Por: Danilo Kelvin
A Universidade Estadual do Piauí (UESPI) consolida seu papel no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis ao integrar o projeto “Tecnologias Sustentáveis para Transição Energética a partir de Fontes Renováveis do Bioma Caatinga” (H2V-PI), coordenado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e aprovado na Chamada Pública MCTI/FINEP/FNDCT/CENTROS TEMÁTICOS 2023. Com apoio essencial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), o projeto busca transformar o Piauí em referência nacional na produção de hidrogênio verde (H2V).
O centro temático será implantado com um financiamento de R$ 14,5 milhões, permitindo a criação de estruturas que englobarão a produção e armazenamento de hidrogênio, desenvolvimento de biomassa e novas matrizes energéticas, como combustíveis e membranas para eletrolisadores utilizando recursos regionais. De acordo com o professor Dr. Jhuan Aguiar, coordenador do Núcleo de Formação e Pesquisa em Energias Renováveis do Piauí (NUFPERPI) e representante da UESPI no projeto, “essa parceria entre as duas maiores instituições públicas do estado é estratégica, complementando expertises e consolidando uma base tecnológica para o desenvolvimento sustentável do Piauí”.
Impacto regional e acadêmico
O H2V-PI irá criar um centro multidisciplinar e interinstitucional que unificará pesquisas em engenharia, química, física, biotecnologia e energia renovável, além de oferecer formações especializadas. Para o professor Jhuan, a UESPI terá papel fundamental ao disponibilizar sua capilaridade e experiência no estado. “A UESPI contribui diretamente com a formação de recursos humanos especializados, envolvendo desde os cursos de engenharia até áreas de tecnologia e regulação. Essa é uma oportunidade ímpar de preparar nossos alunos para atuar em toda a cadeia produtiva da energia renovável”, destacou.
A implantação do centro temático vai além da produção de hidrogênio verde. Serão desenvolvidos também insumos e subprodutos, como metano, metanol e amônia, além de tecnologias de armazenamento utilizando argilas regionais. “Hoje, o Brasil importa boa parte dos insumos necessários para essas tecnologias. Com este projeto, será possível produzir materiais localmente, utilizando recursos regionais e fortalecendo a indústria piauiense”, ressaltou Jhuan.
A FAPEPI desempenhou um papel essencial na estruturação da proposta, por meio do Núcleo de Altos Estudos de Energias Renováveis. Segundo Jhuan Aguiar, “a FAPEPI foi fundamental no fomento à pesquisa e na articulação entre as instituições envolvidas, garantindo que o projeto tivesse alcance e relevância nacional”. A fundação também apoiou a captação de recursos e a organização das equipes de pesquisa.
Protagonismo piauiense
O H2V-PI é um dos 13 projetos aprovados em todo o Brasil, sendo apenas três da região Nordeste, reforçando o protagonismo da UFPI como coordenadora desse esforço regional. O centro temático visa posicionar o Piauí como líder nacional em tecnologias sustentáveis. Para o professor Jhuan, “estamos construindo os pilares de uma indústria de energias renováveis no estado, que será modelo para o Brasil. Este é um marco tanto para o desenvolvimento acadêmico quanto para a economia local”.
A expectativa é que o projeto crie oportunidades de emprego, atraia investimentos e estimule parcerias públicas e privadas, consolidando o Piauí como referência em sustentabilidade energética e produção tecnológica. “Estamos apenas no começo de um trabalho que transformará a região, aproveitando ao máximo os recursos da Caatinga e promovendo o futuro da transição energética”, concluiu.