percebido após a apresentação do espetáculo “A Vida é o Que É”.  “Constatamos que os piauienses ainda não dão muito valor ao nosso teatro. O que fazer? Insistir, qualificar os trabalhos, diversificar e manter temporadas em espaços diversos”. Diante disso, surgiu a ideia de montar um espetáculo infantil voltado para apresentações em praças e parques, buscando alcançar um público mais amplo e diversificado. Além disso, Luciano Melo destacou que “para nós atores e diretores, mantemos vivo o teatro em cada um de nós”, reforçando que a escolha por espaços ao ar livre ajuda a manter o entusiasmo e a vitalidade do teatro, fortalecendo a presença cultural e o engajamento com a comunidade.

“Cigarra e Formiga: uma fábula sobre afetos”

Para transformar a história da “Cigarra e Formiga” em um espetáculo teatral, o grupo estudou diversas fábulas, buscando aquelas que permitissem a criação de personagens ricos e tramas que ultrapassassem a moral tradicional das histórias clássicas. Como explicou Luciano Melo, “passamos a estudar inúmeras fábulas. Com o estudo, buscamos identificar narrativas que propiciassem construir bons personagens e narrativas que superassem a clássica moral de uma fábula”. A partir desse processo, escolheram “Cigarra e Formiga” como a história principal, incorporando elementos de outras fábulas, como “O Lobo e a Cegonha”, e criando a figura da Árvore Sábia.

Um dos maiores desafios na montagem do espetáculo foi encenar a história em uma praça, sem os recursos típicos de iluminação e cenografia complexa. Para superar isso, os atores desenvolveram uma interpretação expressiva, utilizando gestos variados para ilustrar o texto falado. “Os ensaios foram fundamentais para criar uma interpretação expressiva. Os atores pesquisaram uma complexidade de gestos para ilustrar o texto falado”. Cenas com muitos movimentos e adereços simples foram projetadas, transformando uma grande tenda na Árvore Sábia, que também serve como camarim, adaptando assim os recursos disponíveis ao ambiente ao ar livre.

“Cigarra e Formiga: Uma Fábula Sobre Afetos”

GRUPO TEATRO PIAU

O grupo foi formado a partir do desejo de criar um teatro com boas narrativas e uma interpretação consistente, capaz de ser apresentado em qualquer espaço. Esse interesse surgiu durante a montagem do espetáculo “A Vida é o Que É”, quando a equipe percebeu que “uma peça de teatro não precisa de uma casa de espetáculo chamada teatro para se fazer como um teatro vivo e essencial para espectadores e atores”, como destacou Luciano Melo. Com a montagem de “Cigarra e Formiga”, o grupo pretende fortalecer essa visão e continuar a explorar novas possibilidades artísticas.

A visão artística do TEATRO PIAU para o futuro é criar um teatro que, embora tenha apuro técnico e dialogue com o povo piauiense, não se restrinja ao regionalismo. Segundo Luciano Melo, o grupo busca “um teatro com apuro técnico, com histórias e linguagem que dialoguem com o povo piauiense (sem ser um teatro preso ao regionalismo) e que se proponha a realizar a essência do teatro.” O objetivo é contar histórias que ressoem com o público local, mas que também representem a essência do teatro como um todo, proporcionando experiências teatrais que “representem a vida humana encenadas por pessoas que interpretam diante de um público com o fim de viverem um momento de beleza e encantamento”.

“Cigarra e Formiga: Uma Fábula Sobre Afetos”, do grupo TEATRO PIAU

Após a estreia de “Cigarra e Formiga: Uma Fábula Sobre Afetos”, o grupo planeja manter uma temporada do espetáculo em dois parques de Teresina, de setembro a dezembro. As apresentações ocorrerão no Parque da Cidadania no primeiro domingo de cada mês e no Parque Vila Poty, no Poty Velho, no segundo domingo de cada mês, sempre às 17h15, com entrada gratuita. Além disso, o grupo pretende oferecer o espetáculo para escolas de Teresina, ampliando o alcance e a participação da comunidade no teatro local.

Grupo de Teatro da UESPI Estreia o Espetáculo “Tambores da Liberdade” em Homenagem ao Poeta Elio Ferreira

Por: Danilo Kelvin

O Grupo de Teatro da Universidade Estadual do Piauí  prepara-se para encantar o público com a estreia do espetáculo “Tambores da Liberdade”, uma comovente homenagem ao poeta e professor Elio Ferreira, destacado nome da cultura afro-brasileira.

Sob a direção de Norma Soely Guimarães,  diretora de teatro, a peça será apresentada no Clube dos Diários, no dia 17 de maio, às 19h, e no Campus ClÓvis Moura, durante o semiário da Pedagogia com foco em Ações Extensionistas na UESPI, no dia 17 de junho , a partir das 17h.

“Quando o professor Silvino de Letras fez o convite para a PREX, imediatamente peguei o livro ‘América Negra’ e começamos a criar cenas com o grupo”, compartilhou a  professora Norma Soely.
“A ideia foi pegar poemas que retratassem as várias faces de Hélio, como negro, como pessoa. Ele era filho do ferreiro e essa ligação com a ancestralidade e os tambores é muito forte.Então, pegamos a sonoridade dos poemas e a origem dele, o filho do Ferreiro, a ligação com a ancestralidade. Pegamos o poema do verbo ‘negra’, o da origem dele, o que ele fala sobre o som ‘negra’. Cada pessoa do elenco não vai só declamar o poema dele, vai criar a imagem corporal, uma cena de interpretação daquele poema”, explicou Soely.

Ela também explicou que a apresentação irá trazer o lado universitário do professor.

“A essência dele é preservada e trazemos esse caminhar de Hélio nessa construção, nessa verbalização, nessa visibilidade do ser negro. O ser negro na universidade, o ser negro escrevendo, o ser negro descobrindo a negritude que ele escreve sobre os quilombos. Ele não é só poeta, também faz capoeira. A gente traz também a capoeira, uma dança com música de capoeira que será cantada pelo grupo. E o boi da cara branca, que ele dá essa interpretação para aquela música que ninou tantas crianças, mas que ela é muito racista, que é aquela que fala o boi da cara preta”, concluiu.

Professora Norma Soely junto com os atores da peça de teatro, ensaiando. (Arquivo Pessoal)

 

 

 

 

 

 

 

A sonoplastia, a cargo de Chico Borges, e a trilha sonora, composta por tambores, música de capoeira e Boi da Cara Branca, prometem ambientar o público em um universo onde a cultura e a resistência se entrelaçam.

Ensaio da peça: “Tambores da Liberdade”. (Arquivo Pessoal)

 

 

 

 

 

 

O elenco:

Anderson Reis, Cairo Brunno, Carlos Taylan, Chico Borges, Ewerton Moraes, Kallyandro Sávio, Róger Stranger, Josy Mascarenhas e a atriz convidada Carol Henrique.

Uma das características marcantes desta produção é a inclusão, contando com tradução em LIBRAS, realizada por William Cardoso, garantindo acessibilidade a todos os espectadores.

“A mensagem que ‘Tambores da Liberdade’ transmite é que o tambor é um símbolo de alegria, de africanidade, é um símbolo nosso, da negritude, do brasileiro”, contextualizou a professora Norma Soely, diretora do Grupo de Teatro da UESPI. “Vamos levar isso junto com os poemas do Elio, porque quando ele diz ‘eu sou negro, da cor de noite escura’, ele não está falando só dele, está falando para todos nós. ‘Eu sou Esperança Garcia’, que ele pesquisou e reforçou essa pesquisa, também é muito importante. É essa essência que estamos trazendo, essa mensagem para o público. Finaliza.