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Projeto da UESPI lança acervo digital de jornais publicados durante a Ditadura Militar em Parnaíba

Por João Fernandes

O projeto de extensão “Conhecendo a Geração Mimeógrafo: digitalização, catalogação e publicização de acervos de periódicos alternativos de Parnaíba”, do curso de História, campus Prof. Alexandre Alves de Oliveira, catalogou, digitalmente, raros jornais alternativos publicados durante a ditadura militar (1964 – 1985). Agora, o acervo será disponibilizado no repositório Digital da UESPI.

O acervo catalogado pautam temas que continuam pertinentes, como movimentos sociais, movimento estudantil, sindical e de bairro. A grande maioria do acervo é composto por exemplares do “Jornal Inovação”. No total, são 36 periódicos que circularam, regularmente, na cidade de Parnaíba entre as décadas de 1970 e 1980.

Entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, todas as edições foram catalogadas por meio de tecnologia OCR (optical character Recognition), que permite o reconhecimento óptico de caracteres e palavras, facilitando buscas em toda a coleção do jornal.

Segundo o professor Felipe Augusto dos Santos, Coordenador do projeto, o acervo irá impulsionar diversas pesquisas sobre a cidade de Parnaíba e o Estado do Piauí. “Nos conseguimos catalogar um rico acervo para consulta e pesquisa, composto, principalmente, por estudos que nos ajudam a entender o contexto social daquela época – final da ditadura militar. Além disso, nesses jornais há uma quantidade expressiva de poemas, crônicas, gravuras e outras obras artísticas publicadas em suas páginas, com grande potencial para pesquisa”, destaca o professor.

O Docente reforça que estudar a história da imprensa no regime militar possibilita conhecer uma importante forma de expressão e manifestação de ideias produzidas e publicadas ou censuradas. “Esse projeto evidenciou um efervescente movimento de jornais mimeografados na cidade de Parnaíba, principalmente, entre as décadas de 1970 e 1980, que pertenciam a um acervo privado e que, agora, estará disponível de forma pública, gratuita e online para toda sociedade. E passam a colaborar com estudos sobre movimentos sociais”, finaliza o professor.

Andréia Gabriele Santana de Sousa,  bolsista do projeto, conta como o acervo contribui para a preservação da memória da cidade e ainda fortalece os estudos de história . “Então, ler, em cada um deles, as denúncias, relatos e entrevistas sobre questões tão atuais como a moradia, saneamento básico, a importância da educação e como houve toda uma mobilização por parte dos criadores desses periódicos em informar a população e trazer toda essa luta por direitos básicos foi uma experiência única”, destaca a aluna.