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UESPI de Piripiri promove ciclo de palestras sobre Educação das Relações Étnico-Raciais

Por: Lucas Ruthênio

O curso de Pedagogia do campus da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), em Piripiri, concluiu, no último dia 04 de junho, o projeto de extensão “Educação das Relações Étnico-raciais: entre falas e experiências”, um ciclo de oito palestras transmitidas ao vivo pelo YouTube com foco no debate das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais. 

A iniciativa teve como objetivo fomentar reflexões sobre temas fundamentais para a construção de uma educação mais inclusiva, plural e antirracista.

Docentes da UESPI discutem a educação das relações étnico-raciais em live sobre currículos e materiais didáticos.

Coordenado pelos professores Alex Mesquita e Dalva Araújo, ambos docentes do curso de Pedagogia, o projeto foi realizado entre os dias 23 de abril e 04 de junho, reunindo aproximadamente 250 inscritos, entre professores da educação básica e estudantes de graduação. As transmissões, que permanecem disponíveis no canal Educação das Relações Étnico-Raciais no YouTube, alcançaram até 480 visualizações por palestra.

Segundo o professor Alex Mesquita, a concepção do projeto nasceu da articulação entre os campos de pesquisa desenvolvidos por ele e pela professora Dalva Araújo. “Eu pesquiso povos indígenas e a professora Dalva pesquisa educação quilombola. Ao longo do trabalho conjunto em disciplinas como Educação e Movimentos Sociais, Fundamentos Antropológicos da Educação e História Indígena e Afro-Brasileira, percebemos que essas temáticas fundamentais para a compreensão crítica da realidade brasileira vinham sendo tratadas de forma superficial nos espaços acadêmicos”, afirma. Essa lacuna evidenciada no cotidiano das aulas e reflexões motivou a construção do projeto, com o objetivo de aprofundar o debate sobre as relações étnico-raciais na educação e promover uma abordagem mais crítica e comprometida com a diversidade e a justiça social.

A escolha das temáticas também dialoga diretamente com a realidade local. O município de Piripiri e as cidades vizinhas possuem comunidades indígenas e quilombolas, o que torna ainda mais urgente o debate sobre as especificidades dessas populações no contexto educacional. “Temos duas etnias indígenas em Piripiri e, em Lagoa de São Francisco, município vizinho, há uma comunidade indígena e o Museu Indígena do Piauí. A UESPI de Piripiri recebe alunos de toda essa região, então tudo que trabalhamos no projeto está diretamente conectado à realidade social, cultural e educacional do nosso território”, destaca o professor Alex Mesquita.

Encontro virtual reúne docentes e discentes da UESPI para debater educação antirracista e práticas pedagógicas inclusivas.

Um dos principais diferenciais do projeto foi a diversidade de seu público. Além de estudantes das licenciaturas da UESPI, participaram também docentes de outras instituições da região, professores da educação básica, gestores escolares e até professores do ensino superior. “Recebemos retornos muito positivos dos participantes. Muitos destacaram a importância não só de discutir esses temas, mas de refletir sobre metodologias práticas para trabalhar com eles em sala de aula, especialmente no que se refere à educação antirracista”, pontua o professor.

Inicialmente, o projeto seria realizado via Google Meet, mas a alta demanda obrigou a equipe a buscar outra alternativa. “Com o número elevado de inscritos, percebemos que o Meet não comportaria o público e que também não seria tão didático. Optamos por usar o Streamyard com transmissão no YouTube, o que permitiu manter as palestras gravadas e acessíveis posteriormente”, relata.

Debate na UESPI aborda o ensino de História e as relações étnico-raciais.

O sucesso do projeto e o engajamento dos participantes reforçaram a importância de manter esse debate ativo dentro da universidade. “A nossa ideia é que esse diálogo seja permanente no campus de Piripiri. Queremos fortalecer essa abordagem por meio das disciplinas, das pesquisas orientadas no PIBIC e no TCC, além de eventos como esse e outros que estamos planejando. Também estamos estudando a criação de um grupo de estudos e pesquisas voltado para as questões étnico-raciais, com foco na educação indígena, quilombola e do campo”, conclui o professor Alex Mesquita.

Evento destaca protagonismo indígena e conquistas por representatividade e ocupação de espaços.