Por Vitor Manoel
A Liga Acadêmica de Estudos Neurológicos e Neurocirúrgicos da UESPI (LAENN), produziu, na última semana do mês de março, uma ação de conscientização sobre a Epilepsia juntamente com pacientes do ambulatório do Hospital Getúlio Vargas e do Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo (CISLA).
A iniciativa foi elaborada por acadêmicos do curso de Medicina do campus Poeta Torquato Neto com a instrução do Coordenador da Liga, Dr. Leonardo Halley, além da qualificação técnica oferecida pela Dra. Tomásia Monteiro, Neurologista pela USP de Ribeirão Preto (USP-RP), neurofisiologista (EEG – Epilepsia) e embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE-RP).
A atividade tem como objetivo possibilitar a conscientização sobre a Epilepsia, uma patologia fruto de pequenas lesões no cérebro e que causa convulsões, e que vem cercada de preconceito e estigma social. Além disso, poucas pessoas recebem o tratamento adequado, dificultando uma boa qualidade de vida. Dessa forma, foram abordados na capacitação temas relevantes que são, costumeiramente, questionados pelos pacientes na prática clínica, assim como uma inspeção geral para o médico generalista, de forma que a contribuição da Dra. Tomásia Monteiro propiciou o embasamento teórico fundamental para o desenvolvimento de uma abordagem altamente prática nos maiores ambulatórios do Sistema Único de Saúde (SUS) da capital, Teresina.
A ação foi desenvolvida conciliando com o propósito do Purple Day ou “Dia Roxo” (26 de março), Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia. Para o responsável acadêmico, Anderson de Oliveira, os projetos de extensão que buscam essa interação mais próxima com a população, em divulgar informações, trazer questionamentos e sanar dúvidas, são os melhores no âmbito do conhecimento e que pode ser difundido à sociedade.
“Nós já tivemos uma experiência anterior, na Laenn, de um projeto sobre conscientização a respeito da Doença de Alzheimer e isso nos motivou a continuarmos abordando outros temas de relevância à população. No fundo, além de contribuirmos para o público, esse tipo de projeto gera uma noção de pertencimento dos ligantes ao mundo da Neurologia, e isso também é fundamental para o desenvolvimento do conhecimento acadêmico e humano dos participantes”.
Uma das ligantes do programa, Júlia Passos, que esteve presente no projeto, comentou que a experiência foi ótima, pois foi possível conversar com muitos pacientes para sanar dúvidas sobre a diferença de crise epiléptica e epilepsia e ainda sobre outros sintomas além das convulsões.
Segundo o Coordenador da liga, Dr Leonardo Halley, a realização foi muito importante, pois esse é um tema que ainda gera muitas dúvidas na população em geral e até mesmo entre profissionais de saúde. Ele entende que os pacientes com epilepsia ainda sofrem muitos estigmas em pleno século XXI, apesar de todas as informações e tecnologias disponíveis.
“Muitas vezes, o preconceito com o paciente diagnosticado com epilepsia ainda permanece. Para isso, projetos como esse da Liga são importantes para tentar ajudar a diminuir esses estigmas. Nós sabemos que, em alguns casos dessa doença, o controle é bem mais difícil, porém muitos deles conseguem ter uma vida praticamente normal com controle satisfatório utilizando as medicações disponíveis atualmente”.
Por meio de palestras e da distribuição de cartilhas informativas realizadas ao longo de uma semana, a Liga esclareceu as informações a respeito dos sintomas, fatores de risco, tratamento e cuidado multidisciplinar da epilepsia.