Por Roger Cunha
Criado em 2019, o Grupo de Pesquisa em História, Educação e Narrativas Transnacionais (GPHENT) nasceu a partir da iniciativa de professores que passaram a lecionar no curso de Licenciatura em História da UESPI, campus de São Raimundo Nonato, em 2018. A coordenadora, professora Cristiane Maria, explica que a motivação principal foi reunir interesses de pesquisa em um espaço coletivo. “Sentimos a necessidade de criar um grupo que pudesse agregar nossos interesses de pesquisa e representar o Colegiado frente à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROP)”, afirma.
Desde sua fundação, o grupo assumiu caráter interdisciplinar, estimulando o diálogo entre graduandos, pós-graduandos, docentes da UESPI, professores da educação básica e pesquisadores de instituições nacionais e internacionais. “Desde o início, buscamos construir um espaço aberto, capaz de articular diferentes áreas e promover debates com a comunidade que nos cerca”, completa Cristiane Maria.

GPHENT consolida prática docente e amplia horizontes de pesquisadores
As pesquisas desenvolvidas pelo GPHENT abrangem temáticas como História do Brasil, História do Piauí, diálogos Brasil-África, História da América, Ensino de História, História da Educação, narrativas históricas e relações étnico-raciais. Segundo a coordenadora, o objetivo é expandir a produção científica e aproximar a universidade da sociedade. “Nossos maiores interesses são contribuir para a expansão das pesquisas científicas, valorizar o diálogo constante com a comunidade e compartilhar metodologias de ensino inovadoras”, destaca.
Atualmente, o grupo conta com oito linhas de pesquisa, fruto da diversidade temática de seus integrantes. Entre elas, destacam-se: História e Estudos sobre a África e Diáspora Africana; História Social, Cultura e Política nas relações interamericanas; História, Território e Identidade; Ensino de História, História da Educação e Relações Étnico-Raciais; História e Educação Ambiental no Piauí; História, Memória, Política e Cultura Popular; Escritas da História, Cultura Histórica e Representações; e História, Cidade, Política e Memória. Cada linha é coordenada por professores da UESPI e de outras instituições, o que reforça o caráter plural e colaborativo do grupo.
A formação de novos professores também está no centro das preocupações do GPHENT. “Buscamos incentivar os licenciandos a adquirirem saberes científicos e didáticos atualizados, além de estimular a prática profissional como instrumento de transformação social”, explica Cristiane. Atualmente, cinco graduandos do curso de História desenvolvem pesquisas de iniciação científica vinculadas ao grupo, com foco em aspectos da História do Piauí.
O caráter interdisciplinar também se reflete nas parcerias já consolidadas. O grupo integra professores das áreas de História, Ciências Sociais, Antropologia e Pedagogia, vinculados não apenas à UESPI, mas também à Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), além de secretarias estaduais e municipais de Educação. “Essas parcerias fortalecem nosso trabalho. São colegas que participam ativamente das nossas atividades, ofertando cursos, oficinas e eventos, o que enriquece o grupo”, pontua a coordenadora. O próximo passo, segundo ela, é ampliar as conexões. “Temos a perspectiva de estabelecer parcerias com pesquisadores e instituições internacionais, para expandir ainda mais o alcance das nossas pesquisas”, projeta.
Para o segundo semestre de 2025, já estão previstas quatro atividades principais: o curso de formação continuada “Metodologias para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena do território Serra da Capivara”, com certificação de 120 horas; o curso gratuito “Noções Básicas de Paleografia e Diplomática”, com carga de 60 horas; um evento online coordenado pela linha de pesquisa Escritas da História, Cultura Histórica e Representações; e um minicurso virtual sobre História, Território e Identidade. Todas as atividades são abertas à comunidade acadêmica e ao público em geral. “Nosso compromisso é democratizar o acesso ao conhecimento científico e fortalecer a valorização da História, tanto no Piauí quanto em diálogo com outros contextos”, conclui Cristiane Maria.
A atuação do GPHENT também tem sido decisiva para os seus integrantes, que encontram no grupo um espaço de formação contínua, amadurecimento intelectual e prática colaborativa. O pesquisador Danilo Ferreira lembra que conheceu o grupo no final da graduação e que a motivação para integrar-se veio da percepção de que a pesquisa coletiva amplia horizontes e enriquece reflexões. “Cheguei ao GPHENT motivado pela busca de aprofundamento teórico e metodológico. O interesse em participar surgiu da compreensão de que a pesquisa coletiva potencializa reflexões e amplia horizontes”, afirma.
Atualmente, ele desenvolve pesquisas relacionadas à metodologia do ensino de História, ao ensino de História local e às relações étnico-raciais. Essas experiências, segundo Danilo, têm sido fundamentais para o seu amadurecimento intelectual e consolidação da prática docente. “O GPHENT tem sido fundamental para meu amadurecimento intelectual e consolidação da minha prática docente. Ao oferecer um espaço de debate crítico, o grupo me possibilita aprimorar minha capacidade de análise”, explica.
A interação com colegas e pesquisadores de diferentes áreas também tem contribuído para a ampliação do repertório acadêmico. Para ele, o coletivo proporciona a construção de redes de colaboração que dão maior alcance e relevância às pesquisas. “Essa interação promove não apenas a ampliação do repertório acadêmico, mas também a construção de redes de colaboração que dão maior alcance e relevância às nossas pesquisas”, destaca.
Entre os maiores aprendizados, Danilo reforça a importância da pesquisa coletiva e da compreensão da História como campo em permanente diálogo com o presente. “O maior aprendizado tem sido compreender a História como um campo em permanente diálogo com o presente. Essa experiência tem sido decisiva para afirmar meu compromisso com a História e importante para minha atualização profissional”, finaliza.

GPHENT consolida prática docente e amplia horizontes de pesquisadores
A linha de pesquisa “Ensino de História, história da Educação e relações étnico-raciais” oferece o Curso de Formação Continuada: Metodologias para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena do território Serra da Capivara, voltado especialmente para docentes da educação básica, nos anos finais do ensino fundamental. O curso, totalmente gratuito, conta com certificação de 120 horas e busca capacitar professores/as para a aplicação de metodologias que valorizem a diversidade cultural e histórica do território. Os interessados podem acessar o edital e realizar a inscrição por meio do link: https://linktr.ee/gphent?utm_source=linktree_profile_shareCheck.

GPHENT consolida prática docente e amplia horizontes de pesquisadores
Além disso, a linha de pesquisa “História, História da África e Diáspora Africana” oferece o Curso de Noções Básicas de Paleografia e Diplomática, aberto a todos/as os/as interessados/as e também totalmente gratuito, com certificação de 60 horas. A proposta do curso é introduzir os participantes às técnicas de leitura e interpretação de documentos históricos, contribuindo para a formação acadêmica e profissional dos alunos. O formulário de inscrição pode ser acessado pelo link: https://linktr.ee/gphent?utm_source=linktree_profile_shareCheck.
Ao longo dos últimos anos, o grupo vem ampliando suas parcerias e consolidando sua presença na comunidade acadêmica, com o objetivo de tornar a pesquisa cada vez mais acessível e relevante para a sociedade. Sua atuação contribui não apenas para o avanço científico, mas também para a inserção da UESPI no cenário de debates contemporâneos sobre História, Educação e diversidade cultural.