Por João Fernandes
Um grupo de estudantes do Curso de Geografia, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) campus Poeta Torquato Neto, realizaram um projeto para aprofundar os conhecimentos sobre o clima de Teresina. A iniciativa surgiu a partir da construção de um Painel Climatológico, que reuniu dados coletados durante 90 dias sobre elementos atmosféricos com o objetivo de compreender a dinâmica climática da cidade.
O trabalho foi realizado a partir da disciplina de Climatologia e utilizando a metodologia de natureza quali/quantitativa, combinando a coleta de dados diária de temperatura, umidade do ar, fotografias e níveis pluviométricos combinados com a leitura do céu baseada na nebulosidade.
A construção do Painel foi baseada em dados coletados entre os anos de 2018, 2019 e 2022, contemplando as estações do outono, inverno, primavera e verão. Ao todo, foram reunidos dados de seis períodos distintos, proporcionando uma observação uma visão abrangente das variações climáticas ao longo do tempo.
Após a coleta de dados, os estudantes processaram as informações e elaboraram gráficos e tabelas que compõem o painel climatológico. A organização cronológica dos dados possibilitou uma análise comparativa das variações climáticas ocorridas nos anos estudados.
Diante dessas observações, a professora Maria Suzete Sousa, orientadora do grupo, destacou as perspectivas futuras para o clima de Teresina, afirmando que é importante ressaltar que as projeções climáticas são complexas e envolvem uma série de fatores interconectados.
“Com base nos dados coletados e nas análises realizadas, podemos inferir que a região de Teresina pode enfrentar um aumento na temperatura média ao longo dos próximos anos. Além disso, é possível que ocorram variações na distribuição de chuvas, com períodos de maior intensidade e outros de menor precipitação a depender das interferências que a cidade possa sofrer”, destaca a professora.
A professora explica ainda que uma análise do clima de Teresina é de suma importância devido a suas condições climáticas diferentes e interferências continentais que a difere de outras capitais do Nordeste. Ela explica que esses eventos atmosféricos, embora imperceptíveis, podem influenciar, por exemplo, na sensação térmica e umidade relativa do ar.
“Teresina reflete uma condição de continentalidade, as massas de ar estão relacionadas à posição geográfica da cidade, que fica afastada, por exemplo, da influência marítima. Embora os ventos alísios vindos do oceano trazem chuvas, eles também podem determinar o clima de Teresina, influenciando na temperatura e na umidade do ar”, comenta a professora.
A docente destaca ainda a relevância do estudo para a compreensão dos impactos das mudanças climáticas na região. “Compreender as perspectivas futuras do clima é fundamental para que possamos nos preparar e adotar medidas que minimizem os impactos das mudanças climáticas em nossa cidade. É necessário, investir em tecnologias limpas e no monitoramento do clima, para que haja o entendimento das mudanças climáticas locais e suas implicações”, afirmou a professora.
Para João Carlos dos Santos, discente do 8° período, a realização de práticas do curso de Geografia é de grande relevância, tendo em vista que a sistematização dos dados coletados podem ajudar a compreender a dinâmica climática de um determinado lugar, levando em consideração, o levantamento dados necessário para a construção de painéis climatológicos. Para ele, a prática possibilita ainda aproximar os alunos ao ambiente em que estão inseridos.
“Durante o processo de participação na atividade prática, foi possível observar a dinâmica dos elementos e fatores climáticos na área de estudo, sendo possível identificar fatores que estariam influenciando a dinâmica climática da capital, tais como a continentalidade e eventuais efeitos marítimos. Ao longo desse período, discutimos e observamos na prática conceitos relacionados ao tempo e ao clima da nossa cidade”, comenta o aluno.