Por Vitor Gaspar
Elenildo dos Santos Oliveira, egresso do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), no campus de Picos, é mais um entrevistado no quadro “Da UESPI para o mundo”.
Atualmente, ele faz doutorado na Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, e, recentemente, trabalhou durante um ano como assistente técnico de uma multinacional, atualmente conhecida como Corteva Agrisciense, grande empresa americana de produtos químicos agrícolas e sementes, com sede em Indiana-EUA.
Ascom: O curso de Engenharia Agronômica foi algo que você almejava antes de entrar no Ensino Superior?
Confesso que, de início, por estudar em uma escola onde faltava um certo incentivo e uma visão geral dos cursos, eu terminei o Ensino Médio sem saber exatamente o que queria. Nunca gostei muito de medicina, direito e fui percebendo que o meu foco seria mesmo na parte de Engenharia, ficando entre a Civil ou a Agronômica, porque constavam algumas disciplinas que eu gostava, entre elas Química, Física e Matemática. Então eu fiz o seletivo da UESPI e passei para o segundo lugar na cidade de Picos no curso de Engenharia Agronômica.
Ascom: E os professores? Como era a relação com eles? Tem alguns que você gostaria de destacar?
No geral, o nosso curso conta com bons professores, sejam de pesquisa, de campo, docentes que te davam uma aula fenomenal, então a minha relação com a maioria deles era muito boa. Até hoje, eu tenho contato com alguns deles, como o professor Wagner Rogério, que foi o meu orientador, nós compartilhamos ainda alguns documentos, alguns artigos, livros, algumas ideias e coisas do tipo. Então esse foi um dos grandes professores que tive e tenho uma gratidão enorme por ele, pois me inseriu no universo da pesquisa, já mesmo no terceiro período, quando quis participar do PIBIC e ele foi sempre solicito, me incentivando e dando as ideias.
Ascom: Como surgiu a oportunidade de atuar como assistente técnico de uma multinacional?
Assim que terminei a graduação, em 2017, passei cerca de um mês indo estagiar em uma fazenda em Uruçuí-PI, tendo naquele momento contato com um representante comercial de uma multinacional e, na época, ele me deu um cartão e disse que quando me formasse e se tivesse interesse em trabalhar no campo, eu poderia solicitar para alguma vaga dentro dessa empresa e, cerca de dois meses depois, eu recebi a ligação vinda dele me chamando para trabalhar como Assistente Técnico, onde trabalhei durante um ano dentro de uma safra que serviu para me auxiliar na parte prática da área, saindo um pouco da sala de aula, da teoria e tendo essa vivência de campo, pois ela também te dá subsídios para desenvolver tecnologias e pesquisas para serem aplicadas no campo, tendo uma visão maior e global de como funciona realmente a parte prática.
Ascom: E o doutorado em Minas Gerais? Porque a Universidade Federal de Lavras foi atrativo para você?
Eu tinha duas opções para fazer o doutorado: na Universidade Federal de Lavras (UFLA) ou na Universidade Federal de Viçosa (UFV), que são duas referências no Brasil inteiro com relação a genética e a Agronomia como um todo. Eu vi na UFLA uma instituição com um potencial gigantesco e que poderia me ajudar a aumentar o meu currículo, pois antes de entrar eu pesquisei quantas pessoas que fizeram doutorado lá estavam empregadas para ter um panorama da empregabilidade que a Universidade tem com os doutorandos e vi que realmente os números nela eram positivos. Também vi uma chance de fazer um intercâmbio ou um doutorado sanduíche e vejo que essa possibilidade está muito grande, estou próximo de conseguir, então estou me preparando para conseguir o certificado que me permita ingressar em uma Universidade fora do país.
Ascom: Quais as metas, objetivos e sonhos que você almeja a partir de agora pensando em seu futuro
Assim, eu tenho planos… Plano A, B, C e D, porque a gente sempre tem que estar pautado em planos para quando um falhar você ter outras opções. Então no plano A quero trabalhar em uma empresa, de preferência pública e que envolva pesquisa como a Embrapa que é o meu sonho, porque eu vejo que a gente é financiado toda a carreira acadêmica por recursos públicos, então assim, digamos que você tem que trazer retorno para a população de uma forma que possa ser aproveitada. Eu tenho o objetivo de trabalhar na iniciativa pública para contribuir de alguma forma para o pequeno e médio produtor, quer seja desenvolvendo ou cultivando um produto que possa ser aplicado no campo e que ajude a agricultura no Brasil como um todo. O plano B seria trabalhar na iniciativa privada, que do ponto de vista profissional e financeiro é incomparável com o setor público, mas que não é justo sair do doutorado e já ir trabalhar na no setor privado e continuar lá para sempre. O plano C seria docente superior. Pois, dessa, forma eu vou aliar o que eu gosto, que pesquiso, além da extensão também, à docência você sempre tem que estar ali em constante aprendizado sempre lendo, aprendendo para cada vez mais para uma aula de qualidade, passando conhecimento de qualidade pra seu aluno e dessa forma, preparando futuras profissionais e pesquisadores.
Ascom: Durante o seu período enquanto estudante da UESPI houve alguma mudança na sua visão de mundo?
De forma geral, a UESPI contribuiu muito na questão profissional, ela meu deu um espírito pesquisador principalmente pelo professor Wagner Rogério que foi meu maior motivador, me moldou para ver um mundo diferente, e inclusive eu tenho um sonho, caso ingresse na docência superior que seria retornar ao campus de Picos como professor de Engenharia Agronômica e fazer parte daquele quadro fantástico.
Ascom: Gostaria que destacasse a importância que a Universidade Estadual do Piauí tem para a sua vida e como ela contribuiu para onde você chegou até hoje.
A UESPI foi a minha primeira casa, e fazer a graduação naquele momento foi algo para mim muito diferente, foi uma realidade e uma vivência bem forte, as amizades que você constrói, as festas que você vai, as reuniões nos fins de semanas com os amigos para discutir alguma coisa, ou apenas mesmo para se divertir, tudo isso é muito mais intenso. É uma fase na sua vida em que você sai de casa, as vezes sem saber de nada em questão de sobrevivência e posso definir a graduação como superação, pois você sai do conforto de tudo e parte para uma vida adulta, como um aventureiro, que quando você se forma bate um filme com todas as lembranças e dificuldades que passou até atingir aquele nível.