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Uespi discute desinformação, machosfera e violência contra as mulheres no Brasil

Por Ayeska Rodrigues

Nesta manhã, o auditório do Palácio Pirajá foi palco de uma importante discussão sobre temas atuais e de grande relevância social. A palestra, realizada de forma híbrida com participação presencial e virtual, abordou questões relacionadas à desinformação, à cultura machista e à violência contra as mulheres no Brasil.

O evento foi organizado pela professora Sammara Jericó, docente do curso de jornalismo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), que destacou a importância do tema para a formação dos futuros profissionais de comunicação. Segundo ela, a iniciativa faz parte de uma parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF), voltada para a realização de eventos que discutem a desinformação e suas implicações na saúde, educação e sociedade.

“Então, eu achei interessante a gente trazer para a Universidade Estadual do Piauí, até porque temos uma parceria com o STF para realizar eventos com o tema da desinformação e as relações que esse tema traz. A desinformação na saúde, na educação, pensando na violência contra a mulher, percebemos que a mídia, de uma forma geral, pode estar contribuindo para a perpetuação de ideias preconceituosas e estereotipadas, muitas vezes promovendo uma desinformação que reforça a cultura machista”, explicou Sammara Jericó.

A palestra contou com a participação de duas especialistas na área da comunicação: Carolina Dantas, docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, e Mabel Dias, jornalista e doutoranda em Comunicação pela mesma universidade. As convidadas trouxeram reflexões profundas sobre como a mídia e as plataformas de informação podem tanto reforçar quanto combater discursos de misoginia e violência de gênero.

A palestra também faz parte da disciplina de redação, produção e edição de midias impressas, do 4 bloco do curso de jornalismo

Durante o debate, Carolina Dantas destacou a importância de uma análise crítica dos conteúdos veiculados na mídia. “Precisamos estar atentos ao que é divulgado e como isso influencia a percepção social sobre as mulheres. A desinformação, muitas vezes propagada por certos veículos pode contribuir para a naturalização da violência e do machismo”, afirmou.

O estudante Matheus Caldas , do 4º bloco de jornalismo, comentou sobre a importância de debates assim na formação dos futuros jornalistas. “É fundamental que tenhamos consciência de como a desinformação influencia a nossa maneira de enxergar a violência contra a mulher. Como futuros profissionais da comunicação, precisamos atuar com responsabilidade, evitando reproduzir estereótipos ou notícias equivocadas que possam perpetuar esse ciclo de violência”, afirmou.

A doutoranda Mabel Dias pontuou que a desinformação prejudica o trabalho jornalístico na promoção das informações corretas e prejudica o entendimento do público sobre o cotidiano. “Muitos masculinistas atacam os jornalistas e eles não têm nenhuma pretensão de produzir material verdadeiro. A desinformação prejudica os meios tradicionais e tem também minado o trabalho das plataformas digitais. As pessoas acessam elas para se informarem e muitas vezes não encontram informação jornalística de qualidade e isso acaba aumento a desinformação”.

A professora Samara Jericó falou da relevância em envolver jovens e estudantes na discussão. “Estamos tratando de temas muito atuais, que permeiam o cotidiano de nossas sociedades. É fundamental que os futuros jornalistas e comunicadores tenham consciência de como agir e de que papel podem desempenhar na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária.”