Por Roger Cunha
A 6ª Semana de Audiovisual da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) reuniu estudantes, professores e profissionais da área em uma rica programação, organizada pelos alunos do curso de Jornalismo. Com o tema “Narrativas Identitárias e as Implicações Éticas na Produção e Consumo de Conteúdos por Inteligência Artificial”, o evento buscou provocar reflexões sobre o papel da IA no campo audiovisual, especialmente no que se refere às representações identitárias e à ética no consumo de informações.
Ao longo do evento, palestras e mesas-redondas exploraram o impacto das novas tecnologias na criação de conteúdo. Especialistas discutiram a responsabilidade dos jornalistas e produtores ao lidar com ferramentas de IA, destacando a importância de uma postura crítica e ética na construção de narrativas e no tratamento de dados. A questão da autenticidade e do respeito às diferentes culturas e identidades foi um dos principais pontos de debate, refletindo a preocupação com os limites e potenciais riscos na utilização de IA para criar imagens, vídeos e textos.
A programação incluiu oficinas práticas de edição e uso de softwares de IA, proporcionando aos participantes uma imersão no processo criativo com essas tecnologias. As atividades foram idealizadas para não apenas ensinar o uso técnico das ferramentas, mas também fomentar a consciência ética entre os futuros profissionais, incentivando-os a refletir sobre as consequências de suas escolhas na representação de narrativas identitárias.
No dia 4 de novembro, a palestra de abertura contou com a presença de profissionais: Nayra Figueiredo, Mestra em Ciência Política, advogada e DPO da Secretaria de Inteligência Artificial do Estado do Piauí, a Doutora em Linguística Raquel Freitag e o professor Mestre em Letras Luedo Teixeira. Com diferentes abordagens, os palestrantes discutiram o tema “Narrativas Identitárias e as Implicações Éticas na Produção e Consumo de Conteúdos por Inteligência Artificial”, enfatizando a importância de um olhar ético e responsável sobre o impacto da IA na comunicação e na criação de conteúdo audiovisual.
Nayra Figueiredo, enfatizou a importância de uma abordagem ética rigorosa no desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA). Para ela, o avanço dessa tecnologia exige que sejam definidos limites claros para a proteção dos dados dos cidadãos, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) sendo tratada como uma prática efetiva, e não apenas uma formalidade. “A questão ética na Inteligência Artificial é algo que devemos abordar com extrema seriedade. O avanço dessa tecnologia exige que nos perguntemos: quais limites estamos estabelecendo para proteger os dados dos cidadãos. A ética entra quando entendemos que a coleta e o uso de dados afetam vidas”, afirmou.
Raquel Freitag alertou sobre os impactos da Inteligência Artificial na diversidade da língua, destacando o risco de padronização excessiva das expressões culturais e regionais. Ela explicou que, embora a IA já consiga produzir textos com alta qualidade, isso pode limitar a riqueza linguística, uma vez que essas ferramentas tendem a se alinhar ao uso da “língua formal”. “A Inteligência Artificial já é capaz de criar textos tão bem quanto nós, mas o que isso significa para a diversidade da nossa língua? Observamos que as ferramentas de IA tendem a padronizar expressões, alinhando-se ao que chamamos de ‘língua formal’. Mas onde fica a nossa riqueza de variações regionais e culturais? Nós temos sotaques, gírias e nuances! É essencial que, ao usarmos IA para produzir conteúdo, não percamos essa multiplicidade que faz da língua um reflexo da nossa identidade”, afirmou.
O professor Luedo Teixeira destacou o papel da Inteligência Artificial como uma aliada e não uma substituta no processo educativo, apontando os limites da tecnologia no ensino da linguagem. Para ele, a IA pode ser útil na análise de textos e na criação de conteúdo, mas ainda é incapaz de replicar a sensibilidade e o entendimento humano das nuances linguísticas. “Com a Inteligência Artificial, estamos diante de uma nova fase na educação. Eu sempre digo aos meus alunos que as ferramentas são aliadas, não substitutas do nosso processo de ensino. Uma IA pode, sim, auxiliar na análise textual e na criação de conteúdo, mas precisamos entender que ela não substitui o olhar humano para a linguagem”, afirmou o professor.
Logo após a palestra de abertura, ocorreram oficinas práticas, incluindo “Produção de Documentário: do Roteiro à Prática”, ministrada por Antônio Augusto; “Captação de Imagens com o App CapCut”, conduzida por Danilo Kelvin; e “Prática de Produção em Telejornalismo”, com a jornalista Sayuri Sato.
No segundo dia do evento, 05 de novembro, ocorreu a palestra “Produção com Inteligência Artificial no Audiovisual”, com a participação de Sérgio Rossini, Abdala Moura e Roberth Lucas.
Sérgio Rossini refletiu sobre os desafios que o uso da Inteligência Artificial impõe ao papel do artista e do produtor, sugerindo que o futuro da produção audiovisual pode estar em uma parceria mais estreita entre a IA e a criatividade humana. Ele explicou que, com a automação das tarefas técnicas, há mais tempo para focar naquilo que a IA ainda não é capaz de fazer sozinha: criar uma conexão genuína com o público. “O uso da IA nos desafia a repensar o papel do artista e do produtor. Talvez o futuro da produção esteja em uma parceria mais profunda entre IA e criatividade humana. Com a automação das tarefas técnicas, ganhamos mais tempo para investir naquilo que a IA ainda não pode fazer sozinha: criar uma conexão genuína com o público, dando alma e propósito ao som. O segredo é integrar a tecnologia com a sensibilidade humana”, afirmou.
Abdala Moura destacou as questões éticas e de responsabilidade envolvidas no uso da Inteligência Artificial para a produção de áudio, questionando se a tecnologia está promovendo uma padronização da produção ou, de fato, ampliando as possibilidades para artistas e produtores. Ele ressaltou que a chave está na maneira como os criadores utilizam essas ferramentas. “O uso de IA para a produção física do áudio levanta uma série de questões éticas e de responsabilidade. Vemos a IA substituindo funções que, antes, só um artista poderia fazer. Será que estamos criando uma produção de massa padronizada, ou a IA está realmente expandindo o horizonte para artistas e produtores? Eu acredito que a resposta está na forma como nós, como criadores, usamos essa tecnologia para ampliar e não limitar a criatividade”.
Roberth Lucas destacou o papel da Inteligência Artificial como uma ferramenta que aprimora a produção de áudio, tornando processos antes demorados e exigentes em estúdios mais rápidos e precisos. Ele ressaltou que, ao automatizar tarefas técnicas, a IA permite que os profissionais de áudio se concentrem no design criativo, elevando a qualidade do trabalho final. “As ferramentas de IA são fantásticas para aprimorar de uma forma que, antigamente, exigia horas de trabalho em estúdios. Se a IA pode fazer a produção mais rápida e precisa, os profissionais de áudio podem focar no design criativo, aprimorando detalhes que realmente destacam o trabalho final. Assim, a IA se torna uma parceira, e não uma competidora, da produção artesanal de áudio”, afirmou.
Após a palestra, ocorreram as oficinas do dia, incluindo a prática de produção em telejornalismo, com as jornalistas Josiane Sousa (REDE CLUBE) e Nágila Alves (TV MEIO), além da oficina “Produção de Documentário: do Roteiro à Prática”, com Antônio Augusto, e a oficina de captação de imagens pelo app CapCut, ministrada por Danilo Kelvin.
No terceiro dia do evento, 06 de novembro, ocorreu o debate “Inteligência Artificial: Ferramenta ou Substituta? O Futuro está a nossa frente”, com a participação de Marta Alencar, fundadora da COAR (startup jornalística e educacional de debunking e fact-checking no Nordeste), e o Doutor em Informática Cláudio Micelli.
Marta Alencar enfatizou o papel essencial da Inteligência Artificial na análise rápida de grandes volumes de dados, especialmente na identificação de fake news. No entanto, ela destacou que a IA deve ser vista como uma ferramenta complementar, e não uma substituta. “A IA tem sido uma aliada essencial, permitindo uma análise rápida de grandes volumes de dados para identificar fake news. Mas, para mim, a IA deve ser vista como uma ferramenta complementar e não uma substituta. O processo de checagem de fatos, especialmente em um contexto complexo como o nosso, envolve nuances culturais e de linguagem que só um ser humano pode entender em profundidade. O olhar humano é insubstituível quando o objetivo é buscar a verdade e interpretar a informação. A IA acelera e amplia nosso alcance, mas o trabalho final exige uma visão ética e crítica que a máquina ainda não possui”, afirmou.
Cláudio Micelli abordou o avanço da Inteligência Artificial, destacando que estamos cada vez mais próximos de um cenário onde a IA será capaz de realizar interpretações avançadas e até tomar decisões com precisão similar à humana. Ele questionou se estamos preparados para permitir que a IA assuma papéis mais complexos, substituindo certas funções humanas. “Estamos cada vez mais próximos de um cenário onde a IA será capaz de fazer interpretações avançadas e até de tomar decisões com precisão similar à humana. A questão é: queremos que a IA seja apenas uma ferramenta ou estamos prontos para permitir que ela assuma papéis complexos, substituindo certas funções humanas? O desenvolvimento de algoritmos mais sofisticados e a capacidade de aprendizado autônomo colocam a IA em um patamar onde ela pode atuar em áreas que antes considerávamos exclusivamente humanas. No campo da informática, por exemplo, já vemos IA programando outras IA. O desafio é garantir que essa autonomia seja guiada por parâmetros éticos que nós estabelecemos”, afirmou.
Após a palestra, ocorreram as oficinas do dia: “Entrevistas em Vídeo para Televisão e Mídias Digitais”, com a jornalista Cinthia Lages (TV MEIO); “Práticas da Fotografia Jornalística em Campo”, com o fotógrafo Thiago Amaral; e “Criação de Conteúdos para as Redes Sociais: O Poder do Real Time”, com João Marcos.
No quarto dia do evento, 07 de novembro, ocorreu a palestra “Narrativas Identitárias e as Implicações Éticas na Produção e Consumo de Conteúdos por IA”, com Marcelle Chagas, e contou com a participação dos professores Prof. Dr. Silvino Filho e Prof. Dr. Raimunda Celestina. Durante a palestra, os especialistas discutiram como a Inteligência Artificial está transformando o audiovisual, abordando as responsabilidades dos criadores de conteúdo na preservação das identidades culturais e sociais. Também enfatizaram a importância de uma abordagem ética e consciente ao utilizar IA, destacando o impacto dessa tecnologia nas representações e narrativas contemporâneas.
Marcelle Chagas destacou a transformação proporcionada pela Inteligência Artificial na produção e consumo de conteúdo, levantando questões importantes sobre as narrativas identitárias. “A Inteligência Artificial está transformando o modo como produzimos e consumimos conteúdo, o que nos leva a refletir sobre o impacto dessas mudanças nas narrativas identitárias. A IA permite criar histórias e personagens de forma rápida e com uma precisão impressionante, mas onde fica a preservação das nossas identidades culturais e sociais? É fundamental que nós, como criadores, tenhamos uma responsabilidade ética ao lidar com essas tecnologias, garantindo que as nossas histórias respeitem e reflitam a diversidade da nossa sociedade, sem estereótipos ou distorções”.
O Prof. Dr. Silvino Filho abordou o impacto da Inteligência Artificial no audiovisual, destacando suas potenciais implicações culturais. “A IA tem o potencial de reproduzir e amplificar representações culturais, mas também pode, inadvertidamente, perpetuar preconceitos ou apagar identidades. No contexto do audiovisual, precisamos de uma IA que compreenda e respeite a complexidade de nossas culturas. A responsabilidade do criador é maior do que nunca. Temos que questionar: quem está programando essas máquinas e com quais valores? Se não formos cuidadosos, a IA pode acabar impondo visões enviesadas ou superficiais, minando as narrativas autênticas que lutamos para construir ao longo dos anos”, afirmou o professor, ressaltando a importância de um olhar crítico na utilização dessas tecnologias.
A Prof.ª Dr.ª Raimunda Celestina destacou a necessidade de reflexão sobre as implicações do consumo de conteúdos gerados por Inteligência Artificial. “Temos que pensar nas implicações do consumo desse conteúdo gerado por IA. A IA tem uma capacidade incrível de adaptar narrativas a diferentes públicos, mas ao fazer isso, ela pode deixar de lado nuances importantes das identidades locais. Como consumidores, devemos ter uma postura crítica ao consumir esses conteúdos, reconhecendo o que é autêntico e o que pode ter sido manipulado ou diluído por um algoritmo. Acredito que, ao promover uma abordagem ética e consciente, podemos ensinar o público a valorizar a diversidade e a buscar representações que realmente os representem”, afirmou, ressaltando a importância de um consumo consciente e crítico.
Após a palestra, ocorreram as oficinas de Entrevistas em vídeo para televisão e mídias digitais com a jornalista Joelma Patricia (ClubeNews), Práticas da fotografia jornalística em campo com o fotógrafo Thiago Amaral e Criação de conteúdos para as redes sociais: o poder do real time com João Marcos.
Para encerrar a 6ª Semana de Audiovisual (08/11), foi realizada a palestra “O Futuro do Jornalismo Tradicional em Contexto de IA”, com a presença do diretor de tecnologia da Rede Clube, Sérgio Paiva, do diretor de jornalismo da TV Antena 10 e do Portal A10+, Marcelo Gomes, além do reitor da UESPI, Professor Doutor Evandro Alberto, e do professor pós-doutor Orlando Berti. A palestra abordou os desafios e as oportunidades que a Inteligência Artificial representa para o jornalismo tradicional, discutindo o impacto das novas tecnologias no modo de produção e consumo de notícias, além de explorar as possíveis transformações nas práticas jornalísticas diante da crescente presença da IA na mídia.
Sérgio Paiva, ressaltou a importância de se entender o papel da Inteligência Artificial no jornalismo.“do ponto de vista tecnológico, a IA pode ser uma grande aliada, ajudando a otimizar a coleta de informações, a análise de dados e até a personalização de conteúdo para diferentes públicos. No entanto, é fundamental compreender que a IA é uma ferramenta que depende de quem a programa e do propósito que orienta o seu uso. O desafio está em como integrar a IA sem perder a qualidade e a credibilidade do jornalismo que construímos ao longo dos anos”.
Marcelo Gomes, destacou o papel da Inteligência Artificial no aprimoramento da produção jornalística. Ele observou que, “nós também vemos o potencial da IA em aprimorar a produção jornalística. Mas a questão é: até que ponto a IA pode substituir o trabalho do jornalista? Embora possamos usá-la para agilizar processos, como a transcrição de entrevistas e o monitoramento de redes sociais, o jornalismo vai além da automatização. É um trabalho humano, de análise crítica, de interpretação dos fatos. É fundamental que, enquanto usamos a IA, mantenhamos o compromisso de transmitir informações de maneira ética e confiável”.
O Prof. Dr. Evandro Alberto, reitor da UESPI, enfatizou a responsabilidade social do jornalismo, destacando que “o jornalismo tem uma responsabilidade social que transcende a simples transmissão de informações. A IA pode facilitar a produção de conteúdo, mas não pode substituir o rigor, a ética e o senso crítico que formam a base do jornalismo. O papel das universidades é preparar futuros profissionais para que saibam usar a IA como uma ferramenta, mas sempre mantendo a consciência do impacto social e da responsabilidade que cada notícia carrega”.
O Prof. Pós-Doutor Orlando Berti abordou o impacto da IA no jornalismo, destacando seu potencial para democratizar o acesso à informação, ao permitir uma cobertura mais ampla e acessível. No entanto, alertou sobre o risco de se perder a essência do jornalismo, que é questionar, investigar e interpretar. “A formação do jornalista deve ser mais crítica do que nunca, para que ele saiba diferenciar o uso positivo da IA de um uso que possa comprometer a ética e a qualidade da informação”, afirmou.
Filipe Benson, aluno da UESPI, destacou a importância de ter participado dos cinco dias de evento, ressaltando que a experiência proporcionou uma visão ampla sobre a possibilidade de criar um jornalismo em parceria com a IA. “Foi muito importante a participação nos cinco dias de evento porque ajudou a gente a ver a possibilidade de estar criando um jornalismo em parceria com a inteligência artificial e criou em nós a vontade de desenvolver esse novo tipo de jornalismo. Foram muitos conhecimentos, palestras maravilhosas, todos os palestrantes foram de parabéns, a equipe foi responsável por estar de parabéns. Foi incrível, só soma demais na nossa construção enquanto jornalista e enquanto estudante da UESPI”.
Luis Alberto Lustoza Damasceno, aluno de Jornalismo, expressou a relevância da Semana de Audiovisual, destacando que “foi essencial para aprimorar e enriquecer os conhecimentos que nossos docentes transmitem para nós diariamente em suas aulas”. Ele também abordou o impacto da inteligência artificial, ressaltando que, “quanto à inteligência artificial, acredito que tudo pode ser benefício, desde que seja usado de forma correta e sem intenção de prejudicar ou atrasar a evolução de algo”. Para ele, a IA “pode sim ajudar no cotidiano e futuramente será algo fundamental no nosso dia a dia”. A Semana de Audiovisual, segundo o aluno, “serviu para nos fazer entender um pouco mais sobre essa novidade tecnológica, como ela pode nos ajudar como jornalistas e nos fazer refletir sobre formas certas e erradas de usá-la”.
Maria Vitória, aluna do curso de jornalismo, compartilhou seu encantamento pelo evento, afirmando que a Semana do Audiovisual a fez se apaixonar ainda mais pelo jornalismo.“A Semana do Audiovisual me impactou positivamente, fazendo eu me apaixonar mais ainda pelo jornalismo. Atualmente, sei como a inteligência artificial está presente em nosso cotidiano e como afeta todas as profissões, mas a Semana do Audiovisual me fez perceber que a inteligência artificial não irá tomar o lugar dos jornalistas, e sim ser uma aliada dos profissionais de jornalismo”.
Izzy Santos, também aluna do curso de jornalismo fez uma avaliação extremamente positiva, destacando como o evento impactou sua visão sobre a profissão. “Minha avaliação referente ao tema escolhido é 10, achei excelente. Impactou muito na minha visão sobre a vida profissional e ver de fato a inteligência artificial como uma ferramenta que deve ser usada como meio, mas jamais para um fim. Ela nos ajuda, mas não faz o trabalho que só um ser humano faz e não consegue passar a empatia e o sentimento que só uma pessoa humana consegue, em um texto. E entender isso ajuda também a desmistificar os rumores de que vamos ser substituídos como profissionais. As IAs já não são futuro, são o nosso presente e precisamos saber utilizá-la sem ferir a nossa ética profissional e sem nos acomodarmos diretamente na tecnologia”.
Jimmy Christian, aluno da uespi também reforçou a relevância das discussões promovidas no evento, destacando a ideia de que as IAs, longe de serem uma ameaça, podem ser aliadas do bom jornalismo. “As discussões que tivemos no evento foram maravilhosas, porque repassaram a ideia do uso saudável e auxiliador das IAs como benéficas pro bom jornalismo, que antes dos debates víamos esse fenômeno das inteligências como ameaçador aos profissionais. No geral, foi engrandecedor por trazer uma visão palpável de um jornalismo melhor com IAs. E os diferentes profissionais envolvidos no evento trazendo essa mesma visão reforçou isso”.
Gabrielle Zanin, aluna participante, compartilhou sua experiência enriquecedora, ressaltando que os temas abordados, especialmente a relação entre IA e jornalismo, foram reveladores. “Primeiramente, foi uma experiência bastante reveladora por conta dos temas abordados. Falar sobre a inteligência artificial é falar sobre o futuro, a IA traz consigo avanços, mas também apresenta desafios e riscos que precisam ser abordados com cuidado. Os professores e convidados conseguiram falar de uma forma nítida e acessível sobre os malefícios desses mecanismos tecnológicos. Nós precisamos reconhecer os prós e contras para não sermos reféns dessas tecnologias. As oficinas também foram bastante construtivas, em especial as aulas de fotografia”.
Professora Sammara Jericó, coordenadora e organizadora do evento, expressou sua satisfação com o resultado da Semana do Audiovisual. Ela destacou o esforço coletivo para a realização do evento, agradeceu aos alunos e à universidade pelo apoio e reconheceu o evento como uma oportunidade única de troca de ideias e crescimento para todos os envolvidos. “Foi uma semana que deu muito trabalho na produção, mas que enriqueceu mais ainda todos nós que participamos, isso aqui é uma demonstração da quantidade de pessoas que participaram na organização, que participaram na troca de ideias, de conhecimento. Eu estou muito feliz de ter feito essa semana com os convidados que nós chamamos para cá, com os inscritos que participaram ativamente. Agradeço de coração meus alunos do Sétimo Bloco e a universidade por me proporcionar a realização que eu tenho de ser professora aqui da universidade.”
A Sexta Semana de Audiovisual teve seu encerramento com uma reflexão sobre os impactos e as possibilidades da inteligência artificial no jornalismo. Durante os cinco dias de evento, a programação destacou as interações entre essas duas áreas, com ênfase na importância da ética e da responsabilidade social no uso da IA. Para concluir a semana, o grupo de dança da UESPI trouxe uma apresentação que celebrou a tradição do boi bumbá, com ritmos e movimentos que exaltaram a cultura popular brasileira, simbolizando a diversidade e a resistência das manifestações culturais locais.
Confira algumas fotos da 6ª Semana.