Por Géssica Feitosa
Em alusão ao mês da consciência negra o Núcleo de Estudos Sankofa em parceria com os campi de Campo Maior, Corrente e Teresina realizou um evento sobre Educação Antirracista: Os desafios e perspectivas para um currículo descolonizado. A atividade aconteceu online, através do canal do núcleo, dia 21 de novembro.
Os participantes contaram com uma mesa redonda: “Caminhos para uma educação antirracista”, com os professores e membros do Sankofa-UESPI, com a Doutora Iraneide Soares da Silva, também presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/(as), e o Prof. Dr. Marcos Vinício de Santana Pereira e Mestre Claudio Rodrigues de Melo. Além da mesa, também foram realizadas as oficinas e minicurso.
A professora, Rebeca Hennemann Vergara de Souza, parte da comissão organizadora do evento, explica que o mês de novembro nos dá um espaço privilegiado para refletirmos sobre o racismo que atravessa nossas práticas e estruturas.
“O mês de novembro é tradicionalmente consagrado à discussão sobre a questão racial que mas também para debater e reconhecer a potência criativa, intelectual e sociopolítica das comunidades e formas de vida negras/do nosso país. A educação figura historicamente como uma preocupação central das lutas e organizações negras no Brasil, diretamente atrelada à questão da liberdade e emancipação”, explica a professora.
Ela também comenta sobre a relevância desse assunto nos dias atuais: “Decorridas mais de duas décadas da implantação dos marcos legais para uma educação antirracista, os debates seguem pertinentes e necessários, especialmente quando considera-se a missão da universidade de formar quadros profissionais capazes de atuar de forma ética, solidária e socialmente justa, em sintonia com as demandas sociais da nossa época”.
A professora e coordenadora Iraneide Soares, de Campo Maior, enfatiza a necessidade e relevância da discussão sobre esse tema, relacionado à consciência negra, principalmente dentro das universidades.
“A importância desse evento é justamente essa, a gente estava saindo de uma pandemia, saindo de um tempo complexo mas ao mesmo tempo não podemos esquecer que temos uma lei, uma legislação antirracista que trata da educação básica, que dever ser muito bem acolhida pela universidade, que infelizmente vai fazer vinte anos no próximo ano, em janeiro, e que em vinte anos a gente ainda não consegue ver reflexo dessa legislação nos currículos e na educação superior”, relata a professora.
A professora finaliza pontuando a relevância da educação sempre trabalhar em cima de causas antirracistas. “O que nos provocou esse dia, o nosso currículo ainda é bastante colonizado, eurocêntrico, que ainda não consegue ser um instrumento de ação, que tem como como ponto de partida os sujeitos sociais que compõem a sociedade brasileira, em um Estado onde mais de 70% da população é negra, preto e pardo e em uma universidade que é tida como a mais negra do Brasil, a UESPI”, conclui Iraneide.
Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no Instagram: @sankofauespi.