Por Priscila Fernandes
Reunindo a memória, história e educação o estudante Mário Sousa de Oliveira e professor Marcelo Neto do curso de História desenvolvem a pesquisa: Educação e Resistência: instituições escolares no conjunto habitacional Dirceu Arcoverde (Teresina, 1978-1985). O projeto inscrito no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC 2020-2021) tem como objetivo dar voz e vez aos primeiros moradores do Dirceu.
A pesquisa investiga o cotidiano e as lutas do Bairro Dirceu Arcoverde. Os pesquisadores buscaram entender como funcionava a educação entre os anos de 1978 e 1985 e qual o impacto disso na Educação hoje. Mário conta que a partir do que foi estudado o bairro não tinha condições básicas, de fato, de atender a demanda populacional de pessoas que foram direcionadas para ali habitar.
“Observamos um deficiência muito grande na educação, pois, as primeiras unidades escolares que foram construídas no ano de 1978, e posteriormente o CSU (Centro Social Urbano), aqui entendido como uma “instituição educativa”, não conseguiram suprir de forma plena a população, que tinha até mesmo que se matricular em escolas em bairros vizinhos, ora por não ter mais vagas, ora por não ter a modalidade de ensino pretendida”, disse o estudante.
O professor Marcelo Neto é orientador da pesquisa. Ele acredita que o projeto contribui para que os moradores da região conheçam e valorizem sua própria história, representando forma de melhorar a autoestima destes e de dar visibilidade para a própria região.
“Considero que pesquisar sobre a história da cidade, seus personagens, suas formas de acesso aos espaços e a instrução de seus moradores consistem em formas de discutirmos aspectos importantes da história de Teresina e, assim, contribuirmos com a escrita de sua história. Além disso, o desenvolvimento de pesquisas de Iniciação Científica contribui com a formação de novos quadros de pesquisadores que, em meio aos processos de pesquisa, possam identificar pontos que podem contribuir com seus próprios interesses de investigação”, pontua.
O estudante finaliza destacando que tem sido gratificante resgatar essas histórias de lutas e vitórias desses moradores, em busca de uma educação de qualidade, e entender essa relação da população com as escolas públicas.
“Julgamos como importante a discussão acerca das nossas origens e de nossos lugares de memória. Como historiadores, devemos nos dispor como curiosos e responsáveis por resgatar a história desses lugares, pois somos representantes da Universidade Estadual do Piauí, portanto cumprindo o papel de servir à população que fornece a existencia da própria universidade. Esse resgate é crucial para que a população do Dirceu Arcoverde (re)lembre das suas origens, e principalmente de instituições que contribuíram muito para a criação da identidade de cada aluno que por ali passou”, ressalta.
A pesquisa encerra nesse semestre de 2021. Todo o levantamento de fontes com fotos e matérias de jornais hoje estão catalogados em um website chamado “Hemeroteca Itararé“, que é fruto de outro projeto dos estudiosos. Acesse o material.