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UESPI promove a quinta edição da “UESPI Negra” com foco em educação antirracista e diálogo com comunidades tradicionais

Por Filipe Benson

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), por meio do Campus Professor Ariston Dias Lima, em São Raimundo Nonato, realizou entre os dias 5, 6 e 7 de novembro a V edição da “UESPI Negra: Educação Antirracista e Diálogos Transversais”. O evento reuniu estudantes, professores, pesquisadores e membros da comunidade para discutir pautas sobre educação, diversidade, inclusão e resistência das populações negras, quilombolas e indígenas.

A programação contou com palestras, mesas-redondas, minicursos, oficinas, apresentações culturais e grupos de trabalho, que abordaram temas como educação pública, racismo ambiental, formação docente, empreendedorismo negro e culturas populares. A iniciativa integra o conjunto de ações institucionais da UESPI voltadas para a promoção da igualdade racial e fortalecimento de políticas educacionais inclusivas, destacando-se como um dos principais espaços de debate sobre educação antirracista no interior do estado.

Mesa com organizadores e palestrantes.

De acordo com a professora Marla Arianne, uma das organizadoras do evento, a proposta da UESPI Negra é ampliar os espaços de fala e reflexão sobre as vivências e desafios enfrentados pelas populações negras e periféricas. “O evento está sendo muito bem-sucedido. Ele trata de várias pautas que permeiam a vida do povo negro. Falamos de educação, mas também de diálogos transversais que atravessam a formação da população negra, indígena, quilombola e periférica. A conferência de abertura foi um passeio pela história da educação e mostrou como o racismo impacta até hoje o perfil da escola pública”, destacou.

Durante os três dias de programação, os participantes discutiram formas de resistência e mobilização comunitária, com foco no debate sobre racismo ambiental e os impactos de grandes empreendimentos sobre territórios periféricos e tradicionais.

Um dos momentos mais marcantes da edição foi o “Roteiro do Quilombo”, vivência realizada no Quilombo Lagoas, encerrando o evento no sábado (9). A atividade envolveu 40 participantes em uma imersão de campo que incluiu diálogo com os quilombolas, partilha de saberes e experiências culturais, além da degustação de pratos típicos locais.

“A UESPI Negra sempre tem essa preocupação de não apenas chamar a comunidade para falar ou ouvir sobre ela, mas também de ir até esses espaços, vivenciar e aprender com as pessoas que mantêm viva a memória e a resistência quilombola”, explicou a professora Marla.

Registro da visita ao Quilombo Lagoas

Para o estudante André Rodrigues de Oliveira, do quinto bloco do curso de Licenciatura Plena em História, a participação na 5ª UESPI Negra foi uma experiência marcante e inspiradora. “Foi uma experiência transformadora, porque nos cinco blocos que estou aqui, esse foi o primeiro grande evento que consegui visualizar na universidade. Pela primeira vez, vimos a UESPI cheia, com grande participação de visitantes, professores, técnicos e alunos, todos em sintonia, trabalhando juntos para entregar o melhor que podíamos. Foi um evento planejado com dedicação, e os professores estiveram conosco desde o início, orientando e ajudando a sintonizar o tom do que seria esse grande momento”, afirmou o discente.

A V edição da UESPI Negra reafirma o compromisso da universidade com a formação cidadã, a valorização da diversidade e a transformação social. Ao fortalecer o diálogo entre academia e comunidade, a UESPI consolida-se como um espaço de reflexão, inclusão e luta por uma educação verdadeiramente plural e antirracista.