Por Filipe Besnon
A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), por meio do Laboratório de Leitura e Escrita Acadêmicas (LEIA), iniciou o desenvolvimento do projeto “Letramento Científico no Contexto da Educação Básica – Práticas Letradas Inovadoras”, aprovado no edital UESPITEC II. A iniciativa, coordenada por docentes do LEIA, tem como objetivo incentivar a produção de textos científicos por estudantes e professores da educação básica, especialmente do ensino médio, utilizando a plataforma digital WebLEIA. O projeto envolve ações formativas, pesquisa documental e criação de ferramentas pedagógicas inovadoras voltadas ao fortalecimento da escrita acadêmica nas escolas.

Imagem ilustrativa gerada por IA
O projeto é coordenado pela professora Dra. Shirlei Marly Alves, vice-coordenadora do LEIA, que atua ao lado da professora Dra. Bárbara Olímpia Ramos de Mello, líder do laboratório. Segundo a docente, o trabalho integra um conjunto de ações que visam ampliar o acesso à ciência e fortalecer práticas de leitura e escrita no ambiente escolar. “O nosso projeto tem como objetivo geral incentivar e facilitar a produção de textos pertencentes aos gêneros projeto de pesquisa e relatório científico na educação básica, com base em protocolos de escrita inseridos na WebLEIA”, explica.
Com recursos de R$ 25 mil destinados pela UESPI para custeio e aquisição de equipamentos, o projeto prevê melhorias na infraestrutura do laboratório e no desenvolvimento da própria plataforma WebLEIA, criada por quatro membros do LEIA e já registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A ferramenta será programada para orientar estudantes na produção de textos científicos, oferecendo modelos, protocolos e sugestões pedagógicas adaptadas às quatro grandes áreas do conhecimento.
A iniciativa contempla ainda minicursos, oficinas e formações para professores da educação básica, voltadas ao estudo e à prática dos gêneros científicos abordados. Essas atividades serão realizadas ao longo da execução do projeto e contarão com a participação de equipes de docentes, estudantes de pós-graduação e graduandos vinculados ao LEIA.
Ao todo, participam do projeto oito docentes da UESPI, um pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UESPI), um doutorando da Universidade Federal do Piauí (UFPI), seis mestrandos do PPGL e nove estudantes de graduação – incluindo bolsistas de iniciação científica. A equipe é responsável por pesquisas que embasarão tanto a programação da plataforma quanto o desenvolvimento das ações formativas no projeto.
De acordo com a professora Shirlei Alves, a iniciativa tem impacto previsto em duas frentes complementares: “A primeira é o incremento de conhecimento da comunidade acadêmica acerca do letramento científico na educação básica. A segunda é a qualificação do letramento científico dos professores e dos estudantes, promovendo práticas de leitura e escrita que contribuam para a iniciação científica”.
A docente também destaca o alinhamento do projeto com políticas públicas nacionais voltadas à popularização da ciência: “Nós nos situamos dentro dessa grande política pública do governo federal, que busca ampliar o alcance da ciência na escola e fomentar seu papel transformador”.
Para a mestranda participante do projeto, Elis Rebeca, as ações desenvolvidas têm grande potencial de transformação. “Fazer parte do projeto é muito gratificante. O desenvolvimento de pesquisas científicas pode mostrar o que está dando certo e o que precisa ser melhorado em nossa educação. Acredito que essa iniciativa trará grandes contribuições para o campo do letramento científico.”
Com foco na democratização do acesso ao conhecimento científico, o projeto reforça o compromisso da UESPI com a formação integral de estudantes e professores, a promoção da cidadania e a inclusão educacional. Ao fortalecer práticas de escrita e pesquisa desde a educação básica, a universidade contribui de forma direta para a transformação social e o desenvolvimento de novas gerações de pesquisadores e cidadãos críticos.