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Estudantes de Jornalismo da UESPI promovem roda de conversa sobre a cobertura jornalística de tragédias em escolas

Por Raíza Leão

Os alunos do 2º período do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), sob orientação do professor Daniel Solon, realizaram, nesta quarta-feira (13), a roda de conversa “A cobertura jornalística de tragédias em escolas”. O encontro, realizado no auditório do NEAD, no campus Poeta Torquato Neto, reuniu estudantes, profissionais da imprensa e familiares da menina Alice, vítima de um acidente em uma escola particular de Teresina, para refletir sobre os limites entre a informação, o sensacionalismo e a responsabilidade social no jornalismo.

O evento, que contou com certificação de 4h, teve a participação de Dayana Brasil e Cláudio Sousa (pais de Alice), além das jornalistas Nayara Nádia, produtora e editora da TV Clube, e Eulália Teixeira, chefe de produção da emissora.

Durante o debate, os convidados compartilharam experiências e perspectivas sobre a cobertura de casos sensíveis envolvendo o ambiente escolar. A jornalista Nayara Nádia destacou a importância de aproximar o mercado de trabalho do ambiente acadêmico, para que os futuros jornalistas desenvolvam um olhar mais crítico sobre as práticas da profissão. “A universidade sempre traz assuntos muito factuais para dentro da sala de aula, e ver como o mercado se comporta diante deles é extraordinário. Ações assim ajudam muito para que quem está na universidade saia com outro olhar para o mercado  e também para pesquisá-lo. O que o mercado faz não quer dizer que está 100% correto. A pesquisa da universidade é que vai orientar essas ações, questionar o que é válido e o que não é, para que a gente consiga fazer um jornalismo melhor”, afirmou Nayara Nádia.

A chefe de produção da TV Clube, Eulália Teixeira, reforçou a necessidade de diálogo entre a academia e o mercado profissional, destacando que teoria e prática caminham juntas na formação de jornalistas éticos e responsáveis. “Eu acredito que o que chamam de teoria e prática, ou academia e mercado de trabalho, estão sempre de mãos dadas. Sempre procurei estar na pesquisa e no mercado, porque um puxa o outro. Isso assegura uma boa formação e garante que levemos profissionais com responsabilidade, respeito e ética, comprometidos com o papel social do jornalismo”, pontuou.

O professor Daniel Solon ressaltou que o objetivo da atividade foi justamente proporcionar esse espaço de escuta e reflexão sobre o papel do jornalismo diante de tragédias e situações delicadas, nas quais o cuidado com as vítimas e suas famílias deve estar no centro da prática jornalística. “A universidade cumpre o papel de chamar a sociedade para discutir temáticas socialmente relevantes. Trazer para esse debate pessoas que sentiram na pele a dor de uma tragédia, junto com profissionais da imprensa, nos permite refletir sobre como esses assuntos devem ser tratados. É essencial pensar em como a sociedade pode ser melhor informada e como a responsabilidade social entra no fazer jornalístico”, destacou Solon.

Para os estudantes, a roda de conversa representou uma oportunidade de aprendizado prático e ético. A aluna Lavínia Moura contou como a experiência contribuiu para desenvolver uma sensibilidade maior diante de casos que envolvem sofrimento humano. “Durante a elaboração do projeto, pesquisamos vários casos sensíveis e percebemos como diferentes veículos abordam esses temas. O modo como a notícia é apresentada pode afetar profundamente as famílias envolvidas. Ouvir os pais da Alice foi muito tocante. Isso desperta em nós uma sensibilidade que é essencial para o jornalista, a de buscar sempre a verdade, mas preservando a integridade das pessoas”, afirmou.