Por Roger Cunha
A saúde mental é uma pauta cada vez mais urgente no ambiente universitário, especialmente diante dos desafios que os estudantes enfrentam para equilibrar a vida acadêmica, pessoal e emocional. Pensando nisso, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), por meio do Serviço de Psicologia vinculado ao Departamento de Assuntos Estudantis e Comunitários (DAEC-PREX), está lançando um grupo terapêutico destinado a alunos dos cursos de Pedagogia, Jornalismo e Educação Física do Campus Poeta Torquato Neto, em Teresina.
O grupo, desenvolvido em parceria com estagiárias do curso de Psicologia da instituição, tem como objetivo criar um espaço de acolhimento, troca de experiências e reflexão sobre questões relacionadas à saúde mental e bem-estar emocional. Com uma abordagem inclusiva e prática, a iniciativa busca atender às demandas específicas dos estudantes, promovendo ferramentas para lidar com os desafios da vida acadêmica.
Segundo Yulla Sampaio, responsável pela coordenação do grupo terapêutico, a iniciativa surgiu de uma demanda específica apresentada pelas coordenações dos cursos de Pedagogia, Jornalismo e Educação Física. “As coordenações identificaram questões recorrentes relacionadas às dificuldades enfrentadas pelos alunos tanto dentro quanto fora da sala de aula. Preocupadas com essas questões, as coordenadoras recorreram ao Serviço de Psicologia em busca de alternativas para oferecer suporte, e consideramos o grupo terapêutico uma abordagem adequada para trabalhar esses desafios de maneira direcionada e eficaz”, explicou.
Yulla Sampaio destacou que a parceria com as estagiárias de Psicologia é um elemento essencial para a qualidade do projeto, pois combina aprendizado prático e atendimento às demandas dos estudantes. “O projeto faz parte do estágio de Psicologia Escolar que elas realizam no Serviço de Psicologia da UESPI. Assim, essa iniciativa atende às demandas dos discentes da universidade e, ao mesmo tempo, contribui para a formação das estagiárias, inserindo-as no contexto da Psicologia Escolar no ensino superior. Essa vivência prática amplia o conhecimento das estagiárias e fortalece sua atuação em um cenário acadêmico diversificado e desafiador”, afirmou.
O grupo terapêutico conta com a participação de 20 estudantes, número que corresponde ao limite de vagas estipulado. A seleção foi feita por meio de um formulário de inscrição, com critérios claros. “Os critérios considerados foram: ser discente dos cursos de Pedagogia, Jornalismo ou Educação Física do Campus Poeta Torquato Neto e ter disponibilidade para participar presencialmente dos encontros do grupo”, explicou Yulla Sampaio
Além de oferecer acolhimento e reflexões sobre saúde mental, o grupo terapêutico visa alcançar resultados significativos na vida acadêmica dos participantes. “Esperamos contribuir diretamente para o bem-estar emocional dos participantes, abordando questões como ansiedade e depressão, que podem impactar negativamente a vida acadêmica. Nosso objetivo é promover o desenvolvimento de estratégias para lidar com essas dificuldades, fortalecer habilidades de enfrentamento e proporcionar um espaço acolhedor para o compartilhamento de experiências. Assim, buscamos ajudar os participantes a reduzir o impacto desses desafios em sua rotina acadêmica e pessoal, favorecendo um equilíbrio emocional mais saudável”.
Ela também explicou que há a possibilidade de expandir o projeto futuramente, mas isso dependerá da demanda observada. A intenção é consolidar o grupo terapêutico como uma iniciativa permanente do Serviço de Psicologia, com encontros presenciais mantidos no Campus Poeta Torquato Neto. Isso significa que, caso o projeto continue a ser necessário e bem recebido, ele pode se tornar uma oferta regular para os estudantes desse campus, sem, no entanto, planos imediatos de expansão para outros cursos ou campi no momento.
A coordenadora destacou que o grupo terapêutico tem como objetivo promover uma série de benefícios tanto para os participantes quanto para a comunidade acadêmica como um todo. “Acreditamos que, por meio da troca de experiências e estratégias de autocuidado, os participantes desenvolverão habilidades para lidar com os desafios acadêmicos e pessoais de forma mais saudável. Além disso, buscamos sensibilizar a comunidade acadêmica sobre a importância de cuidar da saúde mental, incentivando a criação de uma cultura de apoio e empatia, onde a saúde mental seja valorizada como essencial para o desenvolvimento tanto pessoal quanto acadêmico”, afirmou.
Ela ainda ressaltou que outro resultado esperado é o fortalecimento da empatia entre os discentes, criando um ambiente mais solidário e acolhedor. “Esperamos que os participantes se sintam mais preparados para enfrentar as demandas do curso e também mais atentos às necessidades emocionais dos outros. Outro resultado importante é o fortalecimento da empatia e do cuidado mútuo entre os discentes, promovendo um ambiente acadêmico mais solidário e acolhedor”, completou.
João Carlos, aluno do curso de Pedagogia, destacou a importância do grupo terapêutico para lidar com as pressões acadêmicas e profissionais: “Eu achei muito positivo a criação desse grupo terapêutico. Como estudante de Pedagogia, muitas vezes enfrentamos situações de pressão tanto na parte acadêmica quanto nas práticas de estágio. Ter um espaço para compartilhar nossas experiências e aprender estratégias de autocuidado tem sido fundamental. A troca de ideias com outros colegas de diferentes cursos também tem sido enriquecedora. Acho que iniciativas como essa deveriam ser mais frequentes na universidade”, afirmou.
Maria Eduarda, aluna do curso de Jornalismo, comentou sobre a importância dos grupos terapêuticos para sua saúde mental: “Participar desses grupos vai ser um alívio para mim, especialmente porque o curso de Jornalismo pode ser bem exigente e estressante, principalmente em períodos de provas e prazos apertados. O grupo vem para ajudar a lidar melhor com a ansiedade e a encontrar formas de equilibrar minha vida acadêmica com o meu bem-estar emocional. Fico feliz que a universidade esteja reconhecendo a importância de cuidar da saúde mental dos alunos”, disse.
Lucas Matheus, aluno do curso de Educação Física, ressaltou a importância do grupo terapêutico para lidar com questões emocionais: “Participar desses grupos vai ser uma oportunidade única para refletirmos sobre questões emocionais que influenciam nossa vida acadêmica e pessoal. Como aluno de Educação Física, somos constantemente cobrados por nossos desempenhos, mas muitas vezes esquecemos de cuidar da nossa saúde mental. Além disso, tem sido bom saber que não estamos sozinhos nesses desafios e que podemos contar com a ajuda uns dos outros”, afirmou.