UESPI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Semana de Letras da Uespi - 2024

Línguas, oralidades e outros saberes

-->> Evento Online e Gratuito! <<--

Inscrições do Evento

Para a sua participação da Semana de Letras na UESPI, gostaríamos de compartilhar com você algumas diretrizes importantes:

1. Todos são bem-vindos ao se inscrever no evento, independentemente de participarem ou não de simpósios, minicursos e oficinas. No entanto, aqueles que desejarem participar de uma das atividades  acima devem fazer uma escolha criteriosa, pois só é permitido participar de uma delas.

2. Se você optar por participar de um simpósio,deverá enviar um resumo de acordo com o modelo fornecido logo abaixo. Esta medida garante um planejamento mais eficiênte, proporcionando uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos na Semana de Letras.

3. Antes de fazer sua escolha, recomendamos que você revise cuidadosamente a lista de atividades oferecidas e selecione aquela que melhor se alinha aos seus interesses e objetivos de aprendizagem.

4.Para gerar sua inscrição será necessario ter um email gmail ou de aluno uespi.

Agradece á Comissão Organizadora.

Modelo para resumo de simpósios

Simpósios

GRUPO TEMÁTICO “SEMÂNTICA E ENSINO DO PB

Proponentes: Profa. Dra. Silvana da Silva Ribeiro (UESPI)

Profa. Dra. Nize da Rocha Santos Paraguassu Martins (UESPI)

RESUMO

O Grupo Temático “Semântica e Ensino do PB” tem como objetivo reunir trabalhos que põem em diálogo questões sobre as diversas abordagens teóricas da semântica aplicadas ao ensino. Considerando que os resultados das pesquisas científicas sobre a semântica do português brasileiro demoram a chegar na Educação Básica, este GT é importante porque servirá de ponte entre o Ensino Superior e a Educação Básica diminuindo a distância entre esses níveis e promovendo o avanço do ensino-aprendizagem de língua portuguesa na Educação Básica. Pesquisas dessa natureza adotando diferentes abordagens teóricas e metodológicas, serão bem-vindas. Público-alvo: graduandos, graduados, pós-graduandos e pós-graduados com pesquisas na interface semântica-ensino. 

Palavras-chave: semântica aplicada; ensino; português brasileiro. 

___________________________________________________________

 FICÇÃO, HISTÓRIA E GÊNERO EM NARRATIVAS LITERÁRIAS

Proponentes: Profa. Dra. Maria Suely de Oliveira Lopes (UESPI/ CNPq)

 Profa. Dra. Márcia do Socorro da Silva Pinheiro (UESPI)

 RESUMO

Linda Hutcheon (1991) ressalta que a consciência pós-modernista pensa historicamente os acontecimentos do passado, mas de forma crítica e contextual. Isto porque, por conta da subjetividade da História e a parcialidade do historiador, muita coisa deixou de ser relatada nos documentos, como também perspectivas divergentes não tiveram espaço nas narrativas históricas oficias, fazendo com essas fossem conduzidas por meio de visões únicas e uma ideologia considerada “certa” e universal. Sendo assim, o intuito desse “repensar” histórico não é negar o conhecimento que já foi adquirido e revelado, mas contestar se só há a possibilidade de conhecer o passado a partir desses documentos históricos (HUTCHEON, 1991). Por conta dessas reflexões pós-modernas, a perspectiva oficial e homogênea que permeou nossa história por muitos séculos é confrontada a uma ideologia pós-moderna de pluralidade de discursos e uma dessas narrativas ignoradas por muito tempo, foi a história das mulheres. Por conta disso, a partir do século XX, estudos começaram a fortalecer a tomada de consciência de que por muito tempo a História foi contada “de cima” – e os estudos pós-coloniais e feministas tiveram grande valor nessa revisão de como o passado é narrado –, dado que, conforme explica Mirele Jacomel (2008), com o advento da chamada Nova História, o que se entendia como verdade absoluta foi problematizado e contestado. Com isso, inúmeros estudiosos dedicaram-se a investigar os discursos marginalizados e a perspectiva da análise da literatura e gênero problematiza os discursos históricos considerados oficiais, questionando-os e dando chance às vozes que foram silenciadas na História. O fato é que a Literatura, em sua forma subjetiva, abre espaço para reflexões e interpretações sobre os acontecimentos históricos que menciona em suas obras, fazendo com que haja uma polêmica ao sugerir certas “verdades” que não foram mostradas, como também ao mostrar outros ângulos, outro lado daquela história sendo narrada. Assim, nesta proposta de simpósio, receberemos comunicações que problematizem a relação entre a História, literatura e gênero, uma vez que algumas narrativas literárias recontam criticamente um momento histórico, mas pela voz dos esquecidos, nesse caso, de mulheres, tendo em vista que apenas o ponto de vista de alguns grupos que eram considerados hegemônicos foi apresentado oficialmente na História. Os mecanismos de construções de narrativas da História e da Literatura são muito parecidos e, tanto a construção dos registros históricos, quanto os textos literários, são construções humanas. Sendo assim, começou-se a questionar se o discurso histórico é tão imparcial como se pensava. Especialmente, pelo fato de ao contrário do ficcionista que inventa as suas histórias, o historiador encontra e interpreta os acontecimentos a partir de sua ideologia e visão de mundo. Por isso, esses discursos históricos estariam propensos à parcialidade do historiador, já que não haveria uma espécie de neutralidade em seus discursos, porque seriam motivados por suas ideologias e crenças, podendo manipular os registros oficiais de acordo com seus próprios interesses políticos, econômicos, religiosos, sociais ou culturais. Posto isso, ressaltamos que o proveito da História em procurar junto à literatura elementos narrativos não reside em uma simples aceitação de técnicas literárias, mas sim na criação de uma consciência de que as “velhas formas” de se construir o discurso histórico não dão conta das atuais buscas dos pesquisadores. Assim, consideramos por demais salutar a utilização da literatura como uma linguagem para a compreensão de determinado contexto histórico.

 Palavras-chave: Ficção; História; gênero.

___________________________________________________________

 O INEGOCIÁVEL DIREITO ÀS LITERATURAS: processos de dominação, existência, criação e insurgência nas literaturas de autorias negras nas Américas

Proponentes: Raimundo Silvino do Carmo Filho – Doutor em Letras (UESPI)

Ricardo Silva Ramos de Souza – Doutorando em Letras (UFJF)

RESUMO

O recente caso de censura do livro O Avesso da pele, de Jefferson Tenório, nas escolas de alguns municípios brasileiros ilustra o quanto ainda precisamos lutar para fazer valer o direito à literatura, sobretudo como direito fundamental e indispensável à condição humana. Sem falar nos seus aspectos de humanização, já que atua conscientemente no desmascaramento das opressões sofridas por diversos segmentos da sociedade (Candido, 2011). Desde o romantismo, passando pelos modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922, o cânone literário brasileiro sedimentou um projeto de harmonização étnico-racial, no qual as tensões raciais inexistiam. Em razão disso, os estereótipos acerca do corpo negro, bem como o que ele representa foram se naturalizando, constituindo a ante-humanidade ao redor do corpo negro. Para isso, o biorracismo se fez indispensável, constituindo uma política de morte do corpo negro. As autorias negras, assim como suas obras e personagens, as quais não correspondem ao padrão determinado pela branquitude, sofrem as consequências da violência biorracial. A religião católica, a heteronormatividade, a cisnormatividade, além de algumas poucas profissões – jornalismo e atividades acadêmicas – e restrito à região Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro), conforme demonstra Regina Dalcastagnè (2012), passaram a reunir e concentrar o poder. Entretanto, corpos insurgentes negros/as, periféricos/as, indígenas, feministas, LGBTQIA+ veem há décadas rasurando o cânone e o mercado editorial com manifestos, como em “Cadernos Negros 1”, “terrorismo literário” de Férrez, “Manifesto Antropofágico da Periferia” de Sérgio Vaz e “Cuírlombismo literário” de Tatiana Nascimento–. Além da construção de novas teorias capazes de dar conta à diversidade étnico-racial e aos pluralismos de gênero, religioso e geográfico a partir de epistemologias, como a “escrevivência” de Conceição Evaristo (2022), a literatura negro-brasileira de Cuti (2010), o cuírlombismo literário de Tatiana Nascimento (2019), entre muitas outras compromissadas com uma forma diferente de sociedade. Essas questões não estão restritas ao Brasil, mas a diferentes pontos cardeais que não podem se restringir à polarização norte-sul, estando na América Latina, no Caribe, na África, na Ásia, mas também nas lutas dos corpos periféricos e “indesejados” nas grandes cidades do mundo, como Paris, Londres, Nova York, Quebec, Berlim, entre outras, que não conseguem lidar com as diferenças e o Diverso (Glissant, 1981), perpetuando estratégias coloniais, imperialistas, racistas e racializadas. No entanto, combatidas com a emergência dos feminismos negros, crioulização, crioulidade, negritude, pan-africanismo, entre outras. O presente simpósio espera acolher trabalhos que discutam as literaturas em prosa e poesia com perspectivas decolonias, insurgentes, insubmissas, interseccionais, contracoloniais, negro-brasileiras, afrodiaspóricas, afrocaribenhas e africanas que visem a transformação, a desordem do mundo, como nos ensina Frantz Fanon (1968), para que, assim, possamos construir um espaço amplo, diversificado e horizontalizado de debate, trocas de saberes e aprendizado.

 Palavras-chave: Literatura de autoria negra; Memória; ante-humanidade; Diversidade; biorracismo.

___________________________________________________________

UNIVERSO DA CRIAÇÃO LITERÁRIA E ARQUIVO DE ESCRITORES

 Proponentes: Profa. Dra. Raimunda Celestina Mendes da Silva – UESPI

Prof. Me. Lueldo Teixeira Bezerra

RESUMO

Este simpósio lança seu olhar sobre os bastidores da criação literária, ao considerar a narrativa a partir dos documentos avulsos que testemunham o movimento escriturário que resultou na obra entregue ao público. Uma vez que um arquivo literário traz em seu interior o modus operandi do escritor, há nos documentos custodiados nesse arquivo literário rastros que narram, pelo menos sugerem, a ação escriturária do sujeito que o constituiu. Nos documentos que compõem um arquivo literário, há a forte presença da memória testemunhal que vai servir para o pesquisador de modo a contribuir com a compreensão da obra do escritor. Considera-se aqui a análise e discussão de estudos comprometidos com a criação de obras ficcionais, na perspectiva da crítica literária, tendo por base as três teses, ou pelo menos uma proposta por Grésillon (2007), a saber: promover uma nova estética literária: a da produção (ou da criação); permitir uma nova história literária: das práticas de escritura; e abrir um novo espaço científico: o da produção escrita em geral. O escritor, ao escrever sua obra de ficção, compromete-se com sua criatura, a obra literária. Em busca de subsídios para sua criação literária, ele vai em busca de informações. Surge então seu caderno de anotações, jornais lidos, revistas recortadas, cartas emitidas e recebidas com apreciações críticas sobre o texto em construção, menção honrosa devido à recepção de sua obra, textos jornalísticos produzidos pela crítica que apreciou o livro escrito. Eis que surge um arquivo literário. A representação que há na obra é natural, pois um texto despretensiosamente traz representações temporais e espaciais. Os relatos subsidiarão a reflexão crítica sobre os processos de criação da obra ficcional, para que se visualize o motivo e os interesses. Este estudo ampliará suas fortunas críticas, pois os documentos que testemunham a criação literária oferecem uma base metodológica para as pesquisas na área dos estudos literários e culturais. Abrir-se-á a discussão no intuito de pensar acerca de tais documentos testemunhais na relação com a história dos sujeitos que os textualizam ao tempo em que se deixam atravessar pela história da língua que os constituem. Partindo desse pressuposto, busca-se ainda neste simpósio provocar diálogo/intercâmbio com outros domínios teóricos para compreendermos como os bastidores da criação literária são vistos tanto pela crítica literária como pela história da literatura, uma vez que ambas se entrelaçam com o literário no processo de criação, que se materializam nos documentos de processo. Nesse ponto, pretende-se lançar um gesto de debruçamento também sobre os arquivos pessoais e literários dos escritores que, nos moldes de Pierre Nora (1993), constituem um “lugar de memória”, em que se armazenam não só a vida, como também a biografia de outros, a movimentação social, cultural e literária de um determinado momento e diversas obras de gêneros variados.

 Palavras-chave: Criação literária; crítica literária; história da literatura; documentos de processo; arquivos literários.

___________________________________________________________

 OS LETRAMENTOS E AS MÚLTIPLAS FACES DA ESCRITA NAS PRÁTICAS SOCIAIS

 Proponentes: Profa. Dra. Soraya de Melo Barbosa Sousa – (UNISINOS); (UESPI)

Prof. Doutorando Francisco Renato Lima – (UNICAMP); (UESPI)

RESUMO

Este simpósio busca acolher trabalhos que explorem as múltiplas faces da escrita no meio social, concebendo o conceito de letramentos, no plural, numa dimensão social dos usos da leitura e da escrita, envolvendo as diferentes esferas em que ocorrem as atividades humanas. Nessa perspectiva, a proposta contempla pesquisas realizadas ou em desenvolvimento, relacionadas ao estudo dos letramentos que se vinculam às diferentes abordagens, como: letramento escolar, letramento acadêmico, letramento literário, letramentos marginais ou de resistência, letramentos digitais, letramentos do professor, entre outras reflexões correlatas, e de interface, como estudos sobre alfabetização, gêneros textual-discursivos, textos, discursos, oralidade, entre outras, que, nessa linha de investigação, caracterizem a pluralidade de usos da linguagem, num continuum de interações. Nesse sentido, a discussão ancora-se, teoricamente, na perspectiva dos New Literacy Studies (Novos Estudos do Letramento) (NLS), como prática social (Street, 2012, 2014), conforme o modelo ideológico de letramento; e na proposta do manifesto A pedagogy of multiliteracies: designing social futures, advinda do New London Group (Grupo Nova Londres) (NLG, 1996). A partir dessas concepções, discute-se sobre as várias práticas de letramentos que ocorrem no meio social, seja em instituições formais ou não-formais, considerando o princípio da interação social humana na e pela linguagem. Essas concepções orientam diversos desdobramentos teórico-metodológicos e linhas de investigação no campo da pesquisa e do ensino, tanto no campo da educação quanto da linguagem. Desse modo, espera-se contribuir para uma análise crítico-reflexiva sobre as múltiplas semioses da escrita, manifestas na pluralidade dos espaços sociais e das ações dos sujeitos da linguagem nos usos cotidianos.

Palavras-chave: Letramentos; Escrita; Leitura; Práticas sociais; Interação social.

___________________________________________________________

A MULTIFACETADA RELAÇÃO ENTRE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE, EM MEIO ÀS TRANSFORMAÇÕES DA ERA DIGITAL
Proponentes:
Leila Patrícia Alves Dantas, Doutora em Estudos da Linguagem,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI.
Raimunda Gomes de Carvalho Belini – Doutora em Linguística,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI.

RESUMO
A ampla globalização, os avanços tecnológicos e a rápida evolução das redes sociais e da inteligência artificial têm influenciado nas formas como nos comunicamos, interagimos, lemos, escrevemos bem como nos modos como consumimos informações, construímos conhecimento e nos adaptamos a um universo de rápidas e constantes mudanças. Esse atual contexto exige o desenvolvimento de competências e habilidades, como as práticas de linguagens digitais e a capacidade crítica para lidar com informações diversas, destacando a importância social do ler e escrever bem como da capacidade de conhecer as várias manifestações culturais das língua(gens). Lançamos, pois, o olhar para o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, na perspectiva dos Letramentos, com foco na Oralidade, sob o viés das ações culturais, políticas, sociais e históricas, mas, especialmente, linguísticas e digitais, envoltas a postulados acadêmicos e científicos. Dessa forma, propusemos este simpósio com o objetivo de ampliar as discussões e as pesquisas sobre as práticas de leitura e de escrita, na perspectiva dos Letramentos, de modo a (re)dimensionar novas investidas científicas com enfoque na multifacetada relação entre leitura, escrita e oralidade, em meio às transformações provocadas pela era digital, nos vários níveis de
educação. Paratanto, fundamentamo-nos, dentre outros, nos postulados dos Letramentos (Street, 1984; Soares, 2003; Kleiman, 2008; Tfouni, 2012; Coscarelli, 2007), com o olhar voltado para os tensionamentos que envolvem escrita e leitura, associados à oralidade (Bentes, 2010; Marcuschi, 1994). As discussões oriundas deste simpósio irão suscitar importantes contribuições, as quais poderão subsidiar e delinear novos objetos de estudo sobre a aprendizagem da leitura e da escrita, de forma crítica e reflexiva, mediadas pela oralidade. Ensejamos, portanto, abrigar neste Simpósio Temático reflexões teóricometodológicas resultantes, dentre outros, de relatos de experiências, estudos de casos, pesquisas empíricas, propostas de atividades didático-pedagógicas que problematizem o processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita em interseção com a oralidade, em meio às tecnologias digitais.
Palavras-chave: Letramentos; Leitura; Escrita; Oralidade.

Mini cursos

LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA: HISTÓRIAS, DIÁLOGOS E RESISTÊNCIA.

Proponentes: Alíria Wiuira – Doutoranda (UFJF)

RESUMO

O minicurso sobre a literatura indígena no Brasil, enfocando tanto a tradição oral – com narrativas lendárias e mitológicas – até as manifestações literárias editoriais e contemporâneas indígenas, observando suas principais características e questões. Desenvolver estudos sobre a produção literária indígena brasileira, desde a literatura oral, das lendas e dos mitos, até a olhares contemporâneos sobre as produções editoriais de literatura indígena. Apresentação do minicurso Literatura indígena brasileira: histórias, diálogos e resistência. Literatura indígena individual e coletiva. Da literatura indigenista e indianista à indígena. O ensino da literatura indígena: possibilidades didáticas. Narrativas orais e literatura. Será realizada uma sondagem sobre o conhecimento da temática indígena e determinação do horizonte de expectativas; apresentação da bibliografia a ser explorada durante o curso e como será disponibilizado o material: digitalizações, arquivos em pdf, vídeos, etc. Para esse encontro inicial serão estudados poemas de Eliane Potiguara, Marcia Kambeba e Trechos de obras de Ailton Krenak. Serão realizadas reflexões sobre a literatura indígena escrita por eles mesmos e relacionando-as com a tradição oral, individual e coletiva, que aparecem amalgamada com as narrativas míticas escritas pelos indígenas, o que lhes possibilita, desde esse lugar de fala (silenciada e exilada há cinco séculos), contar a sua história, com o olhar dos povos originários. Serão selecionados três autores, dentre os muitos escritores indígenas, para permear o nosso contato com essa textualidade: Daniel Munduruku, Eliane Potiguara e Graça Graúna.

Palavras-chave: Literatura indígena; tradição oral; narrativas; povos originários.

___________________________________________________________

LEITORADO BRASILEIRO EM ANGOLA: RELAÇÕES LITERÁRIAS

Proponente: Kaio Carmona – Doutor em Estudos Literários – Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola

RESUMO

Este minicurso é resultado da experiência, ainda em processo, da mediação intercultural entre Brasil e Angola, a partir do programa Leitorado Brasileiro, iniciado em fins de 2020. Como programa de especialização universitária, o Leitorado em Angola alcança as atividades de ensino e pesquisa, por meio das disciplinas oferecidas na Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, orientações exercidas, tanto para o Mestrado em Literatura, quanto para a Licenciatura em Língua Portuguesa, além de palestras e comunicações para discussão e partilha do conhecimento sobre a literatura e cultura brasileira. Para além da docência, o vínculo com o Instituto Guimarães Rosa em Luanda (IGR) possibilita o trabalho em uma relação ainda mais estreita entre os países, por meio de ações culturais realizadas em diálogo constante e em amplas dimensões, como a realização de festivais em torno da Língua Portuguesa e das literaturas brasileira e angolana, concomitantemente, e, especialmente, por dois projetos criados para o Leitorado: o Puxa-Palavra e o Palavra de Poeta. O primeiro, Puxa Palavra, é o encontro mensal entre um(a) escritor(a) angolano(a) e outro(a) brasileiro(a), em que a escolha dos nomes e a mediação se caracterizam pelas conexões estabelecidas pela escrita de cada um, pelo maior conhecimento e maior divulgação, no campo brasileiro e angolano, das respectivas literaturas. O segundo projeto, Palavra de Poeta, estabelece uma relação com o audiovisual e a poesia em Língua Portuguesa. Trata-se da leitura de poetas angolanos, brasileiros e portugueses em espaços significativos da cidade de Luanda. A partir de uma proposta intersemiótica, o projeto propõe a valorização, a manutenção e a divulgação do gesto de ler poesia em voz alta. Nesse sentido, a mediação se faz como uma produção de conhecimentos e de comunicação de ideias, direta ou indiretamente vinculada à uma intervenção político-social. Se, no âmbito universitário, a mediação se dá por meio da discussão e análise de textos teóricos e de ficção, como uma prática orientadora e cotidiana da sala de aula, no Instituto Guimarães Rosa o gesto se manifesta pelos projetos culturais que dinamizam as relações entre a comunidade leitora dos países, entre os escritores, em suma, entre as literaturas.

Palavras-chave: Leitorado brasileiro; Angola; Relações literárias; Relações culturais.

___________________________________________________________

DO “PRETOGUÊS” AO PRIETOÑOL: PRESENÇA DA ORALIDADE NA POESIA DE MULHERES AMEFRICANAS

Proponente: Daniela Campos – Pós-doutorado – UFMG 

RESUMO

Este minicurso tem como objetivo estudar as formas orais presentes na poesia de mulheres amefricanas, reunidas principalmente em antologias contemporâneas, bem como em outros meios de divulgação alternativos. O curso será dividido em três momentos distintos: o primeiro momento consistirá no estudo das antologias contemporâneas que apresentam as vozes das mulheres amefricanas. Isso permitirá uma reflexão sobre o papel das antologias como mecanismos de circulação e visibilidade, destacando sua potência coletiva. Além disso, será realizada uma revisão de sites, blogs, YouTube e redes sociais em geral para problematizar e visibilizar o racismo editorial. O segundo momento abordará as traduções realizadas, visando mapear a produção poética das amefricanas tanto no Brasil quanto nos países hispânicos. Assim como também analisaremos as traduções das amefricanas para identificar o interesse nessas produções, abrir caminho para futuras pesquisas e aumentar a presença dessas obras em eventos literários, propiciando diálogos interamericanos. No terceiro momento, será analisada a presença da oralidade, do “pretoguês” (Gonzalez, 2019) e do prietoñol como elementos comunicativos na produção poética. Será observado como cada escritora imprime seus próprios temas, refletindo a experiência única de seus países. Lélia Gonzalez (2020) será referenciada por sua análise da conformação do colonialismo nas Américas e sua defesa da categoria de “Amefricanidade”. Ela argumenta que essa categoria engloba a experiência compartilhada nos navios negreiros, durante a escravidão, mas também a resistência e as diversas formas criativas de produzir conhecimento. Por essa razão, a similaridade pode ser mais abundante, inclusive desde o agrupamento em quilombos, ou como se conhecem em espanhol, além do próprio termo quilombo: cimarrones, palenques, cumbes. A oralidade será destacada como uma forma de acesso aos saberes ancestrais e à história. Os referenciais teórico-metodológicos incluirão textos críticos-teóricos de Gonzalez (2019; 2020), Evaristo (2020), Lorde (2019), Kilomba (2019), Collins (2020) e Pineda (2023), além dos poemas selecionados para o minicurso.

Palavras-chave: amefricanas; poesia; oralidade; antologias; vozes negras.

___________________________________________________________

A INTERSECÇÃO ENTRE LINGUA(GENS) E TEATRALIDADES: PROPOSTA DE ENSINO PARA UM UNIVERSO SIGNIFICATIVO DE MÚLTIPLOS SABERES

Proponentes: Profa. Dra. Raimunda Gomes Carvalho Belini – IFPI

Profa. Ma. Aline Cristiane Morais de Souza Soares – IFPI

Prof. Esp.  José Reis Neto – IBRA 

RESUMO

Este minicurso surge do objetivo precípuo de discutirmos e compreendermos a intersecção entre linguagens e teatralidades, um universo significativo para o agenciamento de múltiplos saberes, que envolve uma abordagem interdisciplinar entre linguagens, literatura e oralidades, no contexto da comunicação humana e da expressão artística. Para tanto, fundamentamos esta proposta nos postulados da abordagem dialógica de Bakhtin (2003) e das artes teatrais de Cacae (2023), Chubbuck (2018) e Stanislavsk (1999). Com base em uma metodologia descritiva, participativa e dialógica, o minicurso propõe atividades práticas que estimulam a reflexão, a criatividade e a expressão dos participantes, elencados em quatro momentos. Primeiro momento: realizaremos leituras e análises de textos teatrais, exercícios de interpretação e improvisação, bem como discussões sobre as relações entre linguagem, literatura, oralidade e teatro. Segundo momento: destacaremos o teatro como uma forma de expressão que utiliza a língua e as muitas linguagens como veículo de comunicação e expressão artística, abrangendo elementos como diálogos, monólogos, linguagem corporal e gestualidade, e sua aplicação nas práticas em sala de aula. Terceiro momento: analisaremos as oralidades presentes em textos teatrais, como sotaques, entonações e ritmos de fala, e sua contribuição para a construção de personagens e atmosferas, fomentando a compreensão e a interpretação textual. Quarto momento: refletiremos sobre as oralidades dos textos teatrais e promoveremos atividades práticas, como exercícios de interpretação e improvisação, para explorar e compreender melhor essa complexidade interdisciplinar (teatro –literatura – oralidade – escola) e seu impacto nas práticas educativas. Dessa forma, este minicurso contribuirá para enriquecer o entendimento da expressão artística/teatro, da comunicação humana e do aprendizado significativo em um ambiente de aprendizagem interativo e reflexivo, que poderá contribuir com a formação do indivíduo e a construção de saberes fundamentais para interação entre as pessoas.

Palavras-chave: Linguagens; Literatura; Teatralidades; Oralidades; Saberes.

___________________________________________________________

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A MUDANCA NO PARADOXO DA PESQUISA CIENTIFICA

Proponentes: Joyce Caroline de Oliveira Sousa – Graduada em Tecnologia em Radiologia Médica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piaui – IFPI

Catiane Fernandes Raquel – Doutoranda da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

RESUMO

A  inteligência artificial (IA) apresenta se como   uma área em rápida e exponencial  ascensão em múltiplas áreas do cotidiano incluindo a educação (através  da aprendizagem e ferramentas de ensino), ciência e tecnologia. No campo da ciência tem promovido uma verdadeira revolução no paradoxo do fazer científico; essa quebra de   paradigmas   perpassa pelas múltiplas fases da pesquisa acadêmica e ou científica incluindo desde: o mecanismo de coleta e análise de informações, redação e revisão de trabalhos, definição da temática até elencação de dados . O objetivo do presente minicurso busca proporcionar aos participantes um entendimento aprofundado de como a IA instituiu mudanças  no cenário  da pesquisa científica. Para o alcance do presente objetivo serão executadas uma variedade de metodologias de ensino e técnicas de aprendizagem para proporcionar uma experiência enriquecedora aos participantes incluindo: técnicas de fichamento;aulas expositivas; atividades práticas e estudos autônomos.Em geral, o curso proporcionará aos participantes um conhecimento abrangente sobre o uso da IA no práxis científico , capacitando-os para a compreensão , avaliação e aplicação das  tecnologias de IA para a  ampliação dos saberes e a expansão   da ciência .

Palavras-chave: Ciência; Inteligência Artificial; Metodologias; Pesquisa Científica

Oficinas

OFICINA DE LINGUÍSTICA E ENSINO

 Proponentes:

Beatrice Nascimento Monteiro – Doutoranda em Letras (USP/UESPI)

Leiliane de Vasconcelos – Doutoranda em Letras (USP/UESPI)

Lisiane Ribeiro Caminha Vilanova – Doutoranda em Letras (USP/UESPI) 

Nize Paraguassu Martins – Doutor em Letras (UESPI)

 

RESUMO DO TRABALHO

As práticas tradicionais de ensino de línguas nas escolas têm resultado em um déficit significativo no ensino e aprendizagem de línguas maternas e estrangeiras no Brasil. Isso tem gerado uma busca incessante por parte das escolas e professores por novas perspectivas de ensino que tornem a aprendizagem mais relevante para os alunos de hoje. Ao longo das últimas décadas, a Linguística tem proporcionado um número crescente de contribuições significativas para o ensino de línguas. Entre essas contribuições, destaca-se a valorização não apenas da variedade culta, mas também das demais variedades linguísticas. Essas contribuições têm culminado em reflexões de caráter mais científico e na incorporação de metodologias inovadoras nas práticas pedagógicas de professores de línguas maternas e estrangeiras. O objetivo desta oficina é disseminar algumas dessas contribuições para estudantes de graduação, professores e pós-graduandos nas áreas de Letras e Linguística. O foco será direcionado para o ensino dos idiomas português, inglês e espanhol, com ênfase em como os estudos de semântica-gramatical e de morfologia em uma perspectiva formal podem ser aplicados ao ensino. Além disso, será discutido como as reflexões geradas por esses estudos podem potencializar o desempenho linguístico dos alunos, tanto na expressão oral quanto na escrita.

Palavras-chave: Linguística; Morfologia: Semântica; Ensino.

Problemas ou dúvidas :  formulario@uespi.br

Realização

Apoio

Parceiros