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Curso de Letras da UESPI desenvolve projeto audiovisual para adaptar obras da literatura clássica

Por Filipe Benson

Em uma proposta inovadora que alia literatura, linguagem audiovisual e práticas pedagógicas contemporâneas, estudantes da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) participaram de um projeto que adaptou contos de Eça de Queiroz para o formato de vídeos curtos. A iniciativa foi idealizada pela professora Débora Lívia, doutoranda em Linguística pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), durante o desenvolvimento da disciplina Literatura Portuguesa II.

O projeto nasceu da necessidade de tornar o estudo de obras clássicas mais acessível e significativo para os alunos ao aproximar a linguagem literária do autor português, considerado um dos maiores expoentes do Realismo, de formatos mais dinâmicos e familiares ao público jovem. “A proposta surgiu como uma forma de aproximar os alunos das obras do Eça de Queiroz por meio de uma linguagem mais contemporânea, mais dinâmica”, explica Débora.

Ao transformar contos de Eça de Queiroz em roteiros audiovisuais, os estudantes não apenas se debruçaram sobre a riqueza estilística e crítica social da obra do autor, como também desenvolveram competências práticas relacionadas à escrita criativa, produção, direção e atuação. A experiência proporcionou uma leitura mais engajada e colaborativa, além de favorecer uma compreensão mais ampla das características do Realismo e da escrita de Eça.

A estudante Nayara Aguiar comentou sobre a experiencia de produzir um curta-metragem. “Um dos maiores desafios foi justamente conseguir trazer para as imagens para as falas, tudo aquilo que na literatura é, muitas das vezes, sutil, cheio de símbolos, cheio de subjetividades. A linguagem do cinema é uma linguagem diferente da linguagem presente no texto escrito. Então tudo foi pensado, dos cenários ao figurino, para manter o estilo e o tom da obra, sem perder a essência do próprio autor”, explicou a docente.

Segundo Wallynton dos Santos, também estudante do curso de letras, o projeto também contribuiu para o desenvolvimento de habilidades interpessoais e criativas dos discentes, além de enriquecer o aprendizado teórico e abrir novas possibilidades do ensino de literatura. “Nos divertimos bastante, tivemos momentos incríveis que ficaram gravados na nossa memória afetiva e na nossa memória enquanto alunos da academia. E pensando na questão de como isso pode influenciar em nossa vida como futuros professores de letras, de língua portuguesa, percebemos que é possível quebrar aquele ensino tradicional de literatura e sobre como questão do visual pode trazer um aprendizado mais efetivo”, afirmou Wallynton.

Equipe de alunos responsaveis pela produção dos curtas

Propostas como essa desenvolvida no Campus Clovis Moura. evidencia como a transversalidade entre literatura e tecnologias pode transformar o ensino universitário, tornando-o mais inclusivo, participativo e alinhado às demandas do século XXI.