Por Liane Cardoso
Aumentar o ritmo de estudos e intensificar a rotina de leituras faz parte da vida acadêmica durante o andamento do período letivo. Contudo, esse esforço, quando mal administrado pode afetar a qualidade de vida dos discentes. Para analisar questões como essa, o acadêmico de Fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí, Wesley Macedo, desenvolveu um estudo sobre a qualidade do sono dos universitários da UESPI.
O trabalho foi realizado através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC 2020-2021) e contou com orientação da professora Daisy Satomi, docente do curso de Fisioterapia e presidente da Liga do Sono da UESPI. Os dados da pesquisa foram coletados durante o recesso acadêmico – pausa das atividades da UESPI em virtude da Pandemia da COVID-19 – e o período 2020.1, que iniciou em janeiro deste ano.
De acordo com Wesley Macedo, na comparação do recesso acadêmico com o quinto período (2020.1) de estudantes da área de humanas, exatas e natureza da UESPI, o quesito qualidade de vida obteve um score razoável – 61 no recesso e 56 no período 2020.1.
Os pesquisadores também conseguiram identificar facetas positivas e negativas que influenciaram na qualidade do sono durante os dois períodos analisados. Mobilidade, autoestima, novas informações e habilidades foram características positivas destacada pelos alunos. Fatores como desconforto, dor e dependência de medicação também foram constatados no estudo.
O acadêmico de fisioterapia destaca ainda que a qualidade do sono está diretamente associada a fatores como: alimentos e bebidas ingeridas antes do período de repouso, uso de equipamentos eletrônicos (tablets, notebooks e celulares) antes de dormir e a perda de sono por atividades acadêmicas, sejam atividades obrigatórias ou extracurriculares.
“A carga horária do período letivo não influenciou diretamente na qualidade do sono, pois os níveis de sonolência foram semelhantes em ambos os períodos”, pontuou o aluno. Nesse ponto, ele enfatiza que a organização pessoal é fundamental para um repouso adequado.
A orientadora da proposta esclarece que para uma boa noite de sono, é necessário ter bons hábitos noturnos e diurnos, pois cada ação se complementa e têm repercussões no corpo e na mente. Confira a seguir alguns hábitos que a Prof.ª Daisy Satomi destacou e que podem contribuir para a melhoria do sono.
À noite: é bom evitar qualquer ação que seja estimulante, exemplos:
1. Luzes (celular, computador, televisão), pois a luz estimula o núcleo supraquiasmático e suprime a produção da melatonina, o hormônio do sono;
2. Cafeína (café, energéticos, refrigerantes escuros).
Durante o dia: é bom ter hábitos saudáveis, pois isso ajuda a qualidade do sono, exemplos:
1. Atividade física pela manhã ou início da tarde, evitar o período noturno, pois a adrenalina é estimulante e prejudica o sono;
2. Expor-se à luz do sol, principalmente pela manhã, isso regula o nosso relógio biológico;
3. Adotar rotinas, o nosso organismo trabalha muito melhor com rotinas, ter horário para levantar, dormir e para alimentar-se.
Conheça também a cartilha do sono elaborada pelos pesquisadores durante a produção do projeto.