Por Vitor Gaspar
Os professores Luís Gonzaga e Cícero Nicolini, do curso de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), participaram da solenidade de instalação do Fórum Estadual de Combate ao Mau Uso de Agrotóxicos no Piauí, na sede do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), em Teresina.
Uma iniciativa do MPPI, do Ministério Público do Trabalho e de entidades parceiras que compõem o Fórum Estadual voltada para a formalização da atuação conjunta e integrada entre os órgãos interessados a fim de abordar o uso de agrotóxicos no Estado do Piauí e, ainda, combater o uso prejudicial destes. O evento de instalação foi realizado com apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional(CEAF/MPPI).
“O Fórum é para trabalharmos no sentido de compilar as informações existentes sobre agrotóxicos, ter a ciência delas e fazermos a provocação dos órgãos pertinentes em relação às suas atuações. Para que tenhamos uma unificação de informações e para uma maior segurança da sociedade”, explica Áurea Madruga, promotora de Justiça e que coordena o Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoma/MPPI) e preside o Fórum Estadual.
Dada a relação direta dessa temática com a área agronômica, que emite os receituários, a participação de representantes de 27 instituições públicas e privadas, incluindo a UESPI, faz parte de uma iniciativa que visa desenvolver alternativas que otimizem, racionalizem e, por fim, minimizem o uso de moléculas prejudiciais à saúde humana.
O Prof. Dr. Cícero Nicolini destacou a relevância dessa temática para as políticas públicas dado o risco de contaminação para produtores, usuários e consumidores. Segundo ele, na esfera acadêmica, como instituição de ensino, pesquisa e extensão, existe a responsabilidade de gerar conhecimento sobre estratégias que visem não apenas reduzir, mas também promover o uso correto desses produtos.
“Dentro do fórum, a cadeira que ocupamos desempenha um papel de extrema importância. Planejamos interagir com a Divisa, responsável pela fiscalização de resíduos, bem como com os profissionais da área agrícola e agropecuária, além de envolver nossos estudantes. Essa interação visa não apenas fornecer suporte e conhecimento, como também estabelecer parcerias para a pesquisa, visando a otimização do uso de agrotóxicos, a busca por alternativas inovadoras e o desenvolvimento tecnológico nesse âmbito”.
De acordo com o Prof . Dr. Luís Gonzaga, como representante da academia, os docentes devem contribuir de maneira significativa para as discussões, proposições e estudos de casos relacionados ao uso de agrotóxicos. O Diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) afirma que enquanto profissionais da área agronômica, existe a responsabilidade crucial de formar indivíduos que vão desempenhar um papel fundamental no mercado de trabalho, especialmente na prescrição e monitoramento adequado desses produtos.
“É fundamental destacar que tais produtos podem acarretar danos ao meio ambiente, à saúde animal e humana quando utilizados de maneira inadequada ou indiscriminada. Diante dessa realidade, estamos totalmente à disposição para colaborar e oferecer nosso conhecimento”.
Segundo o Site Sustentável, que reúne conhecimentos de especialistas sobre temáticas voltadas a questão da sustentabilidade, o controle de pragas e doenças na lavoura é uma das principais vantagens do uso de agrotóxicos, pois o resultado de uma plantação saudável garante a produtividade dos produtos cultivados. Além disso, o preço dos alimentos cultivados com agrotóxicos costuma ser menor quando comparados aos produtos orgânicos. Por outro lado, o uso dessas substâncias em excesso pode trazer risco à saúde e acarretar diversos problemas ao meio ambiente e ao ecossistema, como contaminação do solo, dos recursos hídricos e também da fauna e da flora.
Tipos de agrotóxicos:
Existem diversas formas de classificar os agrotóxicos. A mais popular é a classificação segundo a natureza da praga a ser combatida, que são:
– Inseticidas: usados para controlar insetos e pragas indesejadas.
– Herbicidas: usados para matar ervas daninhas e plantas que são consideradas prejudiciais para as plantações.
– Bactericidas: usadas para controlar as bactérias que podem afetar as plantações.
– Fungicidas: usados para controlar os fungos que crescem em locais de plantio.
– Desfoliantes: usados para eliminar folhas indesejadas.
– Raticidas: usados para controlar os roedores que podem infestar as lavouras.