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DINTER em Linguística USP/UESPI divulga defesa de tese de doutorado

Nesta sexta-feira (17/05), a partir das 9h00, o Doutorado Interinstitucional em Linguística entre a Universidade Estadual do Piauí e a Universidade de São Paulo realiza mais uma defesa de tese de doutorado. A candidata ao título de doutor desta vez é Bruna Rodrigues da Silva Neres, com a tese intitulada “A referenciação nas narrativas contadas por surdos fluentes em cena, a língua sinalizada de Várzea Queimada, Jaicós-PI”, sob orientação da Prof. Dra. Evani de Carvalho Viotti.

A doutoranda Bruna Rodrigues da Silva Neres defende sua tese no dia 17 de maio.

A tese tem como objeto de interesse a cena, a língua sinalizada utilizada pela comunidade surda que habita o povoado de Várzea Queimada em Jaicós-PI. A cena emergiu a partir da interação entre os falantes da localidade sem haver ocorrido o contato com outra língua de sinais, diferenciando-se da Língua Brasileira de Sinais (libras). A partir do reconhecimento dessa língua e do risco de extinção devido ao escasso nascimento de surdos na comunidade, surgiu o interesse por investigar quais estratégias os surdos fluentes em cena utilizam para fazer introduções e retomadas referenciais durante a contação de história para a partir disso, cotejar as semelhanças e diferenças do processo de referenciação nas narrativas sinalizadas em libras e em cena. Para alcançar esses objetivos foi necessária a realização de pesquisa de campo no povoado a fim de coletar vídeos, informações sobre os participantes da pesquisa e para compreender o funcionamento da língua nas interações face a face.  Este trabalho se delineia nos construtos da Linguística Cognitiva que evidencia a relevância da cognição e da experiência corporal do falante com o desenvolvimento da linguagem.

“Fazer doutorado em Linguística na USP ampliou minha percepção de pesquisadora para investigar fenômenos linguísticos que emergem nas línguas de comunidades do Brasil e do mundo em uma perspectiva descolonial e descentralizadora, fora do viés das línguas de tronco indo-europeu. O olhar descolonial permitiu-me fazer ciência e descrever os fatos linguísticos que emergem localmente durante as interações entre os falantes para construir significação. Esse entendimento promoveu em mim, uma mudança conceitual e paradigmática na construção do conhecimento científico da linguagem. Essa mesma perspectiva, pretendo repassar aos meus alunos no desenvolvimento das pesquisas junto à UESPI”, relata a doutoranda.

A defesa ocorre de forma híbrida na Sala de Concursos (122) do Prédio da FFLCH- Universidade de São Paulo, podendo ser acompanhada através da sala virtual no Google Meet: https://meet.google.com/khm-kqjq-bbm?hs=224.