UESPI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

Dia do Orgulho Autista: UESPI e PRISMAS realizam evento de Conscientização e Inclusão

Por Cássio Sousa

O curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Piauí, Campus Deputado Jesualdo Cavalcante, em Corrente, em parceria com a Associação dos Amigos e Familiares de Pessoas Autistas (PRISMAS), está promovendo um dia especial de atividades em comemoração ao Dia do Orgulho Autista. O evento visa conscientizar e promover a inclusão de pessoas autistas, reunindo a comunidade acadêmica e local em uma programação diversa com serviços e palestras.

Dia do Orgulho Autista

O Dia do Orgulho Autista, comemorado anualmente em 18 de junho, foi criado para celebrar a neurodiversidade e aumentar a conscientização sobre os direitos e desafios enfrentados pelas pessoas autistas. A data é uma oportunidade para reconhecer as contribuições das pessoas autistas à sociedade, promover a inclusão e combater o estigma associado ao autismo.

UESPI MAIS INCLUSIVA 

O evento faz parte do programa UESPI Mais Inclusiva que, há dois anos de execução, vem com o objetivo de desenvolver uma área de ações de conscientização e de disseminação de informações sobre as necessidades especiais de pessoas com deficiência.

“São várias questões que abordamos relacionadas à inclusão para que possamos trabalhar e construir uma universidade que realmente inclua todas as pessoas. Esse programa é de integração com a comunidade, envolvendo ações de alunos, professores, membros da comunidade e associações não governamentais, como a do próximo dia 18”, enfatiza a coordenadora do programa, Prof. Keity Farias.

A ação contará com uma serie de palestras com foco na conscientização para as famílias de pessoas autistas da cidade de Corrente, bem como orientações jurídicas proporcionadas por alunos de direito da UESPI,  além de atividades voltadas para as crianças que serão desenvolvidas por meio dos alunos do curso de pedagogia da Universidade.

“Teremos alunos lá desenvolvendo atividades com as crianças para que os pais possam participar dos serviços sem dificuldades. Também teremos alunos do curso de Direito oferecendo orientação jurídica aos familiares de pessoas com autismo no que diz respeito aos direitos e deveres que têm como cidadãos, como pais de pessoas com deficiência, e também aos direitos de seus filhos, para que possam buscar os benefícios aos quais têm direito”, destaca a professora.

Por fim a professora ressalta que a participação da comunidade local para a realização do evento tem sido fundamental, como o apoio de mães de pessoas autistas que auxiliam no transporte de itens e manutenção de equipamentos.

“Desde o início, nosso projeto sempre foi a integração da universidade e dos alunos com a comunidade. Este é um projeto realizado com o esforço de muitas mãos e envolve todas as pessoas: comunidade, alunos, professores e direção do campus. Temos realmente um trabalho conjunto sendo desenvolvido para que o evento seja bem-sucedido”, pontuou a também coordenadora do curso de Pedagogia da UESPI.

Além da realização e apoio da UESPI, a ação contará com o apoio  de órgãos governamentais, como a Secretaria de Estado para Inclusão das Pessoas com Deficiência (SEID), a Secretaria Estadual de Assistência Social (SASC) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP), dos quais realizaram as atividades previstas na programação, como a emissão de RG digital, emissão de carteira de identificação de pessoas Autistas, palestras e outras atividades.

A realização do evento é fruto primordialmente da parceria entre o curso de pedagogia da UESPI e a Associação dos Amigos e Familiares de Pessoas Autistas (PRISMAS), que fez a articulação das atividades junto ao estado e a justiça.

Programação do evento

SOBRE A PRISMAS

A PRISMAS é uma Associação formada por autistas, familiares e profissionais que se uniram em prol da valorização, inclusão e execução de leis voltadas a pessoas com deficiências.

A Associação trabalha em vários âmbitos que visam promover a inclusão de pessoas autistas nos mais diversos espaços, como  a capacitação profissional junto a órgãos governamentais; Inclusão no mercado de trabalho; orientação de familiares tanto em apoios de cuidados quanto a apoios jurídicos e outras atividades.

O coordenador da PRISMAS, Natricio Almeida, conta que a forma que os indivíduos podem fazer para apoiar e promover a inclusão de pessoas autistas junto a Prismas é através da participação em atividades que buscam desmitificar preconceitos e promover a aceitação de pessoas autistas,  realizados pela associação.

“As pessoas podem apoiar a PRISMAS nesses projetos, ajudando-nos a capacitar. Podem trazer opções de capacitação para o estado, município, empresas e escolas, além de apoiar as famílias com cestas básicas. Oferecer serviços, como um terapeuta que possa ministrar cursos de aperfeiçoamento na associação, também ajuda as famílias a gerar renda. No que diz respeito ao mercado de trabalho, empresas que necessitam de indicações de pessoas com deficiência podem recorrer ao nosso banco de dados. Nas atividades culturais e esportivas, organizamos vários eventos e procuramos sempre a participação ativa de pessoas para promover a interação social.”

A PRISMAS conta com uma rede de suportes online, divididos em três grupos: o mural da PRISMAS, onde são divulgados eventos e atividades; o INTERAGIR, um grupo voltado à interação de famílias e especialistas da área; e o grupo de serviços PCD’s, que tem por objetivo a integração e contratação de famílias que têm crianças com autismo ou outras deficiências.

Link dos grupos da PRISMA:

mural da PRISMAS: https://chat.whatsapp.com/CKITweIGSYL3CWKZBTEGXQ

INTERAGIR: https://chat.whatsapp.com/Kw9Ldkgox9tDNER1cexf9k

Serviços PCD’s: https://chat.whatsapp.com/K1XJEkRFyqI23MJ7mgfZvG

Centro Acadêmico de Enfermagem promove Evento sobre Inclusão a Pessoas Autistas

Por: Cássio Sousa

Em alusão ao mês de conscientização sobre o autismo, o Centro Acadêmico (CA) do Curso de Enfermagem, em parceria com a Coordenação de Pedagogia e a Coordenação de Letras Português do campus Dra. Josefina Demes, em Floriano, promoverá, na noite desta quarta-feira (24), na Unidade Escolar Bucar Neto, um evento com o tema “Dialogando sobre Inclusão: O lugar do autista é onde ele quiser estar”. O evento tem como objetivo conscientizar e promover o bem-estar social das pessoas autistas em todos os ambientes.

A docente mediadora do evento, Sheila Borges, enfatiza que eventos como este proporcionam a oportunidade para as pessoas se informarem mais sobre o tema. Ainda segundo a docente da Uespi, estar informado sobre o tema permite que as pessoas possam agir de maneira melhor, tanto na sociedade como dentro das próprias instituições onde estão inseridas as pessoas autistas, fornecendo assim mais apoio e compreensão.

“Eu só posso atender àquela especificidade daquela pessoa se eu souber como fazer isso. Muitas vezes eu quero, mas não sei como fazer. A informação é uma coisa muito importante na vida de quem tem filho com autismo, de pessoas que trabalham com autistas, principalmente no âmbito escolar, para conduzi-los para que aprendam, para que tenham autonomia”, relatou a docente.

A professora ainda ressalta a importância da colaboração entre psicólogos, educadores e famílias para entender e apoiar as necessidades comportamentais dos alunos. Ela destaca a necessidade de compreender o que faz bem e o que não faz bem para cada aluno, buscando estratégias para incentivá-los a participar das atividades escolares e em casa.

“A colaboração é a teoria aliada à prática. Quem dá esse suporte prático são os psicólogos, porque entendem melhor sobre isso. Eles conversam com eles, procurando entender o que faz bem, o que não faz bem. E a gente precisa trocar essas informações em função desse aluno, para conduzi-los. Entender que se ele se negar a fazer uma atividade, isso não é uma birra. Como fazer para ele querer fazer aquela atividade? E a gente vai associar sempre, sempre buscando parcerias para complementar as informações e desenvolver um bom trabalho dentro da universidade, dentro das escolas, dentro de casa”, concluiu.

A palestra contará com depoimentos de pessoas autistas presentes nos mais diversos âmbitos sociais, bem como um depoimento do ponto de vista da convivência familiar, possibilitando uma ampla troca de ideias e vivências.

O aluno do segundo período do curso de Educação Física, Jefferson Junior, participará do evento trazendo em seu depoimento o ponto de vista de uma pessoa autista no âmbito do ensino superior. Segundo ele, a experiência na universidade vem sendo boa, entretanto, algumas áreas ainda precisam de adaptação.”Os desafios são grandes para o acadêmico que tem autismo e outras comorbidades, infelizmente, nós autistas não temos todas as adaptações corretas, então temos que tentar nos adaptar utilizando outros meios”.

O discente ainda enfatizou a importância de promover esse evento em prol de uma maior educação e conscientização no ambiente universitário. “Uma palestra como essa é muito importante, por exemplo, falar sobre o autismo ou qualquer outro assunto que envolva PCD. Fico feliz por isso. A luta é grande, mas vamos sair vencedores”, finalizou.

A Professora do curso de psicologia, da UESPI, Evelyne Carvalho, ressalta que cada aluno autista tem sua individualidade e que o trabalho de acolhimento a pessoas autistas no meio acadêmico é discutido entre os docentes para que possam sempre serem respeitadas as condições do aluno.

“Os professores do campus procuram, a partir do acolhimento deste aluno, discutir em colegiado quais as medidas pedagógicas adequadas para cada caso, pois cada indivíduo é único e apresenta necessidades educativas específicas dependendo no nível do autismo”, pontuou a docente.

Dia Mundial do Autismo: entenda o que é Transtorno do Espectro Autista

Por João Fernandes

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo. Os dados foram divulgados na última terça -feira (2), Dia mundial da Conscientização do Autismo, como uma forma de difundir informações sobre essa condição de neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que ainda cercam pessoas afetadas pelo Transtorno de Espectro Autista (TEA). 

Com base nisso, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) tem desenvolvido projetos acadêmicos como uma forma de debater a temática do autismo e montar formas mais justas e igualitárias na educação especial e na organização social. Nesse sentido, conversamos com especialistas para nos ajudar a entender melhor a importância do ensino com um papel efetivo de inclusão e formação de profissionais.

Transtorno de Espectro Autista (TEA)

O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.

De acordo com a professora do curso de psicologia e especialista em educação inclusiva, profa. Nadja Pinheiro, o autismo hoje é compreendido como espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem várias manifestações diferentes do autismo.  

“O Espectro é classificado em três níveis, 1, 2 e 3, que representam respectivamente os níveis de intensidade de apoio que vai desde um apoio menos significativo até um apoio muito significativo. A avaliação deve ser feita de forma Biopsicossocial e por equipe multiprofissional, que deve incluir além dos especialistas técnicos (médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, etc) a escola, família e a própria pessoa com autismo”, destaca.

Ainda de acordo com a Docente, o autismo é um transtorno que tem impacto muito grande, porque afeta principalmente a cognição social, os pilares da linguagem. “Além dessa característica, as pessoas com TEA também podem apresentar alterações de processamento sensorial (hipersensibilidade ou hipossensibilidade sensorial), pensamentos rígidos, comportamento ansioso (dificuldade em antecipar informações), movimentos repetitivos e estereotipados que, dentro de um quadro geral, podem comprometer a qualidade de vida da pessoa dentro de seu contexto”, ressalta a professora.

O papel da Educação

No Brasil, existe uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012 e que garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação, proteção social e trabalho.

Segundo a profa. Nadja Pinheiro, a principal barreira na inclusão educacional é atitudinal. “A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) já trazem orientações para o acesso de todas as crianças à educação, independente de ser ou não público alvo da Educação Especial”.

Inclusão: UESPI tem projeto aprovado no Parfor Equidade

A professora Nadja Pinheiro também coordena um dos projetos da UESPI que foi aprovado no Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica e é chamado de “Parfor Equidade”.

O programa tem como objetivo formar professores e pedagogos para o atendimento das redes públicas ou comunitárias que ofereçam educação escolar indígena, quilombola, do campo, educação especial inclusiva e educação bilíngue de surdos.

O projeto de Educação Inclusiva foi um dos aprovados. A capacitação terá início imediato. A professora explica que o projeto da UESPI foi feito por uma equipe de especialistas que trabalhou um PPC totalmente atualizado e voltado para as demandas do Público Alvo da Educação Especial em múltiplos contextos.  “Ele foi elaborado para atender o público de municípios do interior por acreditarmos que o papel da UESPI é o de vencer barreiras, construir oportunidades e fomentar ações reais de inclusão social e educacional”, pontua.

Além dessa iniciativa, a UESPI tem fomentado outros programas como uma forma de incentivar uma educação mais inclusiva e didática.  Na segunda matéria especial sobre a temática do Transtorno do Espectro Autista, vamos falar do projeto de extensão Educação Especial Inclusiva Desafios para Educação Básica e Superior. Vamos conhecer como esse projeto tem contribuído com a formação de profissionais da Educação Básica e de docentes da UESPI na área da Educação Especial Inclusiva, e assim contribuindo com novos conhecimentos.

O curso de Enfermagem promove o “Encontro Azul: Conscientizar para transformar pensamentos”, em alusão ao mês de conscientização do autismo

Por Géssica Feitosa

O projeto “Encontro Azul: Conscientizar para transformar pensamentos” é de iniciativa do curso de enfermagem do campus Professor Barros Araújo, campus de Picos. Esse projeto é voltado para falar sobre o mês em campanha: Abril Azul, mês de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista.

Será realizada uma exposição dialogada no corredor principal da UESPI, nesta quarta-feira, dia 12, das 9h até 16h, com cartazes explicativos, além da entrega de panfletos que relatam sobre a importância da inclusão de pessoas com autismo na sociedade. 

Os tópicos abordados serão: O que é o autismo?/ Dia 2 e Abril Azul/ Sinais de alerta/ Diagnóstico/ Tratamento/ Mitos e preconceitos/ Importância da inclusão/ Símbolo/ Cordão com crachá/ Carteirinha (Direitos e pontos positivos que o crachá e a carteirinha oferece).

Para além da Uespi, será realizada uma palestra em três UBS da cidade de Picos, na próxima semana. Nos dias 17, 18 e 19, um dia em cada UBS, levando as mesmas informações.

O projeto é organizado por vários alunos de turmas diferentes, como do  III, V e VIII período. Ao todo são 14 alunos e 4 professoras à frente, coordenando o projeto estão as professoras Gerdane Celene e Socorro Adriana. E na organização estão às Professoras Daniela Macedo e Letícia Cabral. E as enfermeiras das UBS: Antonia Lucimary, Kamila Fernanda e Mageany Barbosa. 

A aluna do 5° período de Enfermagem, Larissa Alencar, fala sobre a importância e principal finalidade do projeto, que ela, juntamente com outros colegas, vem desenvolvendo para promover neste mês de abril o Encontro Azul, no intuito de conscientizar, disseminar informações e reduzir a discriminação que é o foco principal desse projeto/encontro.

“Os índices do autismo aumentam cada dia mais e com eles vem junto milhares de mitos e até mesmo discriminação contra essas pessoas. A falta de informação, muitas vezes, atrapalha o maior desenvolvimento de pessoas com TEA, principalmente na hora dos pais e familiares identificarem que suas crianças possuem o autismo. Então, esse projeto tem como finalidade levar a compreensão de vários fatores do tema e com isso conscientizar sobre a importância da inclusão das pessoas com TEA na sociedade, esclarecendo fatos para a população, nesse caso, em específico, o público alvo que irá está presente no dia. Conscientizar, disseminar informações e reduzir a discriminação é o foco dos alunos e professores presentes nesse projeto”, ressalta Larissa Alencar.