Por Roger Cunha
A primeira edição do Simpósio de Jornalismo e Alternativas de Comunicação, realizada nos dias 22 e 23 deste mês no auditório do Palácio Pirajá, na UESPI, marcou um ponto de encontro crucial para profissionais e estudantes interessados no jornalismo além dos formatos tradicionais. Sob a organização do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Trabalho e Mídia: Teoria e Práxis Noticiosa (TRAMPO), em conjunto com alunos do curso de jornalismo, o evento emergiu como um espaço enriquecedor de debates, reflexões e aprendizados.
A cerimônia inaugural apresentou a pesquisa “Experiências alternativas nas margens: iniciativas comunicativas contra-hegemônicas em Teresina-PI”, conduzida pelo grupo TRAMPO de Pesquisa, representado pela professora Samária Andrade e pela jornalista Vitória Pilar. Em uma mesa-redonda inicial, representantes de mídias contra-hegemônicas, como Acrobata, Coar, Fala Dirceu, Geleia Total, Malamanhadas, O Estado do Piauí, Ocorre Diário e Revista Revestrés, compartilharam suas experiências, discutindo os impactos e desafios enfrentados no jornalismo alternativo.
Luan Matheus Santana, coordenador geral do “Ocorre Diário”, iniciou sua intervenção declamando um poema de sua autoria, ressaltando a visão ampla da plataforma como mais do que um mero portal de informações. Segundo ele, o “Ocorre Diário” busca expandir sua atuação na comunicação, ultrapassando os limites do jornalismo tradicional para abraçar uma perspectiva mais abrangente.
Luana Sena, jornalista da revista “Revéstres”, compartilhou a origem da publicação, que há 12 anos cobre o jornalismo cultural em Teresina. Ela explicou como a revista surgiu da necessidade de preencher uma lacuna na cobertura cultural do estado do Piauí, reunindo uma equipe com forte afinidade e entusiasmo pelo tema.
As representantes do Podcast Malamanhadas, Aldenora Cavalcante e Jhoária Carneiro, enfatizaram que o surgimento do podcast foi motivado pela ausência de debates sobre contextos e temas locais. Elas destacaram o compromisso do Malamanhadas em abordar questões de gênero e direitos das mulheres a partir de uma perspectiva regional.
Demétrios Galvão, co-editor da revista “Acrobata”, ressaltou a importância do simpósio como uma oportunidade para apresentar pesquisas à comunidade, rompendo com a tradição acadêmica de produzir conteúdos que frequentemente são relegados ao esquecimento.
Luan Rodrigues, redator do coletivo cultural Geleia Total, enfatizou a relevância das alternativas em comunicação, destacando a importância de pertencer a um coletivo e lutar contra a hegemonia da mídia tradicional.
Werlley Barbosa, aluno de jornalismo vindo da cidade de Floriano, no interior do estado, expressou suas expectativas positivas em relação ao evento, destacando a importância do debate sobre mídias alternativas, especialmente no contexto das eleições e da crescente influência das redes sociais.
No segundo dia do evento, os participantes tiveram acesso à oficina “O mercado das agências”: Desafios e oportunidades, redes sociais, serviços e tecnologias, ministrada por Vitória Vivian e Alexandre Diógenes, fundadores da Panda Comunicação. Eles compartilharam insights valiosos para aqueles que almejam iniciar uma empresa no mercado da comunicação. Além disso, uma Oficina de Fotografia básica, ministrada pelo fotógrafo Lucas Almeida, também da Panda Comunicação, ofereceu dicas práticas sobre fotografias, lentes, ângulos e outros aspectos.
Os coordenadores do evento, os professores Samária Andrade e Daniel Solon, avaliaram positivamente o simpósio, destacando sua importância para a universidade e para o cenário da comunicação em transformação. A presença das mídias alternativas, com suas histórias e experiências, enriqueceu os debates e reflexões. Os coordenadores expressaram satisfação com o sucesso do evento e já vislumbram uma segunda edição no futuro próximo.