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Dia do Meio Ambiente: projeto estuda caminhos para o fortalecimento da percepção ambiental na comunidade Santa Luzia, em Corrente

Por João Fernandes

Desde 1974, a cada 5 de junho comemora-se o Dia do Meio Ambiente. Uma data de extrema importância para a conscientização e preservação ambiental e, nesse contexto, o projeto de pesquisa “Metodologias Participativas: caminhos para o fortalecimento da percepção ambiental na comunidade Santa Luzia” tem desempenhado um papel fundamental na promoção da consciência ecológica na referida comunidade. 

Moradores da Comunidade Santa Luzia participando do projeto

A iniciativa busca envolver a participação de moradores de Santa Luzia de forma participativa para que eles possam  compreender a percepção ambiental de cada um, os usos de metodologias para a conservação dos recursos vegetais medicinais na Comunidade, bem como compreender a percepção acerca dos principais problemas ambientais que afetam a diversidade florística medicinal da região.

Para compreender este cenário, foram entrevistados 20 indivíduos, sendo 60% do gênero feminino e 40% do gênero masculino, com idade variando entre 18 a 82 anos. Os entrevistados possuem uma relação intrínseca com o meio ambiente, fazendo uso e percebendo o ambiente de diferentes maneiras. 

Encontro com representantes da comunidade

A pesquisa já identificou 37 espécies de plantas medicinais cultivadas no quintal dos entrevistados, estando estas distribuídas em 25 famílias, sendo a Lamiacea a família mais representativa. As comunidades tradicionais/locais possuem conhecimento dos usos para quase todas as plantas da vegetação onde habitam e que é um caminho para entender quão proveitosa pode ser a conservação das florestas

Segundo a professora Kelly Polyana, docente orientadora do Projeto, a pesquisa busca não só investigar a percepção ambiental, como também contribui para a utilização mais racional dos recursos naturais. Para ela, o trabalho é de suma importância para o registro e preservação das percepções e dos sistemas em que os moradores estão inseridos..

“A percepção ambiental de jovens, adultos e idosos pode proporcionar uma interação harmônica do conhecimento local (do ponto de vista do indivíduo, da população e da comunidade) com o conhecimento do exterior (abordagem científica tradicional) enquanto instrumento educativo e de transformação”, destaca a professora.

Quando indagados sobre o que faziam para preservar os recursos florísticos como um todo, os informantes afirmaram que cuidam, preservam e não costumam jogar lixo no meio ambiente, além de praticarem o reflorestamento, porque isso pode regenerar matas que foram devastadas devido ao desmatamento, devolvendo a vitalidade ao local.

Para a discente Ana Clara Lira essa conscientização da população é de suma importância por contribuir com informações acerca do conhecimento sobre percepção ambiental da comunidade, como também fornecer informações que podem ser relevantes para o futuro. 

“A percepção ambiental pode ser definida pela forma como os indivíduos compreendem e se comunicam com o ambiente. Com isso, projetos como este que investigam a percepção ambiental contribuem para a utilização dos recursos naturais e possibilitam a participação da comunidade no desenvolvimento regional, assim, garantindo o desenvolvimento mais sustentável”, comenta a aluna.