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Curso de Agronomia da UESPI avança em pesquisa sobre inseticidas de baixo impacto ambiental por meio do UESPITech II

Por Filipe Benson

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), por meio do curso de Agronomia do Campus Cerrado do Alto Parnaíba, em Uruçuí, iniciou um projeto de pesquisa voltado ao desenvolvimento de alternativas sustentáveis para o controle da traça-das-crucíferas (Plutella xylostella).
A iniciativa integra o segundo edital do programa UESPITech II, lançado pela instituição para fomentar inovação, tecnologia e empreendedorismo, com recursos próprios destinados a pesquisas aplicadas de impacto social, ambiental e econômico. O projeto, coordenado pelo professor Tadeu Barbosa Marquinhos Silva, recebeu investimento de R$ 25 mil e envolve estudantes de graduação em atividades práticas e laboratoriais.

O UESPITech II consolida mais uma etapa da política institucional de incentivo à ciência e ao desenvolvimento de soluções tecnológicas no estado. Nesse contexto, o estudo da Plutella xylostella contribui diretamente para o avanço de métodos agrícolas mais eficientes e menos poluentes, alinhando-se aos objetivos de inovação e responsabilidade socioambiental previstos no edital.

Segundo o professor Tadeu Barbosa, que atua há 12 anos na UESPI e desenvolve pesquisas na área de fitossanidade e toxicologia de inseticidas, o projeto analisa a resposta da traça-das-crucíferas a dois compostos de risco reduzido: a azadiractina, derivada de planta, e o Bacillus thuringiensis, bactéria amplamente utilizada em biocontrole. “A traça-das-crucíferas é o inseto com maior número de relatos de resistência a inseticidas no mundo. Nosso objetivo é testar moléculas capazes de controlar a praga com menor dependência de produtos de amplo espectro, que afetam também insetos benéficos no campo”, explica o professor.

A pesquisa se destaca por propor soluções que diminuem a persistência de resíduos no solo, na água e no ar, reduzindo riscos de contaminação ambiental e retardando o surgimento de resistência nas populações da praga. As moléculas testadas, por apresentarem rápida degradação, alinham-se às exigências de mercados internacionais que demandam produtos agrícolas com menores índices de resíduos químicos. “Esses compostos permanecem menos tempo no ambiente e representam menor risco para quem aplica. O estudo tem potencial para facilitar exportações, melhorar práticas agrícolas e fortalecer um modelo mais sustentável de produção”, afirma Tadeu Barbosa.

Professor Tadeu Barbosa, Coordendor do projeto.

A iniciativa tem potencial para gerar ganhos diretos para agricultores e consumidores, ao possibilitar práticas mais assertivas no manejo da praga. Isso pode elevar a produtividade, reduzir custos de produção e oferecer alimentos mais seguros ao consumidor final. “Esperamos contribuir com informações que ampliem a produtividade e reduzam a incidência de doenças associadas à intoxicação por resíduos químicos. Com aplicações mais precisas, o custo também diminui, beneficiando toda a cadeia produtiva”, acrescenta o coordenador.

Segundo o professor, aqueles estudantes do curso de Agronomia que participarão da execução do projeto, irão atuar em coleta de insetos no campo, manutenção das colônias em laboratório, realização dos bioensaios e análise dos resultados. Essa participação direta está entre as metas do UESPITech II, que incentiva a capacitação científica e o protagonismo estudantil nos processos de inovação.

O projeto reforça o papel da UESPI como agente de transformação social, estimulando práticas científicas que unem inovação, responsabilidade ambiental e desenvolvimento econômico. Ao integrar o UESPITech II, a pesquisa fortalece a presença da universidade em debates regionais e nacionais sobre manejo de pragas, além de promover formação integral e impacto positivo na comunidade agrícola piauiense.