Por Jésila Fontinele
A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), campus Herói do Jenipapo, em Campo Maior, vai realizar no dia 21 de agosto de 2025, o Simpósio do Dia do Historiador, com foco em práticas de pesquisa e ensino de História. O evento acontecerá no auditório do campus, das 8h às 18h, sendo destinado a graduandos e professores do curso de História, bem como a pessoas interessadas no tema. A inscrição é gratuita e os participantes receberão certificado de 10h.

A professora de História Mara Lígia destacou a importância da data, celebrada em 19 de agosto, em alusão ao nascimento do pesquisador pernambucano Joaquim Nabuco, em 1849, marco que originou o Dia Nacional do Historiador. “O evento vai privilegiar o debate sobre o ofício do historiador e o seu papel no mundo contemporâneo. Os historiadores desempenham um papel relevante na investigação e elucidação dos importantes processos que deram origem ao mundo em que vivemos hoje”, ressaltou.
O professor Dr. Edmundo Ximenes, que ministrará às 15h a palestra Ofício do historiador em tempos de IA, pontuou que sua exposição abordará o papel do historiador frente à corrida tecnológica, com foco na inteligência artificial, além da discussão sobre os benefícios, desafios e riscos da IA para professores e pesquisadores, com destaque para seu uso crítico, ético e criativo. “A reflexão central é como a IA pode potencializar o trabalho do historiador e contribuir para o conhecimento e para a sociedade.”
Ele ainda acrescentou sobre as lições extraídas da história que permitem imaginar e construir novos caminhos. ” Discutir o nosso ofício em eventos como este é também reafirmar nossa relevância para a democracia, a justiça social, a sustentabilidade e o uso ético das novas tecnologias, como a própria IA.”


O professor Reinaldo Barroso Júnior evidenciou, em sua fala, a participação no simpósio, ocasião em que abordará a presença de escravizados negros de origem africana na produção e nas ocupações exercidas ao final do período colonial. “Eu vou destacar quantitativamente quem eram esses escravizados, o que faziam, quais ocupações exerciam, basicamente servindo de base para toda a lógica produtiva e para o conforto da vida do senhor. Minha fala estará centrada na importância desses trabalhadores no exercício da produção e do cotidiano como um todo, ocupando diversas funções, desde barbeiros, cabeleireiros, cozinheiros e lavadeiros, até atividades mais pesadas, como capineiros, roceiros e na construção das plantações.”
O professor evidenciou a necessidade de compreender a realidade das minorias, tendo como ponto de partida a escravidão, sobretudo dos negros, que ainda enfrentam desigualdades e discriminação. “Refletir sobre esse passado é fundamental para reconhecer a contribuição dos negros e afrodescendentes na construção da colônia, do Império e da formação do Brasil.”
O professor Edmundo Ximenes concluiu com uma mensagem aos alunos sobre a relevância da profissão do historiador, fruto de engajamento, organização, lutas, estudos e pesquisas. “Que conquistem visibilidade e gerem impacto, e que cada estudante compreenda que ser historiador é mais do que narrar o passado, é atuar no presente para apontar e construir novas possibilidades, com responsabilidade e compromisso ético.”
Para ter mais informação e acesso as inscrições acesse o link do formulário: https://forms.gle/HdLtBYrQDuVEgBA59