Por Giovana Andrade
O projeto de pesquisa “Desenvolvimento de Bancada Didática para pesquisa e ensino em Hidrogênio Verde” é um dos aprovados no Edital UESPI-TECH, recebendo um aporte financeiro de 25 mil reais. Sob a liderança do Prof. Juan de Aguiar, esta iniciativa conta com a participação de outros professores e alunos para sua realização. O objetivo é atender à demanda crescente na área de tecnologias e energias renováveis, especialmente no contexto do hidrogênio verde. Apesar da relevância desse campo, ainda há diversos aspectos a serem explorados, desde questões de armazenamento e logística até o aprimoramento das cadeias produtivas relacionadas ao hidrogênio verde.
O hidrogênio verde (H2V) é obtido por meio da eletrólise da água, utilizando energia limpa e renovável, sem emissões de CO2. Esse processo separa hidrogênio e oxigênio da água através de corrente elétrica, exigindo fontes limpas como solar, hídrica ou eólica. Ele é considerado “verde” justamente porque sua produção não emite gases de efeito estufa, contribuindo para a redução das emissões de carbono e a mitigação das mudanças climáticas, possuindo um potencial significativo como uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis.
O Prof. Juan de Aguiar explica que, até o momento, as bancadas existentes para trabalhar com hidrogênio verde lidam principalmente com pequenas quantidades ou servem apenas de forma ilustrativa para demonstrar o potencial do hidrogênio, sem abordar aspectos de como pode ser tratado com a termodinâmica. Isso porque o hidrogênio verde é extremamente interdisciplinar, envolvendo áreas como engenharia elétrica, mecânica, de materiais, química, entre outras.
“Atualmente, as bancadas de hidrogênio existentes são notadas por sua natureza um tanto interdisciplinar, mas geralmente se concentram apenas em uma área específica de especialização. Por exemplo, ao considerar a geração de energia, elas demonstram como ocorre a eletrólise da água para produzir hidrogênio e oxigênio e discutem o balanço energético. No entanto, muitas delas não abordam questões como pressão e vazão, que são problemáticas relevantes, então a proposta desta nova bancada é abordar de maneira mais abrangente as complexidades reais da cadeia produtiva do hidrogênio verde”.
Ainda segundo o docente, um aspecto bastante interessante é que, a partir do que for produzido, eles poderão trabalhar em partes menores da bancada. Por exemplo, um gerador de hidrogênio por eletrólise ou alcalino. Ele mencionou que podem adquirir essa tecnologia pronta e incorporá-la à bancada. No entanto, destacou que a bancada lhes proporciona a liberdade de desenvolver suas próprias tecnologias para partes específicas, o que permite um desenvolvimento mais personalizado.
“É importante destacar que essas partes da bancada representam etapas da cadeia produtiva semelhantes ao que acontece em usinas reais. Ao melhorar a bancada, estamos, na verdade, contribuindo para o avanço da pesquisa em processos produtivos reais.