Por Roger Cunha
A Turma 44 do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) realizou mais uma etapa das atividades práticas da disciplina Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia, ministrada pela professora Larissa Sales. A ação tem como objetivo aproximar os estudantes dos desafios reais vivenciados por trabalhadores que executam atividades repetitivas e fisicamente exigentes no ambiente universitário, reforçando a importância da prevenção e da promoção da saúde ocupacional.

Atividade prática integra teoria e cuidado com trabalhadores em ação da Turma 44 de Fisioterapia
Durante a prática, os acadêmicos aplicaram técnicas de massoterapia e conduziram orientações ergonômicas, com foco na redução de tensões musculares e na correção de posturas inadequadas que podem comprometer a saúde do trabalhador ao longo do tempo. A iniciativa busca integrar os conteúdos teóricos estudados em sala de aula com situações reais, estimulando a percepção crítica e o desenvolvimento de habilidades clínicas fundamentais na formação do fisioterapeuta.
Os profissionais da limpeza participaram ativamente da ação, recebendo instruções sobre como realizar suas atividades com mais segurança, adotando estratégias simples que podem minimizar desgastes físicos, prevenir dores e reduzir o risco de lesões repetitivas. Essa aproximação permite que os estudantes compreendam, de forma concreta, as demandas e os impactos que determinadas rotinas podem gerar na saúde musculoesquelética dos trabalhadores.

Atividade prática integra teoria e cuidado com trabalhadores em ação da Turma 44 de Fisioterapia
A professora Larissa Sales, responsável pela disciplina, enfatiza que atividades como essa fazem parte de uma proposta pedagógica que valoriza o aprendizado vivencial. Ela explica que o objetivo vai além da prática técnica, abrangendo uma formação capaz de desenvolver sensibilidade, responsabilidade social e capacidade de intervenção profissional qualificada. Segundo a docente, compreender o trabalhador dentro de seu contexto é essencial para uma atuação eficaz na área de saúde ocupacional. “Correlacionar o estudo teórico com a aplicação prática de informações e conceitos que implicam nos processos de saúde e doença ocupacional capacita o aluno a investigar e intervir nesse processo”, afirma.
A professora ressalta que essa vivência fortalece competências centrais da Fisioterapia do Trabalho. “Essas atividades consolidam o conhecimento teórico estudado em Ergonomia e Saúde do Trabalhador, desenvolvendo a capacidade de análise ergonômica, diagnóstico dos locais de trabalho e autonomia para elaboração de protocolos, intervenções e desenvolvimento dessas ações”, destaca.

Atividade prática integra teoria e cuidado com trabalhadores em ação da Turma 44 de Fisioterapia
Ao analisar os principais problemas ergonômicos observados durante a atividade, Larissa explica que muitas queixas estão ligadas ao tipo de esforço físico desempenhado diariamente. “Os problemas posturais decorrem, principalmente, do carregamento inadequado de cargas e do manuseio incorreto das ferramentas de trabalho, o que acarreta no desenvolvimento de dorsolombalgias, tendinites e cervicalgias”, detalha.
Ela também reforça que a abordagem da equipe vai além das questões musculoesqueléticas, contemplando uma visão integral da saúde. “Olhamos o trabalhador globalmente em sua saúde. Medimos pressão arterial, sobrepeso, hábitos de vida e aspectos socioemocionais, orientando a busca por apoio médico ou psicológico quando necessário, reforçando a importância de manter uma vida ativa e alimentação saudável”, pontua.
Para a professora, promover ergonomia dentro da UESPI é essencial para criar consciência e corresponsabilidade entre os trabalhadores. “Conscientizar sobre ergonomia desenvolve o senso de autonomia e corresponsabilidade com a própria saúde. O ser humano é um todo e não uma parte”, reforça.

Atividade prática integra teoria e cuidado com trabalhadores em ação da Turma 44 de Fisioterapia
Além da perspectiva docente, a ação possibilitou uma experiência rica para os estudantes, que puderam vivenciar situações reais relacionadas à análise de risco, comunicação com trabalhadores e condução de orientações preventivas. O discente Guilherme Silva, que participou ativamente da atividade, explica que vivências como essa representam um ponto de virada na formação, pois permitem aplicar o conteúdo do curso em contextos reais, desenvolvendo segurança e percepção profissional. Ele avalia que participar da atividade fortaleceu sua capacidade de análise e intervenção.
“Foi uma experiência muito importante para desenvolver um olhar clínico e identificar mais facilmente riscos ergonômicos e propor ajustes na forma que essas pessoas exercem seu trabalho na instituição”, afirma.
Guilherme Silva destaca que a prática também contribui de forma significativa para o desenvolvimento de habilidades essenciais no exercício da fisioterapia. “Contribui na melhora de habilidades de comunicação e trabalho em equipe. É através da prática que conseguimos reforçar o que vimos em sala de aula e aumentar nossa segurança em conduzir avaliações, orientações e diálogo com essas pessoas”, destaca.
Ao comentar sobre o impacto das orientações posturais para os trabalhadores, o estudante ressalta o impacto a médio e longo prazo. “A longo prazo, essas orientações vão fornecer mais conforto e qualidade de vida, ajudando a prevenir lesões e reduzir desconfortos no dia a dia”, explica.

Atividade prática integra teoria e cuidado com trabalhadores em ação da Turma 44 de Fisioterapia
Para ele, a fisioterapia tem papel estratégico na promoção de saúde dentro da universidade. “A fisioterapia tem um papel importante em mapear riscos ergonômicos e promover ações educativas para evitar futuros desconfortos e lesões, melhorando a qualidade de vida desses trabalhadores”, afirma. Guilherme Silva finaliza destacando que a experiência é base para quem pretende atuar em ambientes corporativos e ocupacionais no futuro. “Vamos levar uma melhor compreensão da prevenção, comunicação efetiva e um olhar atento às necessidades de cada trabalhador, seja ajustando a forma de sentar, digitar, varrer ou levantar cargas pesadas”, conclui.