Por Roger Cunha
Nesta quinta-feira (07/08), às 16h, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UESPI, no campus Torquato Neto, promove o Café da Tarde, evento que apresentará o Coletivo Sueli Rodrigues à comunidade acadêmica. A programação inclui roda de conversa e debates sobre identidade, acesso e permanência de estudantes negros, quilombolas e indígenas na universidade.

Café da Tarde na UESPI apresenta Coletivo Sueli Rodrigues e promove debate sobre diversidade
O coletivo homenageia a professora Sueli Rodrigues, referência no engajamento por políticas de diversidade e inclusão no ensino superior. Evilla Pamela, integrante do DCE, ressaltou a importância do legado da docente: “A professora Sueli Rodrigues foi um grande exemplo para nós, uma representatividade de força e luta para as pessoas negras. Ela atuava no campus da UFPI, onde as políticas ainda têm espaço para avançar no que diz respeito à inclusão. A professora Sueli trabalhava para facilitar a permanência desses estudantes na universidade.”
Evilla Pamela destacou ainda que o coletivo se inspira na frase que a professora popularizou: “Entrar, permanecer e enegrecer”. “O coletivo pretende crescer, atrair pessoas negras, quilombolas e indígenas para que se sintam acolhidas e possam participar ativamente da universidade. Mesmo diante dos desafios institucionais, existem grupos que promovem o acolhimento e a construção de trajetórias coletivas. Seguiremos organizando e promovendo estudos quilombolas, afros e indígenas para fortalecer essa comunidade.”
Hélio Mesquita, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), ressaltou a importância da iniciativa para a comunidade acadêmica e para os estudantes negros. “Propusemos a realização do Café da Tarde, que acontecerá amanhã, às 16 horas, no espaço dos bambus, um momento aberto para toda a comunidade universitária, especialmente para a negritude e para aqueles que apoiam a valorização da diversidade. Esse encontro nasce da inspiração na valorização histórica e cultural do povo negro, do reconhecimento da memória de figuras emblemáticas como Sueli Rodrigues e Esperança Garcia, e da necessidade de fortalecer a presença e a voz desses grupos dentro da universidade.”
Hélio também destacou que o evento representa mais do que uma simples reunião, mas sim uma oportunidade de diálogo e reflexão coletiva: “Será um momento de partilha e encontro, fundamental para reorganizar os esforços em torno das políticas de permanência estudantil. Inspirados pela máxima de Sueli Rodrigues, ‘entrar, permanecer e enegrecer’, buscamos pensar e construir políticas que garantam condições reais para que os estudantes negros ingressem, se mantenham e se desenvolvam academicamente, promovendo transformações sociais significativas dentro e fora do ambiente universitário.”
Ele ainda ressaltou o papel pioneiro do Coletivo Sueli Rodrigues na UESPI: “Este será o primeiro momento oficial do coletivo na universidade, mas já projetamos uma série de atividades futuras voltadas para ampliar a organização, a representação e a mobilização dos estudantes negros. A ideia é assegurar que eles sigam conquistando espaços, consolidando sua permanência e contribuindo para a transformação social por meio da educação, um instrumento essencial para a igualdade e a justiça social.”
Hélio também explicou o processo de parceria com o coletivo. “O DCE reconheceu a importância de trazer o Coletivo Sueli Rodrigues, que já atua na Universidade Federal do Piauí e em outras instituições, para ampliar a organização dos estudantes negros na UESPI. O coletivo atua com foco na promoção da inclusão, permanência e assistência estudantil, buscando articular políticas públicas eficazes para esse grupo.”

Café da Tarde na UESPI apresenta Coletivo Sueli Rodrigues e promove debate sobre diversidade
Além dos debates, o evento contará com a realização da primeira edição do Slam CSR, valendo uma vaga para a pré-estadual. A batalha de poesia acontecerá em frente ao espaço do DCE e será aberta ao público. O slam de poesia é uma competição de poesia falada, na qual poetas recitam textos autorais, sem o uso de música, figurinos ou adereços, com tempo limitado — geralmente de até três minutos. A performance é avaliada por jurados escolhidos entre o público, levando em conta tanto o conteúdo quanto a expressividade da apresentação. No Brasil, o movimento teve início em 2008 com o ZAP! (Zona Autônoma da Palavra), idealizado pela atriz, MC e poetisa Roberta Estrela D’Alva em São Paulo, através do coletivo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
Em Teresina, o Slam CSR é uma das batalhas organizadas pelo Coletivo de Negros Sueli Rodrigues, grupo que homenageia a advogada, professora e pesquisadora piauiense Maria Sueli Rodrigues de Sousa. Sueli era graduada em Ciências Sociais pela UFPI e em Direito pela UESPI, com mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela UFPI, doutorado em Direito, Estado e Constituição pela UnB e pós-doutorado pela Universidade Rural do Rio de Janeiro. Toda e qualquer pessoa pode participar do Slam CSR, desde que apresente poesias autorais. A inscrição é gratuita e poderá ser feita no local do evento, com os nomes sendo anotados por um responsável — alguém fará o anúncio antes do início da competição. Para tornar o momento ainda mais atrativo, haverá premiação em dinheiro de R$ 70,00 para o primeiro lugar, além de brindes para os demais: um perfume para o segundo colocado e um kit maquiagem para o terceiro. O ponto de referência indicado pelos organizadores para quem for utilizar aplicativos de transporte é a Coordenação de Biologia da UESPI, no campus Poeta Torquato Neto.